Mais 6 marcas serão investigadas por trabalho irregular
DE SÃO PAULO
UOL
Mais seis marcas de roupas serão investigadas pelo Ministério Público do Trabalho por uso de mão de obra em condições análogas à escravidão em confecções paulistas.
De acordo com a procuradora Fabíola Zani, responsável pelo caso, durante a fiscalização que encontrou três oficinas com bolivianos em condições degragantes fazendo roupas para a marca Zara também foram encontradas etiquetas das grifes Ecko, Gregory, Billabong, Brooksfield, Cobra d'Água e Tyrol.
A reportagem não conseguiu contato com essas seis empresas.
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De acordo com a procuradora, as empresas serão chamadas para prestar esclarecimentos. Se for comprovado o uso da mão de obra de forma irregular --mesmo que por meio de terceirizadas, como ocorreu com a Zara--, as empresas poderão ser multadas, além de intimadas a assinar um termo de conduta para acabar com a prática.
A SRTE/SP (Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo) aplicou autos de infração trabalhistas à Zara que, somados, podem atingir R$ 1 milhão.
O CASO
Três confeccções que prestam serviço à rede foram flagradas por fiscais do Ministério do Trabalho com trabalhadores bolivianos expostos a condições degradantes.
Duas das confecções ficam em São Paulo; a terceira, em Americana (127 km de SP). A fiscalização chegou a encontrar uma adolescente de 14 anos entre os trabalhadores. Ela só podia sair da confecção --que também servia de moradia-- com autorização da chefia.
A Zara reconheceu o trabalho irregular, mas, de acordo com a SRTE, se recusou a fazer a anotação na carteira de trabalho de 16 trabalhadores encontrados em oficinas "quarteirizadas" da rede --ou seja, subcontratadas por uma empresa que presta serviços à Zara-- e de pagar diretamente a multa de R$ 140 mil referente à rescisão dos contratos.
A SRTE aceitou o pedido da empresa para que a AHA, que foi a terceirizada responsável pela contratação das oficinas clandestinas, quitasse essas multas.
O grupo espanhol Inditex, proprietário da marca Zara, disse nesta quinta-feira que vai revisar, em colaboração com o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), o sistema de produção de seus fornecedores no Brasil para garantir que não haja exploração dos funcionários.
"Esse caso representa uma grave infração ao Código de Conduta para Fabricantes e oficinas externas da Inditex, que esse fabricante havia assumido contratualmente", afirmou a multinacional têxtil, que lembrou que o código estipula a máxima proteção aos direitos dos trabalhadores.
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TEM MUITAS CONFECÇÕES SURGINDO NO INTERIOR DE SAO PAULO,O PROBLEMA É QUE A MÃO DE OBRA É MUITO BARATA ,COM ISSO ELAS NÃO CONSEGUEM SOBREVIVER.FORA OS IMPOSTOS.
É bem verdade que tudo o que está na mídia (e, convenhamos, muita gente já sabe disso há muito tempo) é abominável, é inaceitável, principalmente quando a palavra da moda no momento é "sustentabilidade", que muitas empresas utilizam como publicidade sem ter noção exata do que significa. Tipo: "Tá na moda, é bonito, vamos usar!".
Por outro lado, as mesmas exigências para as empresas nacionais devem ser requisitadas de produtos que vem de fora. Não dá para ter regras duras, embora corretas, para empresas daqui, e ser benevolente ou negligente com manufaturados feitos, todo mundo sabe como, por outras nações, sob o risco de aniquilar os bons em prol dos ruins. É simplesmente uma questão de isonomia.
Defendo tolerância zero contra o malfeito. Se quisermos evoluir enquanto sociedade, temos que definitivamente parar de fazer "vistas grossas" com tantas irregularidades e falcatruas.
Temos que exigir pra valer nossos direitos mas também cumprir com nossos deveres.
É uma via de mão dupla.
Acabaram as industrias de confecção.
Surgiram as facções brasileiras.
Acabaram as costureiras.
Agora importamos bolivianos que costuram.
É a globalização na confecção!
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