O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as políticas fiscal (que cuida da arrecadação e dos gastos públicos) e monetária (taxa de juros para segurar a inflação) partem da mesma engrenagem. “Se a economia continuar desacelerando por razões ligadas à política monetária, vamos ter problemas fiscais porque a arrecadação vai ser impactada”, avisou.
Haddad participou, nesta quinta-feira, da sessão de debates sobre juros, inflação e crescimento econômico, requerida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Estiveram presentes também a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
O Brasil tem a maior taxa de juros básica do planeta, muito acima da praticada por países desenvolvidos e mesmo pelos países em desenvolvimento que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Os juros determinados pelo BC brasileiro são altos, apesar de a relação dívida/PIB (tamanho da dívida em relação à economia) ser similar ou inferior aos demais Brics, com exceção da Rússia.
As taxas de juros reais, descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses, estão no seguinte patamar, de acordo com a Infinity Asset:
Brasil |
6,94% |
África do Sul |
1,60% |
Índia |
1,29% |
China |
0,37% |
Rússia |
0,19% |
A relação dívida/PIB dos países do Brics em 2023, segundo projeção do FMI:
Rússia |
16,9% |
África do Sul |
70,7% |
Brasil |
77,6% |
Índia |
83,8% |
China |
84,2% |
A dívida pública brasileira é alta por que os juros são altos, ou os juros são altos por que a dívida pública é alta? Questionado sobre, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que “não se pode confundir causas e efeito”, e que a dívida não é alta porque os juros são altos. “É o contrário: o juro é alto por causa da dívida”, disse.
Faltou ao neto de Roberto Campos explicar baseado em que teoria econômica se baseou. O fato é que o pagamento de juros e amortização da dívida nesse ano deve consumir mais de R$ 700 bilhões.
Em debate no plenário do Senado Federal, Campos Neto e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, divergiram, mais uma vez, sobre o patamar da taxa Selic (juros básicos da economia). Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumenta a taxa básica de juros, a finalidade seria conter a demanda aquecida e reduzir a inflação, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Como a demanda não está aquecida, conforme mostram indicadores do IBGE, o efeito na inflação é pequeno. Já o impacto na dívida pública é alto. A Selic, em 13,75% ao ano, está no maior nível desde janeiro de 2017.
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