Fonte:|guiajeanswear.com.br|
O governo indiano suspendeu as exportações de fios de algodão até ao final do ano, uma medida que grupos locais advertem que terá grandes consequências negativas para a indústria têxtil. As reações divergem entre os responsáveis do setor, mas no mercado internacional impera a indignação.
A decisão de suspender as exportações surgiu após o Ministério dos Têxteis indiano impor um limite de 720 milhões de kg sobre as transações internacionais de fios de algodão até ao final de março de 2011. O governo defende que a medida foi motivada pela necessidade de atender à crescente procura interna e a uma tentativa de deter a constante subida de preços da comoditty, com o objetivo de beneficiar as empresas têxteis do País.
De acordo com a Confederação Indiana da Indústria Têxtil (CITI), as expedições de fios vão subir à medida que os exportadores tentam forçar as entregas, que normalmente teriam ocorrido durante meses, até ao final de Março deste ano.
Segundo Shishir Jaipuria, presidente do CITI, a restrição da Índia acarretará a uma subida nos preços internacionais do algodão, já que o País é atualmente o maior fornecedor para os mercados globais. Outros grandes exportadores, como Paquistão, Turquia e Indonésia, poderão também beneficiar com este aumento de preços.
A princípio, para as fiações indianas poderão existir dificuldades iniciais em honrar compromissos com os clientes no mercado interno. Depois dessa fase, também poderão enfrentar um excesso de fios de algodão, uma vez que o consumo interno não consegue absorver a totalidade da produção.
Além disso, de janeiro a março de 2011, não serão fornecidos fios de algodão para os clientes no exterior, afetado sua reputação individual e do País como um fornecedor de confiança, afirma Jaipuria. A confederação quer que o governo reconsidere a sua decisão.
As empresas de fiação indianas também acreditam que a medida vai originar a perda de clientes de exportação para concorrentes como o Paquistão, China, Indonésia e Bangladesh, e estes clientes podem não regressar quando as exportações forem retomadas após abril.
Ashish Bagrodia, presidente da Associação de Empresas Têxteis do Norte da Índia (NITMA), aponta ainda que muitas empresas especializaram-se em fios específicos e de valor acrescentado, forçando-as agora a encerrar operações, pois não existe mercado interno para esse tipo de produtos. De igual forma, um grande número de fábricas de fiação está apenas orientado para a exportação, na medida em que trabalham sob diferentes regimes de promoção do comércio externo.
Por outro lado, Premal Udani, presidente do Conselho de Promoção da Exportação de Vestuário (AEPC), acredita que a decisão de limitar as exportações de fios de algodão já está beneficiando as empresas locais. “Como esperado, os preços dos fios e tecidos começaram a diminuir e a disponibilidade também está melhorando”.
Semelhante à medida para conter as exportações de fios de algodão, a Índia também tem um limite de 5,5 milhões de fardos sobre as exportações de algodão cru, isto após proibir completamente as exportações de algodão durante sete meses no início de 2010.
Os protestos junto ao governo indiano têm-se multiplicado por parte de grupos têxteis de todo o mundo, com a última reivindicação procedendo dos importadores norte-americanos de produtos de vestuário (AAFA), ecoando a posição de grupos têxteis na União Europeia, Turquia, México, Brasil, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Peru.
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