A maioria dos executivos em posição de liderança diz estar preparada para comandar suas organizações na economia digital, mas na realidade eles desconhecem ou não possuem as habilidades para fazê-lo. Essa é uma das conclusões de um estudo realizado pelo MIT Sloan Management em parceria com a multinacional de soluções de TI Cognizant, que entrevistou mais de 4,3 mil líderes de 190 países. Mais de 70% deles concordam que estão, individualmente, preparados para lidar com os desafios da nova economia. Mas esse percentual caiu de forma significativa quando eles foram questionados se possuem determinadas habilidades digitais. Entre elas, usar dados para tomada de decisões e aumentar a performance das equipes e conhecimentos técnicos que inspirem o respeito em outros colegas.
Coletivamente, existe a percepção desse despreparo. Mais de 80% de todos os entrevistados afirmaram que as organizações precisam de líderes digitais e apenas 40% acreditam que sua organização possui uma estrutura robusta para ter ou desenvolver esse tipo de liderança. Somente 12% acreditam que possuem um gestor com a mentalidade necessária para a transformação digital e menos de 10%, com as habilidades para a empresa prosperar nesta nova era.
Segundo o relatório do estudo, publicado na “MIT Sloan Management Review”, “é evidente que a digitalização está criando demandas sem precedentes na liderança e forçando as organizações a mudarem a forma como operam no nível mais básico. E a habilidade com dados, segundo especialistas ouvidos pelos pesquisadores, não será mais restrita ao CIO ou a uma divisão específica. Será exigida em todas as áreas da organização: marketing, RH, vendas.
Para entender por quais motivos a liderança não está preparada (ou ao menos por que impera a percepção de que não está), os pesquisadores realizaram entrevistas com 27 executivos da mostra do estudo. Ao cruzar os resultados com outras bases de dados, apontaram três motivos: há uma falta de entendimento sobre o que o mundo digital significa na prática, há diversos “pontos cegos” que impedem os gestores de verem ou construírem um novo caminho e, diante da pressão por mudar, imperam tensões que geram falta de confiança e criam uma cultura de inércia.
Ao final, o MIT listou três perfis de liderança que encontrou a partir dos dados. Um deles engloba aquilo que já foi considerado normal em termos de liderança, mas hoje figura como qualidade menos importante ou até contraproducente. Exemplo: a liderança que impera sob comando e controle e aquela que acredita na hierarquia para exercer influência e poder. Um segundo grupo inclui aqueles gestores que prezam por valores constantes, como ética, confiança e integridade. E, no terceiro, entra o perfil do profissional que possui entendimento digital e flexibilidade para liderar. É uma mistura do segundo com o terceiro grupo que a liderança de sucesso da nova era deve se sustentar, segundo os pesquisadores.
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