Mais Dólares, Menos Selic

[Textile Industry]

Pressões inflacionárias devem levar o Banco Central a apertar as condições monetárias na virada de 2012 para 2013. Mas essa perspectiva não neutraliza a possibilidade de a taxa Selic cair ainda mais, abaixo de 9,50% nos próximos meses.

Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores, entrevistado pelo blog Casa das Caldeiras na terça-feira passada, contempla esse cenário especialmente se o Brasil for inundado por fluxos de capitais estrangeiros. “Não se deve descartar essa possibilidade de queda maior da Selic, com o BC apertando a política monetária com outros instrumentos não-convencionais de política monetária, caso o Brasil seja inundado por dólares”, afirma.

Para Borges, aumentos da Selic são contraproducentes em relação ao objetivo de conter a expansão do crédito e consequentemente a demanda agregada e a inflação com a ampla e crescente liquidez global. Ele entende que o aperto monetário de 2012 e 2013 provavelmente será feito com novas medidas macroprudenciais, como decisões restritivas previstas no acordo de Basileia 3, e aumento de depósitos compulsórios ou alternativamente com aumento desses depósitos.

Para a LCA, entre os focos de pressão estão os impactos indiretos do provável reajuste do diesel que será feito pela Petrobras ao longo de 2012, o calendário eleitoral na sequência das eleições municipais, uma alta mais forte dos preços de commodities não neutralizada pela valorização cambial e um crescimento do PIB brasileiro próximo de 5% no final de 2012. “Esses focos poderão gerar uma aceleração de até 1 ponto percentual do IPCA entre 2012 e 2013. Essa constatação levará o BC a agir na virada de 2012 para 2013, de modo a assegurar uma inflação caminhando para menos de 5% em 2014”, diz Borges.

Fonte:|http://www.valor.com.br/valor-investe/casa-das-caldeiras/2553036/ma...