Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Mara Maehara, a CIO que trocou os palcos pela TI e brilhou nos dois

Diretora de TI da Totvs, Mara construiu uma trajetória marcada por superações, intencionalidade e protagonismo feminino na tecnologia.

Mara Maehara, CIO da Totvs (Imagem: Divulgação/Totvs)

Mara Maehara, diretora de TI da Totvs, subiu ao palco do evento Mulheres que Fazem, da empresa brasileira de software, com a segurança de quem já viu de tudo em 34 anos de carreira na tecnologia, mas ainda se emociona ao lembrar da menina que só queria dançar.

“Não nasci com vocação para tecnologia. Queria ser bailarina, me apresentei até no Teatro Municipal, cantei em banda… mas quem faz dança é quem tem dinheiro, e eu não tinha. Então fui para onde dava: estudar, para fugir da oficina mecânica do meu pai, que não via sentido nenhum em eu gastar tempo com livros”, lembra.

Aos poucos, Mara foi esculpindo uma trajetória que mistura coragem, disciplina e resiliência. “Fui a única mulher da minha turma de faculdade a seguir na área. E eu só consegui pagar o Mackenzie com muito suor.”

Mergulhar 20 metros de profundidade para enfrentar o medo de água. Saltar de paraquedas para lidar com o medo de altura. Trabalhar muito, absorver tudo o que podia e crescer. “Com a condição social que eu tinha, nunca pude desistir. Estava no lugar certo quando as oportunidades surgiram e eu as agarrei.”

E elas surgiram. Há nove anos, Mara comanda a TI da Totvs. “Na minha área, temos 319 funcionários, sendo 26% mulheres. E na Totvs como um todo, temos 36% de mulheres e 24% em tech. Na liderança, chegamos a 37%. Trabalhamos com intencionalidade. É de cima pra baixo.”

Essa intencionalidade se traduz em ações concretas. Mara lidera o grupo de diversidade de gênero da Totvs, que começou há cinco anos e virou programa oficial da companhia. Hoje, a Totvs tem diversas frentes que cuidam de diversidade como um todo. “Capacitação, cultura e indicadores: é assim que se transforma.”

Se é para imaginar o futuro, Mara acredita em contribuição coletiva. Mas também em histórias individuais. Como a dela, que se casou aos 43 anos, engravidou aos 44, enfrentou uma gestação de risco e passou por mais um turbilhão, “como tantos outros”. “Sigo aqui, com coragem. Porque desistir nunca foi opção”, finaliza.