Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Linhas Corrente abre novas áreas de negócios

Fonte:|valoronline.com.br|

O diretor de vendas e marketing da Coats Corrente, Antônio Carlos Longuini, não encontra uma sala de reuniões livre para a entrevista com o
Valor. "Mas é por um bom motivo: algumas salas foram
realocadas para receber novas áreas de negócio", diz o executivo que é
prata da casa, há 31 anos na empresa. Há mais de 100 anos, a fabricante
inglesa de linhas e zíperes ocupa o mesmo espaço no bairro do Ipiranga,
na zona sul de São Paulo, mas os últimos tempos têm sido especialmente
agitados.

Pressionada pela concorrência dos importados têxteis chineses - que gera redução das encomendas das confecções locais -, a antiga Linhas Corrente tenta se reinventar. Nos últimos três anos, investiu US$ 150
milhões em tecnologia, marketing e produção. Hoje, é possível encontrar
produtos da Coats Corrente em artigos que vão muito além das linhas para
costurar ou dos fios para tricotar um cachecol: desde absorventes
íntimos internos e suturas usadas por cirurgiões, passando por uniformes
de bombeiro e coletes à prova de bala, até linhas que percorrem os
cabos de fibra óptica, sua mais nova investida.

"O segmento de especialidades, que reúne os novos usos da linha, ainda representa pouco (10%) na receita da divisão industrial, mas é nesse segmento que está o maior potencial de crescimento da empresa",
diz Longuini, que não revela o faturamento. Em especialidades, estão
ainda as linhas aplicadas em calçados, móveis, estofados (inclusive
automóveis), saquinhos de chás e encadernação de livros.

A grande aposta está nas linhas especiais para altas temperaturas, usadas em uniformes e acessórios não só de bombeiros, como de profissionais que trabalham em redes elétricas e nas indústrias
siderúrgica e petrolífera. "Infelizmente devido ao aumento da violência,
há também uma demanda crescente pela linha para coletes à prova de
bala", diz Longuini, explicando que, nesse produto, é o emaranhado da
linha que retém o projétil. A Inbratêxtil, do grupo de segurança Inbra, é
um dos clientes dessa linha especial.

Depois de China, Índia e Estados Unidos, o Brasil é o maior mercado da multinacional inglesa Coats, que está presente em 67 países. Mas, com a crise, o Brasil não tende a superar o mercado americano? "Lá a
receita é maior porque eles só produzem especialidades, não fabricam
linhas ou zíperes, que representam 70% e 20%, respectivamente, das
nossas vendas", afirma. No ano passado, a receita global da companhia
caiu 14%, chegando a US$ 1,4 bilhão. "Mas este ano vamos retornar ao
patamar de US$ 1,6 bilhão", diz. No país, seus principais concorrentes
são a Bonfio (em linhas) e a YKK (em zíperes).

Enquanto busca a diversificação em produtos de maior valor agregado, a Coats Corrente procura adotar uma nova postura em relação às confecções. Entre elas, grifes como Ellus, M. Officer, Forum e as
fabricantes Hering, Marisol e Malwee. A empresa presta consultoria
técnica aos clientes, para aumentar a produtividade em pelo menos 5%, e
está presente desde o desenvolvimento de produto, na escolha de cores e
materiais adequados para cada tipo de tecido. "Antes, nossa atuação se
resumia à área técnica", diz Longuini.

Para fazer parte do mundo fashion, vale até ir às salas de aula. A empresa mantém parceria com algumas das maiores faculdades de moda do país. Em São Paulo, na Santa Marcelina, FAAP e Senac, foi instalada uma
Sala Coats, contendo boa parte do portfólio da empresa. Lá, os futuros
estilistas têm à disposição linhas, zíperes, entretelas e outros
aviamentos para criação. A Coats também foi a patrocinadora da sétima
edição do concurso de moda da FAAP e vai bancar a viagem de uma semana a
Paris da aluna vencedora, que receberá ainda € 1.000 de prêmio da
fabricante. "A partir de 2011, vamos premiar o melhor aluno do curso de
graduação de moda da FAAP, que vai conhecer as fábricas e os clientes da
Coats na Europa".

Existem duas grandes divisões na Coats Corrente: a industrial e a doméstica, onde estão as tradicionais linhas para tricô, crochê e bordados. Cada uma delas responde por cerca de 50% da receita, mas os
passos da divisão industrial seguem mais rápidos. Há cerca de dez anos, a
participação da divisão doméstica era de 60%. Isso não significa que a
empresa esteja deixando de lado as fieis consumidoras das linhas de
Anchor, Camila, Cisne e Esterlina, seus produtos para tricô e crochê. As
marcas vêm sendo anunciadas pela apresentadora Ana Maria Braga, no
programa Mais Você, da Rede Globo.

"Quando há apresentação de novos produtos nas ações de merchandising, as ligações congestionam o nosso Serviço de Atendimento ao Consumidor", diz a supervisora de marketing, Izabel Gallina. Sinal que mesmo a
despeito de toda a mudança de comportamento das últimas décadas, o sexo
feminino continua fazendo jus ao slogan da divisão de produtos
domésticos: "Coats Corrente – o ponto forte das mulheres".


Exibições: 1089

Comentar

Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!

Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

© 2024   Criado por Textile Industry.   Ativado por

Badges  |  Relatar um incidente  |  Termos de serviço