Que tal aprender a exportar com quem já atua no comércio exterior? Essa é a proposta do programa Elas Exportam, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Agora, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) passa a integrar a iniciativa e vai oferecer cursos à distância sobre internacionalização, além de estruturar e promover uma missão internacional de negócios para empresas lideradas por mulheres.
"Ao apoiar o Elas Exportam, a CNI ajuda a quebrar barreiras e abre caminhos para que mais mulheres da indústria possam prosperar no mercado internacional. Vamos ajudar a diversificar e enriquecer o conjunto de talentos disponíveis e, com isso, trazer ainda mais inovações e melhorias para beneficiar todo o ecossistema industrial', explica a gerente de Internacionalização da CNI, Sarah Saldanha.
Lançado em junho, o objetivo do programa é ampliar a presença feminina no mercado internacional por meio da troca de experiências de empresárias que já atuam no comércio exterior com empresas lideradas por mulheres que desejam explorar o mercado global.
Na primeira fase, 169 empresárias se inscreveram com interesse de serem mentoras. Nesta segunda fase, foi criado um grupo das empresas que serão mentoradas.
O comércio exterior é motor fundamental do crescimento econômico ao redor do mundo. Apesar dos avanços na participação de mulheres no universo do empreendedorismo observados nas últimas décadas, a disparidade de gênero ainda é evidente neste cenário. Segundo dados de inteligência da ApexBrasil, atualmente, menos de 10% das empresas apoiadas pela instituição têm mulheres no topo de suas lideranças. E, de acordo com dados do MDIC, apenas 14% das companhias brasileiras exportadoras possuem preponderância feminina nos quadros societários.
Com o Elas Exportam, as instituições querem transformar essa realidade e impulsionar a inserção de empresas lideradas por mulheres no concorrido comércio exterior.
“Há muitas oportunidades para que as mulheres se beneficiem do comércio exterior. É nossa responsabilidade agir para incluí-las ainda mais neste mercado e o programa é reflexo do nosso engajamento nesse sentido”, afirma a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres.
A diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Paula Repezza, ressalta que a equidade de gênero é capaz de gerar impacto real no desenvolvimento econômico dos países. “A participação das mulheres no comércio exterior pode trazer benefícios significativos para a economia, pois sabemos que empresas que exportam empregam mais e pagam melhores salários. Esperamos que muitas empresas lideradas por mulheres se inscrevam no programa para aprender, com aquelas que já exportam, os benefícios de acessar o mercado internacional”, reforça Repezza.
Como funciona o programa
O programa Elas Exportam terá duração de seis meses e deverá ser repetido em ciclos futuros.
Serão oferecidas mentorias individuais e coletivas, oficinas, seminários, cursos e treinamento de pitch (oratória) para suporte ao desenvolvimento de competências e habilidades técnicas e socioemocionais necessárias ao impulso da atividade exportadora.
Os benefícios serão o entendimento sobre o caminho trilhado por outras mulheres no comércio exterior, esclarecimento de dúvidas práticas relacionadas ao processo de exportação e aprendizado sobre barreiras específicas enfrentadas por mulheres, em especial no contexto socioemocional. O programa deverá contribuir também para o estabelecimento de rede de apoio e ampliação da rede de contatos.
Neste primeiro ciclo do programa 20 empresárias experientes na área de exportação serão mentoras de 20 empresas lideradas por mulheres que desejam começar a exportar.
Encontro Virtual de Negócios para Mulheres
Outra iniciativa da CNI para mulheres exportadoras é o Encontro Virtual de Negócios Mulheres na Exportação, que será realizado entre os dias 4 e 30 de setembro, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS).
O público-alvo é CEOs e proprietárias de empresas dos setores de alimentos, bebidas e cosméticos. O objetivo é criar um ambiente favorável para o sucesso de empresárias em ascensão e conectá-las com potenciais compradores da América Latina.
A primeira edição do projeto, realizada em 2022, reuniu 30 empresas brasileiras e movimentou mais de R$ 40 milhões em negócios.
Também participam da segunda edição as Federações das Indústrias dos Estados da Bahia (FIEB), do Espírito Santo (FINDES), Santa Catarina (FIESC), Minas Gerais (FIEMG), Tocantins (FIETO) e Paraná (FIEPR).
O que é a Rede CIN
Coordenada nacionalmente pela CNI, a Rede CIN promove a internacionalização das empresas brasileiras por meio de um conjunto de serviços customizados a suas necessidades.
Presente nas 26 federações de indústria dos estados e no Distrito Federal, ela conta com especialistas de comércio exterior que desenvolvem soluções encadeadas e complementares para os diversos níveis de maturidade das empresas brasileiras. Acesse o canal da Rede CIN e saiba mais.
Por: Giovanna Chmurzynski
Da Agência de Notícias da Indústria
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