Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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IA dá vida a personas digitais criadas pela NTT Data

Em entrevista ao IT Forum, Eli Rodrigues explica detalhes da tecnologia que nasceu no Brasil.

Eli Rodrigues, head de Experiência Digital da NTT Data Brasil Imagem: Divulgação

Os profissionais dedicados, principalmente, as áreas de marketing e produto de empresas, estão acostumados com a criação de personas. Para apoiar esse público, a NTT Data deu um passo a frente e criou as personas digitais: perfis representativos de usuários gerados por Inteligência Artificial (IA), construídos a partir de dados reais e elementos configuráveis para simular comportamentos, necessidades e expectativas de diferentes segmentos de usuários.

Em entrevista ao IT Forum, Eli Rodrigues, head de Experiência Digital da NTT Data Brasil, explica que a ideia surgiu após observar que o trabalho de construção de produtos passava por pesquisas quantitativas e qualitativas para a criação de uma representação do público-alvo. Entretanto, “essa persona ficava ‘congelada’, sem nunca poder falar nada, nem mudar de ideia.”

Com a IA, essa persona se transforma em uma ferramenta “viva”, disponível e capaz de responder pesquisas de mercado, falar com uma equipe, participar de grupos de foco ou até mesmo de uma sessão de design thinking.

Rodrigues conta que a NTT Data já criou, por exemplo, uma persona digital para representar o público de aposentados que precisa complementar a sua renda, vive no interior de São Paulo e tenha predisposição para trocar seu crédito consignado de um banco para o banco. A partir desse estudo e da coleta de insights, a equipe pode perguntar para essa persona qual publicidade ela prefere entre duas opções, ou se mudasse uma característica do produto, se ela gostaria mais do novo banco, entre outros

“Uma funcionalidade que podemos fazer nas personas digitais é apresentar um conteúdo, banner, vídeo, texto, ou qualquer outro conteúdo para várias personas para ver qual cada uma delas gosta mais. Nós analisados os dados, vemos as nuances e entendemos os benefícios que o cliente pode levar ao seu consumidor final”, complementa Rodrigues.

O executivo exemplifica ao dizer que um banco usou as personas digitais para entender como deveriam vender um seguro para pequenos furtos. A instituição estava em dúvida se deveria usar uma linguagem mais direta, como ‘você pode ser assaltado e perder todos os seus pertences’, ou algo mais lúdico, como ‘esteja protegido para qualquer imprevisto’. Todos os designers acreditam que a linguagem amena seria mais aceitável. Mas as publicidades foram rodadas com 10 personas, mais de uma vez, e quase todas escolheram a mensagem que parecia mais agressiva, pois tinha clareza das coberturas.

Personas digitais no Brasil

A nova ferramenta, criada no Brasil, deve escalar para outros países depois de avaliar o processo de produção e assertividade. E, diferente da maior parte das ferramentas que usam IA, essa normalmente precisa ter algum viés. Como a IA representa pessoas, certos posicionamentos de vida podem ser representados. Entretanto, outros vieses devem ser olhados com cautela para não influenciar nos resultados.

É o caso de uma persona que tinha um filho jovem e era uma mãe que se interessava por tecnologia. Porém, como era mãe, o modelo de IA entendia que essa era a sua característica mais importante, então ela respondia tudo sobre o filho.

“Nós, então, fragmentamos essa pessoa. Como se nós a copiássemos em diferentes módulos: a mãe, aquela que gosta de tecnologia, entre outros. A partir disso, fazíamos as mesmas perguntas para cada uma delas para entender seus pensamentos. Na rua, a gente não tem como recortar essa pessoa. Tudo o que aconteceu com ela bem junto com ela. Por isso, algumas entrevistas não dão a informação que a gente esperava. No digital a gente não tem esse risco”, diz Rodrigues.

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