Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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IA generativa em ciberataques: ‘ainda não vimos o pior’

Visão holística é diferencial para se proteger de criminosos, diz TK Keanini, CTO da Cisco Secure, em entrevista ao IT Forum.

TK Keanini, Cisco Secure, IA generativa TK Keanini, CTO da Cisco Secure. Foto: Divulgação

Não é difícil de imaginar que hackers já estão usando a IA generativa. Ainda assim, para TK Keanini, CTO da Cisco Secure, ainda não vimos o pior. “Eu acho que as coisas ficarão realmente estranhas quando não seremos capazes de confiar em nossos sentidos. Há um artigo sobre uma mulher que falsificou a conta bancária do marido por meio de IA generativa, por causa da verificação de voz.”

Segundo o especialista, no Cisco Live 2023*, a tecnologia chega a um ponto em que não escolhe dados. Ou seja, a criptografia funciona tão bem para os bandidos quanto para os mocinhos. “E estamos vendo o mesmo em todas as outras tecnologias. Isso acontece quando chega à camada em que as pessoas usam para intenção maliciosas.”

Ainda assim, o ransomware continua sendo um dos ataques mais comuns. Esse tipo de cibercrise ainda está ganhando e, enquanto isso acontece, é um negócio lucrativo. “Os atacantes estão constantemente inovando, eles vão encontrar o ponto mais fraco para explorar e então há um nível de diligência no jogo que se você ficar para trás será afetado”, alerta TK.

Esses elos, explica o executivo, mudam de acordo com o tempo. Portanto, as empresas devem ter uma compreensão holística do seu negócio e saber onde está forte ou fraco. E é necessário fortalecer antes de que eles encontrem as fraquezas.

Apesar disso, há uma mudança de atitude ao longo do tempo. Antes, as pessoas se sentiam envergonhadas e pensavam que poderiam construir sistemas que nunca seriam violados.

“Acho que ninguém mais fala assim. Todo mundo fala agora que provavelmente serão violados e o que eles estão tentando alcançar é alguma prontidão e alguma continuidade de negócios em torno desse evento, que agora parece inevitável. Eu acho que é uma atitude mais real. E as pessoas estão construindo sistemas que estão medindo seu tempo de recuperação”, comenta o especialista.

Isso porque, para ele, a maioria das empresas não se importa em pegar bandidos. Eles realmente se importam sobre continuidade de negócios. Uma das mudanças vista é a preocupação com a autenticação multifator.

“Não podemos mais confiar em nossos olhos e ouvidos. Então, uma coisa como a biometria, ou até mesmo dois fatores podem não ser suficientes. Talvez sejam necessários três ou quatro fatores. Mas as empresas querem fazer isso de uma forma que não cause atrito para o usuário. Então é isso que torna a biometria tão bonita: você toca em algo e está dentro”, comenta.

Mas, se antes era o suficiente apenas autenticar no início da sessão, sem ninguém verificar nada, os agentes de ameaças passaram a tentar obter aquela credencial para que pudessem se comportar como o usuário. Eles não invadiriam a rede, apenas entrariam. Hoje, o que o Zero Trust dá, é a noção de acesso confiável contínuo.

“A razão pela qual sou tão apaixonado por segurança cibernética é por ser, realmente, um jogo de inovação. Eu dificulto para os atacantes. Eles inovam e ficam mais difíceis para mim. Eu tenho feito isso nos últimos 30 anos. Eu posso garantir que na próxima segunda-feira alguém vai inventar alguma coisa e eu vou me sentir um completo idiota. Mas até sexta-feira, tenho que ser um especialista”, confidencializa TK.

Exatamente por isso, o CTO acredita que o mercado de segurança cibernética precisa começar a criar produtos onde alguém não precise de quatro anos de experiência em quatro dias, porque a máquina e o homem trabalharão juntos e poderão ser igualmente eficazes. “Eu acho que é isso que realmente resolverá o gap de profissionais.”

*a jornalista viajou para Las Vegas a convite da Cisco

Laura Martins

https://itforum.com.br/noticias/ia-generativa-ciberataques/

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