Fonte:|.terra.com.br|
Como, após décadas de esquecimento, a juta volta com toda a força, impulsionando os negócios na mais conhecida floresta do mundo
Lívia Andrade
O trabalhador lança a juta no ar. O movimento estica a fibra, que na sequência é colocada no varal para secar. Este é o trabalho rotineiro de centenas de agricultores no Estado do Amazonas. A juta ali é fonte de subsistência de diversas famílias de ribeirinhos. De ciclo anual, a planta é uma erva que chega a alcançar de três a quatro metros de altura. Sua introdução no Brasil deve-se a uma missão japonesa chefiada por Tsukasa Oyetsuka em 1931. Toda fibra encontra-se entre a casca e o talo. Para extraí-la, depois de colhidos, os feixes de juta são colocados na água e permanecem ali por cerca de dez dias, o que facilita a tarefa. O processo é totalmente manual, empregando centenas de pessoas. Por isso, o governo do Estado, via Agência de Fomento (Afeam), firmou uma parceria público-privada com o grupo do empresário Mário do Nascimento Guerreiro para a criação da Brasjuta, uma empresa verticalizada voltada ao processamento e beneficiamento de duas fibras vegetais: a juta e a malva. “O investimento para a instalação da fábrica é de R$ 20 milhões, a Afeam entrou com R$ 9 milhões e a família Guerreiro com R$ 11 milhões”, diz Fernando Alberto Silva, diretor-executivo da Afeam.
A aposta tem seu respaldo na expertise de Guerreiro no assunto. O pai do empresário, hoje com 89 anos, foi o criador da Brasiljuta, empresa de processamento da planta, inaugurada com a presença do então presidente Getúlio Vargas em 1951. Naquela época, todo produto agrícola era vendido em sacaria de juta, o que fez da fibra vegetal um dos produtos de maior importância econômica para o Amazonas. Em 1965, a produção atingiu seu ápice: mais de 47 mil toneladas, e assim a juta reinou soberana até a década de 80. No entanto, com o aparecimento das sacarias de prolipropileno e ráfia, ela foi perdendo o posto, o que levou à paralisação da Brasiljuta em 1991.
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