Empresa já deu início a um plano de demissão voluntária; reestruturação deve ser implementada até 2018, com redução de 22% dos gastos com custeio.
Responsável por 9% da energia gerada no País, Furnas vai passar por um processo de reestruturação. O comando da estatal - hoje superdimensionada e com resultados que ficam abaixo da média de seus concorrentes - quer torná-la eficiente e, para isso, vai reduzir em 35% o quadro de funcionários até 2018. Nesse prazo, a empresa espera cortar em 22% seus gastos com custeio, que, além de pessoal, incluem materiais, serviços e outros itens.
O primeiro passo foi tornar interinos todos os gerentes da companhia, como forma de preparar o terreno para as mudanças. Em evento em que apresentou o programa, o presidente de Furnas, Flavio Decat, afirmou que a empresa quer corrigir um processo histórico em que gestores eram indicados não por questões funcionais, mas para fazer ajustes de status e salários dentro da empresa. O executivo não mencionou, porém, a ingerência política que sempre motivou críticas no mercado com relação à empresa.
"A imagem que se projeta da nossa empresa é algo impressionante. É uma árvore de Natal com quase 450 gerentes", disse, referindo-se a um slide mostrado durante assinatura de convênio com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para implementar o plano. A instituição vai dar US$ 500 mil a fundo perdido para contratar a consultoria internacional Roland Berger Strategy, que vai orientar o plano de reestruturação.
Com a remodelagem, a empresa espera ver sua margem de lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (margem Ebitda) saltar de 20% para 70% em quatro anos. Segundo Decat, a ideia é que Furnas, hoje bastante dependente da holding Eletrobrás, seja capaz de financiar de forma substancial seus próprios investimentos.
Na visão dos executivos da companhia, Furnas não estava preparada - e ainda não está - para atuar no mercado, que se tornou mais competitivo depois do novo marco regulatório do setor elétrico, estabelecido a partir de 2004.
A companhia já deu início à adequação de seu quadro funcional, com um plano de demissão voluntária e por meio de acordos com terceirizados. Para isso, precisará contar com a adesão de grande parte dos empregados, já que a meta é reduzir o número de 6,4 mil para cerca de 4,2 mil. Decat garantiu que não haverá demissões.
Na semana passada, o presidente da Eletrobrás, José da Costa Carvalho Neto, afirmou que, com o anúncio do governo federal para reduzir as tarifas de energia, a estatal aceleraria seus planos de redução de custos e aumento de receitas. Isso incluiria reestruturação organizacional. Segundo ele, a holding levará o modelo adotado em Furnas para as outras empresas que controla. O cronograma prevê que, até o fim do ano, a consultoria contratada apresente uma proposta de redesenho de Furnas para a diretoria e para o conselho de administração da empresa.
Ao defender corte de custos, Carvalho Neto ressalvou que a Eletrobrás não pode comprometer o plano de investimentos da companhia. "Redução (de custos) não pode significar redução do investimento", declarou. Carvalho Neto voltou a dizer que a estatal será muito impactada coma renovação das concessões de usinas que estão por vencer.
Ele destacou que a companhia precisa manter sua participação de mercado, sem dar detalhes sobre os segmentos aos quais se referia, e disse que a companhia precisa estar preparada para terminar a construção das grandes usinas na região amazônica da qual participa.
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Redesenho
9% da energia do País é gerada por Furnas
6,4 mil funcionários tem a empresa
4,2 mil é a meta da empresa
Fonte:O Estado de S. Paulo. Por Glauber Gonçalves.
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