Governo irá anunciar pacote em maio para a indústria

[Fabrício Leite]

De acordo com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o objetivo é proteger as empresas brasileiras da desvalorização do dólar

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Fernando Pimental anunciou nesta sexta-feira no Fórum Econômico Mundial, no Rio de Janeiro, que o governo anunciará em maio medidas para ajudar os setores mais prejudicados com a desvalorização do dólar. "O câmbio neste patamar está prejudicando a competitividade da indústria nacional. A indústria sabe que a nossa prioridade no momento é o combate ao surto inflacionário, mas, ainda assim, iremos tomar medidas para ajudar os segmentos mais prejudicados. Elas serão anunciadas em maio".

 

O ministro defendeu que tanto a questão da alta da inflação como da desvalorização do dólar são problemas mundiais, não brasileiros. "A indústria está muito atingida, mas este é um problema de excesso de liquidez global causado por uma política monetária expansionista, principalmente por parte dos Estados Unidos, que afeta todos os países emergentes".

 

Pimentel não quis adiantar quais medidas serão tomadas, mas disse o governo já está trabalhando com os setores produtivos para definir as ações a serem postas em prática, "Competitividade é o nome do jogo. E esse jogo não é mais para amadores".

 

Não será um jogo fácil. Ao tentar domar a inflação aumentando a taxa de juros, o governo acaba tornando o país um destino ainda mais atraente para os investidores internacionais e elevando a entrada de dólares no Brasil. Como resultado, a desvalorização da moeda americana se intensifica. "O momento agora é de enfrentar a inflação. Vamos sofrer um pouco mais com o câmbio e teremos que compensar isso com criatividade", diz Pimentel.

 

 

Energia

O ministro também indicou que em breve o governo deve tomar medidas para baratear o custo da energia elétrica no Brasil, podendo inclusive desonerá-la. "A energia no Brasil é uma  das mais caras do mundo, se não for a mais cara. O sinal amarelo está aceso. Este problema está atrelado à tributação e vamos atacá-lo".

 

 

FONTE: Época NEGÓCIOS