Fonte:|valoronline.com.br|
''As indústrias locais que têm contratos para entregar produto final estão tendo de aceitar pagar esses preços recordes''.
Obrigadas a pagar o recorde de R$ 4 por uma libra-peso de algodão em pluma, as indústrias têxteis e de fiação do Brasil se preparam para não passar por aperto de oferta semelhante na próxima safra, quando ainda se espera que o mundo tenha estoques mundiais apertados.
Segundo levantamento do Cepea/Esalq, até o fim de fevereiro as indústrias já haviam negociado a compra antecipada de 370 mil toneladas para entrega na safra 2010/11, cuja colheita começará em agosto. Na mesma época do ano passado, o volume era de 115 mil toneladas para entrega na temporada 2009/10.
"As indústrias locais que têm contratos para entregar produto final estão tendo de aceitar pagar esses preços recordes. A oferta está muito reduzida", diz Lucílio Alves, pesquisador do Cepea/Esalq. Na última semana, os preços da libra-peso da pluma atingiram no mercado interno recordes superiores a R$ 4. Desde o início da colheita passada, em agosto, os preços da commodity subiram 145% no mercado interno. "Os negócios estão bem lentos. As indústrias estão comprando 'da mão para a boca'", afirma Alves.
Até o último repique altista na bolsa de Nova York na semana passada - ontem houve queda - os preços no Brasil chegaram a ficar 10% mais elevados que no mercado externo. Nos últimos dias, o quadro se inverteu e o algodão de fora, sem a taxa de importação, passou a sair de R$ 4,10 a R$ 4,20 a libra-peso, ante os R$ 4 da última sexta-feira, segundo o índice Cepea/Esalq.
A condição de aperto no Brasil foi provocada pela quebra da produção na safra 2009/10, quando se esperava até 1,25 milhão de toneladas, mas o volume ficou em 1,19 milhão. Como as exportações já estavam comprometidas, o volume direcionado ao mercado doméstico foi insuficiente para atender às indústrias.
Em resposta a uma demanda do setor, o governo liberou a importação de 250 mil toneladas de algodão sem imposto, mas ainda assim, as compras do mercado externo estão baixas, segundo Miguel Biegai Júnior, da Safras & Mercado.
"As importadoras estão cobrando um prêmio muito alto para realizarem a operação. Elas querem se garantir caso o preço oscile muito - como vem ocorrendo - e tenham que depositar margem em bolsa", diz Biegai. Ele informa que os prêmios cobrados estão em torno de 1.800 pontos acima da tela de maio de Nova York - ou seja, 18 centavos de dólar por libra-peso.
De acordo com o Cepea, os estoques estavam, no fim de fevereiro, em cerca de 100 mil toneladas, suficientes para um mês de consumo.
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