A Operação Politeia deixou Dilma Rousseff e Lula preocupados.
Ao cumprir 53 mandados de busca e apreensão em empresas e imóveis de políticos suspeitos de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras, a nova etapa da Lava Jato atingiu em cheio a base aliada do PT, tornando ainda mais frágeis as condições de governabilidade da primeira mulher sapiens do Brasil.
Assim como Lula, a base não tolera a incapacidade do governo de melar a operação.
A coluna Painel, da Folha, informa:
“Aliados de PTB, PP e PSB, que ainda garantiam votos em projetos prioritários à equipe econômica, foram atingidos pelas buscas e estão nervosos. O PMDB, até aqui livre das diligências, já sabe que será o próximo da lista e promete dar o troco.
A medida que repatria recursos do exterior patrocinada pela equipe econômica deve ser a primeira vítima da rebelião na base após a execução dos mandados nesta terça.
A proposta prometia uma injeção de dinheiro no combalido caixa da União. ‘A Politeia tirou das mãos de Dilma mais de R$ 20 bilhões’, disse um peemedebista, sobre a pouca vontade de aprovar a regra agora.”
A “pouca vontade” de aprovar a regra também já foi demonstrada pela oposição, que rejeitou os apelos do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Aécio Neves (PSDB-MG) alegou: “Na verdade, é de novo o governo do improviso. As dificuldades em que esse governo mergulhou em razão dos seus equívocos fazem com que a todo momento surja aí uma novidade, ou uma solução maravilhosa e criativa para resolver todos os problemas fiscais do governo. Não é assim. Essas questões dizem respeito a tratados internacionais e é precioso que sejam discutidas em profundidade, seus eventuais benefícios, mas também os danos que possam causar. Portanto, a posição do PSDB hoje é de cautela, de não dar urgência para que essa matéria seja votada.”
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) foi ainda mais incisivo, como de costume: “É como se eles tivessem feito uma farra, um grande banquete. Comeram, beberam, alguns vomitaram e alguns estão chamando agora a gente para fazer a limpeza da sala. Isso não é possível.”
Mas é o costume. Desde que FHC se recusou a pedir o impeachment de Lula, os tucanos não fazem outra coisa senão limpar a sala do PT.
Agora os petistas estão até estranhando.
Em encontro com Dilma e alguns ministros no Palácio da Alvorada, Lula demonstrou sua preocupação com o ambiente político extremamente deteriorado em Brasília e, segundo Gerson Camarotti, atribuiu parte da crise à apreensão entre políticos aliados atingidos pela Lava Jato.
“Lula deu vários conselhos. Disse que a presidente deveria sair da armadilha de ficar presa à pauta do Congresso Nacional, onde o governo tem sofrido derrotas importantes nos últimos meses. Lula sugeriu ainda que Dilma procurasse uma agenda fora de Brasília, em viagens pelo país, e interlocução com os movimentos sociais.
A avaliação do ex-presidente é que Dilma tem que fazer gestos concretos para sua base social. Lula tem lembrado que foi esse setor que deu a estabilidade política necessária ao seu governo, em 2005, no auge do escândalo do mensalão.”
Em fevereiro, em busca da popularidade perdida, Dilma foi ao Nordeste enganar os pobres e espancar o idioma, como mostrei aqui.
Se escutar os conselhos de Lula e fugir de Brasília, a mulher sapiens poderia ao menos incrementar sua turnê com a saudação à mandioca.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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