Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A escalada do preço cobrado pelo litro da gasolina, que está rumando aos R$ 3, e o racionamento na entrega do produto pelos distribuidores, caminham rumo a uma solução, pelo menos no que depende do governo.

Anteontem à noite, a presidente Dilma Rousseff editou medida provisória que determina a redução do piso da mistura do etanol anidro à gasolina de 20% para 18%. Além disso, estabeleceu a ANP (Agência Nacional do Petróleo) como reguladora do renovável, que passa a ser considerado combustível, abandonando o posto de produto agrícola.

Porém, enquanto o novo percentual não for definido e nem a ANP assumir de fato o controle sobre o setor sucroalcooleiro, o consumidor ainda não sabe o que esperar pelos próximos 15 dias - quando a safra da cana estará a todo vapor e a tendência é que o preço do etanol caia.

Por enquanto, o valor da gasolina na bomba segue em alta, e os produtores dos combustíveis continuam importando para reforçar a oferta, que não está dando conta da demanda.

A Petrobras confirmou a importação de 1 milhão de barris de gasolina para maio - após ter trazido de fora 1,5 milhão de barris neste mês.

A Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar) está importando etanol anidro para compor a gasolina. Atualmente são misturados 25% do renovável no derivado do petróleo.

"Os distribuidores contam que, em janeiro, pagavam R$ 0,70 pelo litro do etanol anidro. Hoje, pagam R$ 3 para realizar a mistura", conta Eugênio Bianchi, diretor do Regran. O custo do combustível é mais alto, segundo ele, por conta de ser puro, não tendo água misturada. O etanol hidratado, o que colocamos na bomba, possui 6% de água.

Mesmo com a mudança, Bianchi não acredita que a situação vá mudar tão cedo. "Enquanto o governo não fizer um estoque regulador, não tem como controlar esses momentos em que faltam combustível no mercado", opina.

A Unica ainda não comentou a medida provisória.

 

NO GRANDE ABC - O consumidor terá mais um desfalque em seu bolso a partir desta semana para encher o tanque do carro. No Grande ABC, o preço na bomba, que variava entre R$ 2,79 e R$ 2,89, deve ser acrescido de R$ 0,10, chegando a média de R$ 2,89 e R$ 2,99.

Com isso, em muitos estabelecimentos o etanol passa a ser opção mais vantajoso para abastecer. Entretanto, o consumidor ainda paga muito caro por isso, não gastando menos do que R$ 100 para encher o tanque.

Para fazer o cálculo, basta multiplicar por 70% o preço da gasolina. Se o etanol custar até o valor resultante, compensa abastecer com ele. Por exemplo, se em um posto o renovável sai por R$ 1,99 e o derivado do petróleo, por R$ 2,89, vale a pena por custar abaixo de R$ 2,02.

O aumento do custo da gasolina vem acompanhado do racionamento nos volumes encomendados às distribuidoras. Nesta semana, Bianchi, dono de um posto Ipiranga, recebeu 20 mil litros a menos do que os 50 mil que está acostumado a pedir.

"A saída é incentivar os consumidores a voltar a abastecer com o etanol ou colocar gasolina aditivada", diz.

O problema, na visão do proprietário de um estabelecimento da bandeira Ale, em São Caetano - que já foi avisado pela distribuidora que nesta semana também receberá quantidade racionada do combustível - está na migração total do consumidor para a gasolina. "É a velha história da oferta e da procura. Isso aconteceu por conta de o setor do etanol estar muito solto e determinar o preço que quiser. Eles compõem o maior cartel existente no País."

 

 

FONTE:

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC


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