A decisão da governo fluminense de decretar o fim do uso de sacolas plásticas descartáveis no comércio, no prazo de um ano, não foi bem aceita pelo setor comercial e industrial, que sugeriu a adoção de outras políticas a fim de evitar o aumento em seus custos, apurou a Revista Sustentabilidade.
"O erro é o descarte do material e não o produto em si", disse Marcelo Oazem, vice-presidente do Sindicato da Industria de Material Plástico do Rio de Janeiro (Simperj). "O que falta é uma coleta seletiva adequada, pois o plástico é 100% reciclável".
Para ele, a lei está atacando o efeito e não a causa
A Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro aprovou o Projeto de Lei 885 de 2007, do poder executivo, que obriga a substituição e recolhimento de sacolas plásticas feitas de polietileno ou polipropileno em estabelecimentos comerciais por sacolas reutilizáveis, confeccionadas em material resistente ao uso continuado ou em material biodegradável.
O executivo disse que o objetivo é eliminar sacolas de plásticos descartável por sacolas de um material menos agressivo ao meio ambiente.
"Ao comprar uma melancia no mercado utilizando uma sacola plástica para transportá-la, você está levando dois produtos: um que demora poucos minutos para sumir e outro que demora 500 anos", disse Ana Domingues, fundadora da Fundação Verde (Funverde) que apoiou o projeto durante a sua tramitação. "Os sacos plásticos levam um segundo para serem produzidos, as pessoas os utilizam em média durante 30 minutos e o meio ambiente demora cinco séculos para decompô-lo".
Segundo Domingues, o mundo consome 1 milhão de sacos plásticos por minuto, o que significa quase 1,5 bilhão por dia e mais de 500 bilhões por ano.
Segundo a nova legislação, os estabelecimentos ainda serão obrigados a receber as sacolas plásticas do público em geral e destiná-las a um fim ecologicamente correto. Em troca, poderá ser distribuído um vale-compra para alimentos no valor de 3 centavos por sacola.
A votação ocorreu no dia 24 de junho e aguarda sanção do governador. Depois de sancionada, a lei entrará em vigor em um ano.
Os setor do comércio também não gostou da lei.
Para Aldo Gonçalves, presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro e Diretor da Associação Comercial do Rio de Janeiro, mesmo que a medida venha a contribuir para uma melhora no meio ambiente, a maneira que a legislação será aplicada vai carretar custos para os comerciantes, que já estão sobrecarregados pelos impostos.
"Os custos adicionais não deveriam ficar só no ombro do comércio", disse Gonçalves.
Segundo o dirigente, os custos ainda terão que ser absorvidos mesmo com os prazos previstos na lei. As microempresas terão um prazo de três anos para substituir as sacolas, as pequenas empresas dois anos e as demais empresas um ano.
Para Oazem do Simperj, alternativas para proteger o meio ambiente do efeito nocivo do descarte das sacolas seriam a redução do consumo, através da conscientização da população, ou, até mesmo, o aumento da espessura das sacolas, reduzindo o número de unidades utilizadas e possibilitando a sua reutilização com maior frequência.
FONTE: http://www.revistasustentabilidade.com.br/reciclagem/news_item.2009...
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Na minha opinião a decisão do governo em si não é errada nem a posição de defesa dos empresarios em geral. Acho que a iniciativa do governo é valida, mas não deve descontar nas costas dos comerciantes em geral. Nesta queda de braço geralmente quem sempre vence é o governo. Existe uma lei sobre acessibilidade, aqui em Campo Grande/Ms que esta obrigando todos os comercios a adequarem suas calçadas com piso tatil para cegos. Todos os empresarios reclamam, mas cumprem. Mesmo sabem que, se o piso tatil é uma obra urgente para o bem da população em geral, quem deveria coloca-lo seria a prefeitura (lembrando que na mesma não existe piso tatil). Resumindo o governo venceu.
Senhores empresários nós os varejistas, não somos a voz do povo, mas entendemos o que eles falam, e se acatarmos a mais uma lei destas, o povo vai entender que o governo "corrigiu" um problema que era gerado pelos comerciantes "com suas sacolas de plastico baratas". Oras e o cliente tem consciencia ambiental. Temos que simplismente então parar de fornecer sacolas sejam plasticas ou biodegradaveis , e ver se o cliente tras de casa uma sacola. Lembrando que funcionários publicos que aprovam estas leis tambem são clientes.
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