Fonte:|correiobraziliense.com.br|
Empresas brasileiras de olho no Haiti Setor têxtil busca parcerias para alcançar os mercados americano e europeu
A disposição do Brasil em gerar incidentes diplomáticos na área política contrasta com a relação comercial que empreende com países como o Haiti. Numa tentativa de ampliar a participação nacional naquele país, empresários brasileiros do setor têxtil desembarcaram em Porto Príncipe, capital do Haiti, para dar início a uma missão comercial. Eles cumprem orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deseja trabalhar para que a relação com o país transcenda o campo da ajuda humanitária e militar. A ideia é levantar informações sobre a infraestrutura e a logística do Haiti que possibilitem o investimento brasileiro no país.
A missão de empresários é liderada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), entidade que representa um dos setores da economia que mais sofreu com a desvalorização cambial e com a concorrência com produtos chineses. A visita conta ainda com o apoio irrestrito dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) e das Relações Exteriores (MRE), com quem a Abit vem conversando nos últimos meses.
Também houve contato com representantes do governo haitiano, que estiveram recentemente no Brasil para sugerir um roteiro da visita. O Banco Mundial, que aplica dinheiro em projeto de urbanização naquele país, também mostrou interesse na missão brasileira. E já providenciou que os empresários do setor têxtil recebam assessoria financeira durante toda a visita. Pelo menos um seminário cujo tema será possibilidades de linhas de financiamentos para empresas brasileiras está marcado para acontecer ainda durante a semana. Espera-se que a embaixada brasileira em Porto Príncipe também auxilie a comitiva, com informações sobre o país e ajuda no deslocamento.
Três representantes da Abit, sendo o diretor-superintendente, Fernando Pimentel, e dois membros da área comercial encabeçam a missão, que também terá a participação de oito representantes de empresas da área têxtil, como a Vicunha e a Canatiba. Ainda não se fala em valores ou em áreas em que os investimentos possam ser feitos. Mas uma das possibilidades é que os brasileiros formem acordos operacionais com empresas haitianas, em que as bases produtivas e mais baratas lá instaladas possam exportar para mercados norte-americanos e europeus. Não se está falando em fazer uma revolução (no Haiti), ou de chover no sertão, reflete Fernando Pimentel, da Abit.
Fernando avalia que a visita visa atender interesses comerciais e políticos brasileiros, propostos pelos ministérios do Desenvolvimento e das Relações Exteriores, sob orientação direta do presidente Lula. Há uma preocupação do governo brasileiro com o pós-tropas, sobretudo no que diz respeito a formas daquele país começar a depender menos de ajuda internacional e mais de sua produção.
Terra arrasada
Relatório da Agência de Inteligência norte-americana (CIA), diz que 80% dos haitianos vivem em situação de pobreza, sendo que 54% estão abaixo da linha da miséria total, em razão dos embargos sofridos durante anos. Atualmente, a soma das riquezas, de US$ 6,137 bilhões, é 245,9 vezes menor que a dívida pública brasileira. Há ainda problemas de falta de infraestrutura básica, como estradas e portos. O país foi diversas vezes devastado por catástrofes naturais.
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