Em 2017, a receita total do sector, que inclui relojoaria, joalharia, vestuário, calçado e artigos de couro, vai atingir entre os 254 e os 259 mil milhões de euros em vendas, face aos 249 mil milhões de euros em 2016, segundo um estudo conjunto da consultora Bain & Co e da associação da indústria de luxo italiana Altagamma.
O sector de bens de luxo sofreu nos últimos anos com a quebra nos turistas que visitavam a Europa, depois de uma vaga de ataques terroristas ter espalhado o medo no Velho Continente; com a desaceleração dos negócios em Hong Kong e com a quebra da procura na China.
Em outubro último, a Bain previu um crescimento de 1% a 2% para 2017, mas a indústria do luxo conseguiu crescer 4% no primeiro trimestre de 2017.
«Depois de um 2016 difícil, o primeiro trimestre de 2017 trouxe algum alívio para a indústria do luxo. O repatriamento contínuo do consumo chinês, bem como uma perspetiva positiva na Europa, tanto para os locais como para os turistas, vão ajudar a impulsionar o crescimento do mercado global durante o resto do ano», antevê Claudia D’Arpizio, sócia da Bain e principal autora do estudo, em declarações à Reuters.
A Bain não cita empresas concretas, mas no primeiro trimestre de 2017, os gigantes do luxo LVMH, Kering e Hermès anunciaram bons resultados.
«É um crescimento mais saudável, pelo que atualizámos a nossa previsão para este ano. Alguns dos atores que estão a sair-se bem estão realmente a superar-se», acescenta Federica Levato, outra das autoras do relatório.
Europa no topo
A Europa, que está a começar a assistir ao regresso dos turistas, deve ser o mercado de bens de luxo de mais rápido crescimento este ano, com um incremento de vendas de 7% a 9%.
Espanha, vista como um destino relativamente seguro, e Grã-Bretanha, agora mais acessível aos turistas depois da recessão pós-Brexit ter afetado a libra, destacam-se no mapa europeu, enquanto a China continental apresenta um crescimento de 6% a 8%.
Ainda assim, a Bain prevê que as vendas na Ásia possam encolher 2% a 4% em 2017. Hong Kong, Macau e Singapura estão em recuperação, mas Taiwan e o Sudeste Asiático enfrentam uma queda no número de turistas da China e da Coreia do Sul, enquanto o Japão estagnou.
Os EUA, o maior mercado de artigos de luxo, deverão também apresentar uma performance mais frágil, com o dólar forte e a incerteza sobre as políticas do presidente Donald Trump a fomentarem um ambiente desafiante, segundo o relatório da Bain.
Nos próximos anos, o mercado de luxo deverá continuar a expandir-se a uma taxa média anual de 3% a 4% para atingir entre 280 e 290 mil milhões de euros em vendas até 2020, impulsionadas por uma crescente classe média chinesa e por uma recuperação em mercados mais maduros.
Em 2025, os elementos da geração do milénio e da geração Z representarão 45% do consumo geral de luxo, com os consumidores asiáticos a constituirem mais da metade, acrescenta o estudo.
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