Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, revela que o setor, que gera 1,7 milhão de empregos no país, está em guerra com os chineses. Nesta quarta-feira, os produtores nacionais irão fazer protesto na rua, em frente ao centro de convenções do Anhembi, em São Paulo, coincidindo com o início da feira patrocinada pelos chineses, a Go Tex Show. Segundo Diniz Filho, nem mesmo a frente parlamentar em defesa do setor consegue aprovar desoneração fiscal para uma atividade que está sofrendo concorrência desleal dos produtores chineses, que contam com subsídios de seu governo não apenas na produção, mas também nos fretes, para trazer as mercadorias para o Brasil.

Na convocação, diz a Abit: “Precisamos do máximo de adesão possível para mostrar que este é um movimento representativo e legítimo em favor do Brasil, suas indústrias e empregos. Vamos juntos externar, de forma democrática e ordeira, nosso total repúdio à este processo de desindustrialização da indústria têxtil”. O desafio chinês ocorre em diversas áreas. A indústria gráfica denuncia que boa parte dos livros lançados no país já é impressa na China, inclusive livros didáticos, pagos pelo governo brasileiro.

Em resposta, a presidente do grupo China Trade Center, Pan Faming, se declara surpresa com a oposição da Abit. Alega que não vão destruir empregos, mas ajudar as confecções brasileiras a comprarem produtos bons e baratos. Após revelar que grandes grupos, como Pernambucanas, Centauro, Carrefour e outros já importam da China, revela que a feira “vai proporcionar também às pequenas e médias empresas brasileiras acesso aos mesmos produtos, sem a necessidade de investir tempo e recursos para a viagem, encurtando distâncias e minimizando custos”.

No fundo, a Go Tex Show joga a indústria têxtil contra a de vestuário, pois estes empresários se aproveitam dos bons preços de produtos chineses subsidiados. A feira chinesa tem apoio da Associação Brasileira do Vestuário (Abavest) e de diversos sindicatos do comércio. O presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva, lembra que, em uma década, a importação de têxteis cresceu 20 vezes, passando de US$ 110 milhões para US$ 2,1 bilhões anuais.



Libra

Falaram muito nas chinesas, mas a anglo-holandesa Shell ficou com 20% do campo de Libra, mesmo percentual da francesa Total. Isso, somado aos 40% da Petrobras, deixou apenas 20% para as chinesas. No momento em que se anuncia que a Petrobras é a empresa não financeira com maior dívida do planeta, de US$ 112,7 bilhões, a estatal surpreende e, além dos 30% de lei, abocanha mais 10% de Libra. Isso ocorre no momento em que a empresa está vendendo ativos mundo afora. Espera-se que esse 10% extra da Petrobras não venha a ser pago com novos financiamentos.



O PAC

No congresso de logística coordenado pelo grupo Ilos, foi feita pesquisa com 300 empresas, para saber que nota dariam à implementação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Sem qualquer viés político, pois a linguagem empresarial é o lucro, a resposta empresarial foi preocupante para o governo. O programa lançado por Lula e gerenciado por Dilma recebeu apenas 3,9 pontos, quando o máximo seria dez.

A infra-estrutura existente recebeu nota 4,8, e 99% dos consultados disseram o óbvio: que, com melhores estradas, pontes e portos, o país teria melhor desenvolvimento. No ranking do Banco Mundial, o desempenho logístico brasileiro coloca o país em 45º lugar.

Embora, em seu discurso aos investidores estrangeiros, em Nova York, Dilma Rousseff tenha feito profissão de fé a favor do cumprimento dos contratos e totalmente favorável à participação dos particulares, João Guilherme Araújo, diretor do Ilos, revelou que o governo não consegue transmitir confiança a investidores e passa mensagem ambígua ao setor privado.



Júlio Lopes

Qual o critério dos dirigentes de todo o país para aclamarem Júlio Lopes como presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Transportes? Nos bondes de Santa Teresa, Lopes criou uma briga com a comunidade, ao criticar o motorneiro morto, quando a perícia mostrou que os equipamentos estavam em más condições; o governo fluminense aceita que a CCR seja concessionária das barcas e da ponte – esta uma concessão federal – o que faz com que as duas formas de se acessar Niterói sejam através de uma única empresa; a Supervia presta péssimos serviços e mantém estações inapropriadas; a agência estadual de fiscalização, a Agetransp, jamais adota punições: se omite ou, então, quando anuncia multas, o faz com atraso, ensejando recursos dos punidos.

O Estado comanda a expansão do metrô, o que é uma obra excelente, mas os prazos do Arco Rodoviário – obra estadual, com aporte federal – está mais do que atrasada.



Rio fervendo

Está em ponto de bala a campanha para o Governo do Rio. Se Ronaldo Caiado (DEM) tentar a presidência, César Maia vai se apresentar para o Governo do Estado. Dizem que Dilma Rousseff aceita a vitória de qualquer um, menos de Anthony Garotinho (PR). Com sua metralhadora giratória, Garotinho denunciou corrupção na votação da Lei dos Portos. Para tirar votos evangélicos de Garotinho, Marcelo Crivella (PRB) seria candidato – e, se perder, voltará tranquilamente ao Senado.

Luiz Fernando Pezão tem a seu favor a máquina do PMDB, mas não é reconhecido nas ruas e ainda terá de contornar a rejeição a Sérgio Cabral. Lindbergh Farias é bom de voto e de palanque, mas a cúpula do PT – ou seja, Lula – pode retirá-lo da disputa, para não prejudicar a reeleição de Dilma.

