Estudo mostra que jornadas de trabalho estendidas, sobrecarga e um ambiente de interrupções quase ininterruptas estão corroendo a produtividade global
Apesar do avanço do movimento pelo direito à desconexão, o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal segue sendo uma meta distante para muitos profissionais. Uma nova pesquisa da Microsoft, com mais de 31 mil trabalhadores em mais de 30 países, revela um cenário preocupante: jornadas de trabalho estendidas, sobrecarga e um ambiente de interrupções quase ininterruptas estão corroendo a produtividade global — e acelerando os sinais de burnout.
O relatório mostra que 80% dos trabalhadores dizem não ter tempo ou energia suficientes para desempenhar bem suas funções. Um dos principais motivos é o volume de distrações durante o expediente. Em média, colaboradores são interrompidos a cada dois minutos por e-mails, mensagens ou reuniões, o que pode representar até 275 interrupções diárias quando somadas ao tempo extra que muitos estão dedicando ao trabalho fora do expediente.
Essa tendência é reforçada pelos dados sobre comunicação fora do horário comercial. O número de mensagens de chat fora do horário tradicional (9h às 17h) subiu 15% em um ano. Em média, um trabalhador recebe 58 mensagens fora do expediente a cada quatro semanas.
Além das mensagens, reuniões fora do horário também estão em alta. Segundo o estudo, encontros após as 20h aumentaram 16% em um ano — um reflexo de equipes cada vez mais espalhadas por diferentes fusos horários. Mais alarmante ainda: 60% dessas reuniões são não programadas, convocadas de forma ad hoc. E como indicativo de pressão, o número de edições em apresentações do PowerPoint sobe 122% nos 10 minutos anteriores às reuniões.
O resultado é um ambiente de trabalho cada vez mais caótico. Quase metade dos profissionais e líderes afirmam que sua carga de trabalho é “fragmentada e desorganizada”, prejudicando não apenas o desempenho, mas também a saúde mental dos times.
A pesquisa aponta que 48% dos líderes já consideram o uso de agentes de inteligência artificial como prioridade estratégica nos próximos 18 meses. A ideia é usar essa “mão de obra digital” para aliviar parte da carga dos profissionais humanos. No entanto, a Microsoft alerta: a IA, por si só, não resolve todos os desafios — como excesso de reuniões, comunicação desorganizada e fronteiras turvas entre vida profissional e pessoal.
Para reduzir o burnout e restaurar a produtividade, as empresas precisarão ir além da tecnologia. Reavaliar a cultura de reuniões, instituir limites claros de horário e adotar práticas de trabalho mais focadas e menos fragmentadas serão medidas igualmente essenciais para construir ambientes mais saudáveis e sustentáveis.
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