Usam as conquistas da sociedade como desculpa para as dificuldades econômicas que produziram com a incompetência, a corrupção e o desprezo pela população.
A rebelião dos brasileiros é vitoriosa. Não interessa se vai durar mais um dia ou um ano. Ela surgiu numa grande explosão, como uma estrela, sem pedir licença, e vai se apagar também como uma estrela, também sem pedir licença. Não deve satisfação.
O Brasil já mudou para melhor. A sociedade não está mais calada e os que estão no poder estão tendo de ouvir e mostrar serviço. Esta é a grande conquista da rebelião. O desafio agora é resistir ao retrocesso.
Surpreendido no começo, o poder aposta no controle da rebelião e no retrocesso. Quer nomear lideranças para poder capturá-las. Lança manobras diversionistas, como pactos, constituinte e plebiscito. E executa a operação mais cruel e covarde: mandar a conta da rebelião para o povo na forma de inflação.
Depois de dez anos de governança ruim, de corrupção generalizada e de privilégios bilionários por conta do Tesouro, dilapidando a estabilidade econômica conquistada pela sociedade, o governo insinua agora que a inflação é o preço a pagar para reduzir tarifas e humanizar os serviços públicos.
Querem usar a rebelião como desculpa para as dificuldades econômicas que produziram. Que tratem de roubar menos, de cortar privilégios e de governar sem desperdícios. Este é o corte de gastos que têm de fazer. É assim que se controla o déficit público e se combate a inflação sem mandar a conta para o povo.
Fonte: Este Mundo Possível | Altamir Tojal
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