O PSDB está sem nome, pois Bernardinho, com tanto sucesso nas quadras e na área empresarial, certamente não vai querer surgir como novato, quase sem chances, na política. Miro Teixeira (Pros) sempre se reelegeu para a Câmara, mas não apresenta condições de chegar ao Palácio Guanabara, pois tem tido votação decrescente.

Romário (PSB), mal começou a ser cogitado, já reúne uma série de críticas sobre seu comportamento pessoal e profissional na internet. Jandira Feghali, após perder para o Senado, dificilmente terá chances de vitória para o Governo do Estado.



Porto do Rio

A péssima Lei dos Portos – imposta via medida provisória, referendada pela base aliada – acabou com os Conselhos de Autoridade Portuária (CAPs). Em resposta, foram criados ou dinamizados conselhos informais de usuários, que não têm assento em lugar algum, mas esperneiam por todo lado.

Nesta segunda-feira, os usuários do Porto do Rio informam que vários navios, para compensar atrasos na viagem, deixam de atracar no Rio. Os usuários acusam a Agência Nacional de Navegação Aquaviária (Antaq) de se omitir e informam que pretendem entrar em massa, na justiça, contra armadores.

http://www.monitormercantil.com.br/index.php?pagina=Noticias&No...



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Comentário de petrúcio josé rodrigues em 1 novembro 2013 às 8:55

comprando tributos  subsidiados ( em torno de 15 a 17% total, quando nos tributos  chegam a 38/39%).

não é bom grita por gritar!!!!!  se a madame engordou até aqui,  vai ficar ainda mais gorda.

Comentário de petrúcio josé rodrigues em 1 novembro 2013 às 8:52

Caro Romildo Leite,

louvável a idéia.

temos que lembrar que neste nosso caso, sair ás ruas representa um chamamento  de despertamento para  o Brasil em geral.

o que é fundamental, é ir as bases do Governo.

levar  estudo e parametros.

expor alternativa de  custo reduzido dos tributos, nas casa: (câmara dos deputados e senado).

deverá ser um trabalho abrangente, mostrando que  estamos comprando trib

 

Comentário de Mara Regina Belchior em 31 outubro 2013 às 12:17

Boa tarde, sou Empreendedora Individual na ramo mais afetado que é o Tricô, fui na feira  da China para saber em que chão estou pisando nos próximos anos. Entrei num estande que tinha malhas de tricô simples, me passaram a cotação, hoje por e-mail, uma malha de tricô custa 6,80 dólares, mais imposto de 35% uma malhas sai por 19,82 reais mais transporte. Agora quero saber "PORQUE" alguém por este preço compraria uma malha da China, quando pode comprar aqui com garantia, qualidade, respeitando normas de trabalho e ambiental, pode comprar pequena quantidades, pode escolher modelos, saber que uso fios nacionais, como Amparo, Adafyl, Fides, Lan Sul. Pode dar palpite nos modelos. Tamanhos Plus Size, "PORQUE" precisa comprar de lá. Tá faltando o que???? Acho que sei uma campanha a nível nacional, através das redes sociais divulgar este trabalho de muitos como eu, vamos  se unir e montar esta rede. Vamos mostrar como trabalhamos, porque , nossa qualidade e que temos preços competitivos. Gostaria de saber se os tecidos Chineses são confiáveis, seus corantes podem provocar alergia, se isto é testado dermatologicamente aqui no Brasil, ( não fazer teste em animais).

Mara Belchior Tricô.

São Paulo

Tel: (11) 3452 4304

marabelchiortricot@gmail.com.

Comentário de Silvia Garcia em 27 outubro 2013 às 18:06

Concordo que o problema não esteja na china e sim no Brasil, pois não entendo bem como poderia ser feito um programa de importação de produção limitado, aquecendo a indústria nacional, com encargos tributários dentro da realidade para o crescimento da indústria nacional, mas o que estamos preocupados é que para a china o importante é produzir e nós estamos aquecendo o  mercado chinês, e depois provavelmente Bangladesh... em 2008 o Brasil ocupava o sexto lugar na produção mundial no setor têxtil. A importação de vestuário aumentou 16 vezes em 10 anos. E não é realmente só a China, mas o volume maior é o chinês. Vamos perder emprego, tecnologia e estudo se isto não mudar. É uma pena, então pergunto com quem está a fatia maior do que se ganha em produzir mais barato, importando? Não é o consumidor, pois o vestuário não ficou mais barato. A Indústria na cadeia têxtil é a que menos ganha e perderá mais ainda com o produto final comparando custo e valor de venda.

Comentário de Mauro Ferreira da Silva em 27 outubro 2013 às 17:17

O problema não está na china,está no Brasil!

Já imaginaram quando Bangladesh mirar sua produção para o mercado Brasileiro?

Então, penso que a preocupação com a China não é muito sábia!!!!

Comentário de Romildo de Paula Leite em 25 outubro 2013 às 19:24

   Cara Silvia garcia. Segundo Diniz Filho, nem mesmo a frente parlamentar em defesa do setor consegue aprovar desoneração fiscal para uma atividade que está sofrendo concorrência desleal dos produtores chineses, que contam com subsídios de seu governo não apenas na produção, mas também nos fretes, para trazer as mercadorias para o Brasil.

Vamos continuar lutando não desista.

Comentário de Silvia Garcia em 22 outubro 2013 às 18:28

Pessoal, todos nós que trabalhamos na indústria têxtil devemos nos unir, serão nossos trabalhos q estarão em risco. Não vejo o produto final para o consumidor ficar mais barato, o que significa que essa vantagem está sendo camuflado. É uma pena, já temos muitas fábrica fechando, muitos funcionários sem trabalho  e nossa produção indo embora. O que é comercializado no Brasil deveria ser produzido no Brasil, isto é uma lógica para o crescimento de uma país.

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