Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Governo anunciou corte de Dilma? Não? Então não serve!


Segue o jogo do impeachment

Por: Felipe Moura Brasil  


– Perdão pelo atraso. A crise também me obriga a resolver problemas bancários. Vamos às notas e tuitadas infladas para recuperar o tempo perdido.

– Folha: “Planalto dá como certa derrota no TCU e vê risco real de perder apoio de Lula”. Jornal ajuda Lula a se descolar da própria criatura, que corre risco de impeachment.

– Folha: “Insistência de Dilma em poupar social dificulta corte de mais de R$ 20 bi”. Jornal ajuda Dilma a posar de defensora dos pobres, que ela inevitavelmente atingirá com cortes.

– Globo: “Governo vai cortar R$ 26 bilhões e aumentar impostos”. A primeira parte é só uma concessão amena para praticar a segunda.

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Os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciam pacote de ajustes em Brasília sem cortar Dilma Rousseff (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

– VEJA: “Entre as medidas anunciadas (para economizar R$ 66 bilhões), há a suspensão do reajuste de servidores públicos e dos concursos, corte de gastos de custeio, redução dos repasses ao Minha Casa Minha Vida (em 4,8 bilhões) e ao PAC (em 3,8 bilhões).” Quem era mesmo a defensora do ‘social’?

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– Globo: “O governo vai propor a criação da CPMF, como forma de aumentar as receitas e tentar minimizar o aumento de impostos cobrados diretamente dos contribuintes.” Este blog avisou desde o começo que o governo não desistiria da CPMF como forma de enfiar a mão no bolso da população.

– “A tendência é que a alíquota fique em 0,2% de todas as transações financeiras e que tenha data para acabar — a alíquota anterior era de 0,38%. Na semana passada, integrantes da equipe econômica sugeriram que a validade fosse de dois anos”, mas pode ser que durem quatro. Ou seja: o governo dos maiores escândalos de corrupção e estelionatos eleitorais da história do Brasil propõe à população que confie nele, aceitando um pequeno assalto extra e supostamente temporário. O mínimo que o Congresso pode fazer é rejeitar a artimanha petista.

– Gilmar Mendes: “Estamos diante de uma situação delicada, com adensamento da crise econômica, e para enfrentá-la é preciso um consenso político básico que ainda não existe. Se não há credibilidade para conduzir conversas entre contrários, não se avança sobre a grave crise econômica. Como falar em aumento de impostos neste contexto geral? Como pedir sacrifícios às pessoas quando elas estão indignadas com a corrupção? O governo está em xeque de novo e se fala em necessidade de reforma política. Não vamos fazer reformas mais profundas neste contexto de crise”. Traduzindo: O Brasil não fará as reformas necessárias sem se livrar primeiro de Dilma Rousseff.

– A “reforma ministerial” trará apenas 200 milhões de cortes e “deve se resumir no seguinte: eliminação de alguns ministérios, mas com a incorporação da maior parte de seus profissionais por outras pastas. Afinal, agradar aos inúmeros partidos da base ‘aliada’ e evitar ainda mais rusgas com o PMDB têm seu preço”. Sim: é um governo imoral.

– Folha: “Empresários que, até a semana passada, preparavam uma ofensiva no Congresso para ajudar o governo a aprovar medidas de contenção de gastos e, assim, evitar o rebaixamento do selo de bom pagador do Brasil, passaram a refazer cálculos após a agência S&P (Standard & Poor’s) tirar o grau de investimento brasileiro. Esses mesmos empresários ainda dão um voto de confiança para a presidente, mas esperam que ela reaja a tempo. Caso contrário, vão avaliar se é melhor manter o apoio a um governo que não consegue apontar saídas para a crise ou se ajudam a promover uma troca de guarda, como deseja o PMDB, o partido que, com uma ou outra exceção, conspira no banco de reserva.” A Folha está perfeitamente alinhada com esses empresários amarelões, como ficou claro em seu editorial de domingo:

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– Financial Times: “Se o Brasil fosse um paciente no hospital, os médicos da emergência iriam diagnosticá-lo como em estado terminal. A economia está uma bagunça. A pior recessão do Brasil desde a Grande Depressão vai fazer a economia encolher até 3% este ano, e 2% em 2016. As finanças públicas estão em desordem (…) os níveis da dívida estão crescendo novamente (…) Dilma Rousseff, a presidente, não é amada por seu próprio partido, e profundamente malvista em outros lugares: ela é o presidente mais impopular na história brasileira. Isso faz com que seja praticamente impossível para ela responder adequadamente à crise econômica”. O Financial Times traduz a situação melhor que o editorial da Folha. A última chance de se salvar é a do Brasil.

– Valor: “Dilma precisa desenhar um novo gabinete que lhe assegure uma base fiel de pelo menos 171 deputados, ou seja, um terço da Câmara. Este é o número de votos que a presidente precisa para barrar um eventual pedido de autorização para a abertura do processo de impeachment de seu mandato”. Em resumo: Dilma é 171, como o site petista que lhe fez campanha.

– Época: “Setores do PSB começaram a flertar com o impeachment. Membros da executiva nacional do partido se encontraram com os senadores José Serra e Aécio Neves, do PSDB. Também iniciaram aproximação com Michel Temer”. Como venho dizendo desde o segundo turno das eleições (veja aqui eaqui): a saída do petista Roberto Amaral do PSB tornou o partido um tantinho mais sensato.

– Eduardo Cunha deu dez dias úteis para Hélio Bicudo, fundador do PT, fazer ajustes no pedido de impeachment que apresentou contra Dilma. O show não pode parar.

– Dilma “está se recuperando e vai terminar o mandato”, diz o vice Michel Temer. Até o fim do ano, pensa ele.

Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil

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