Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Low-code ganha força no Brasil, mas ainda não é prioridade de investimentos

CIOs adotam low-code como alternativa para enfrentar escassez de talentos e ganhar eficiência na Ti.

low codeImagem: Reprodução/Shutter Stock

Em um cenário global de rápida digitalização e disputa aquecida por profissionais de TI, plataformas de low-code têm surgido como uma alternativa cada vez mais interessante para as empresas. Segundo o Gartner, companhia global de aconselhamento para empresas, soluções de low-code devem movimentar US$ 26,9 bilhões em 2023, volume que representará um aumento de 19,6% em relação ao ano anterior.

Segundo a consultoria, plataformas de low-code têm se mostrado cada vez mais úteis frente às crescentes demandas por aplicação, mas também para a otimização de fluxos de trabalho e para a automação personalizada. Na previsão do Gartner, até 2026, os desenvolvedores fora dos departamentos formais de TI representarão pelo menos 80% da base de usuários para ferramentas de desenvolvimento low-code – porcentagem bem acima dos 60% registrados em 2021.

Esse interesse no low-code também se manifesta no Brasil. Realizada anualmente com líderes de tecnologia das maiores empresas brasileiras, a pesquisa ‘Antes da TI, a Estratégia’, da IT Mídia, revelou que a tendência não é uma prioridade para executivos de TI do país, mas está na agenda de CIOs. Na edição 2022, a pesquisa apontou as ferramentas de low-code como lanterninhas em uma lista de 13 focos de investimento de CIOs, citadas por apenas 40% dos respondentes.

Em relação ao resultado da ‘Antes da TI, a Estratégia’ do ano anterior, no entanto, o resultado de 40% já representa um crescimento da tendência – em 2021, apenas 33% dos executivos colocavam low-code como um foco de investimento. “O low-code cresceu bastante do ano passado para cá e a gente pode imaginar que, para o próximo ano, vamos ter um novo aumento neste percentual”, projetou Pedro Hagge, gerente de estudos da IT Mídia, durante uma mesa de debate virtual entre CIOs organizada pelo IT Forum neste ano.

A Credsystem, empresa de serviços financeiros especializada em varejo, é uma das companhias que empregou low-code para enfrentar o desafio de atualização de seu legado. Com mais de 25 anos de operação, a companhia desejava desenhar uma nova arquitetura em nuvem baseada em microsserviços.

“A gente tinha meio bilhão de linhas de código para converter”, contou Fábio Felizatti, CIO da empresa. “Mas olhamos o low-code como uma forma de acelerar o processo. A primeira conta que fizemos é que precisaríamos de três anos e uma equipe enorme para fazer essa conversão. Com low-code, a gente conseguia reduzir isso pela metade”. O projeto foi rodado em low-code e é considerado um sucesso pelo executivo. Em um ano, a empresa já conseguiu converter 70% de suas aplicações legadas usando low-code. “Foi super corajoso, mas deu super certo”, narrou.

Diretor de engenharia e tecnologia da Transpetro, maior companhia de transporte de óleo e gás do Brasil, Jair Toledo também tem explorado a tendência do low-code. Seu objetivo com essas ferramentas, no entanto, é bem diferente: a aproximação da TI das áreas de negócio. Com uma atuação nacional e pulverizada por todo o país, a empresa tem buscado usar o low-code para a capacitação de profissionais de outras áreas de seu negócio em habilidades de tecnologia, como uma estratégia para contornar as dificuldades que enfrenta para novas contratações.

“Empresas privadas vão no mercado e contratam quando querem. Eu faço um planejamento de dois anos quando eu quero um profissional novo”, explicou Toledo. “Então nós estamos solucionando com a mão de obra super qualificada que temos em casa, com muita requalificação. Boa parte de nossos colaboradores são engenheiros, e eles se dão muito bem com low-code.”

Para organizar a ação, a empresa desenhou um centro de excelência focado em tecnologias como low-code e analytics para garantir a governança dos projetos. A partir daí, a companhia passou a capacitar todos os profissionais com as habilidades necessárias, usando as ferramentas de low-code. “A gente entende que o low-code vai levar uma visão digital para as pontas, de norte a sul”, anotou o diretor de tecnologia da Transpetro.

Desafios do low-code

Na avaliação dos executivos que participaram do debate, no entanto, ferramentas de low-code são projetos que exigem uma adaptação e reorganização dos times de TI de companhias – em especial para lidar com a velocidade que essas plataformas trazem. Para isso, é essencial se ter clareza do que se busca com esse tipo de solução para evitar que projetos de low-code se tornem recursos ociosos.

A Credsystem, por exemplo, enfrentou uma série de disrupções em sua operação por conta das mudanças que a tendência do low-code trouxe à sua esteira de entrega de valor. Em um dos projetos de low-code para entrega de aplicativo, contou Felizatti, o processo de desenvolvimento e entrega do produto foi muito mais ágil do que o esperado pelo time de infraestrutura, o que acabou levando à uma indisponibilidade após um lançamento bem-sucedido. “A transformação do low-code para quem está desenvolvendo é tranquila, mas o back-end – onde está a infraestrutura – nem sempre consegue acompanhar na mesma velocidade”, contou o CIO da Credsystem.

Para evitar esse tipo de situação, explicou o executivo, é essencial que líderes se atentem à “esteira inteira” após implementarem projetos de low-code, principalmente no contexto de entrega de produtos. Sem essa visão holística da esteira, é possível que a velocidade sendo ganha no desenvolvimento de uma solução acaba se tornando um novo gargalo mais para frente. “Orquestrar todo mundo que está na esteira de entrega de valor – para entender que você está acelerando o desenvolvimento e que sua entrega de valor será mais rápida – é um ponto importante. Ou você acaba tendo gargalos em outras áreas”, explicou Felizatti.

Um segundo ponto de atenção é a necessidade de se adaptar a mentalidade de times de tecnologia às novas estruturas do low-code. “Antes do low-code, eu tinha uma estrutura Java. Quando migramos, a ‘escovação de bit’ deixou de ser importante e falar de negócio passou a ser importante”, disse o CIO da Credsystem. Em alguns casos, colocaramos executivos, isso pode significar um incômodo para alguns profissionais de TI.

https://itforum.com.br/noticias/low-code-ganha-forca-no-brasil-mas-...

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