Marcas dirigidas por celebridades: oportunidade ou ameaça?

[Romildo de Paula Leite]

Co-fundador de um app de meditação cuja gestão é compartilhada com a atriz Gwyneth Paltrow, Ben Little discorre sobre o impacto dos artistas empreendedores.

Se a participação de artistas e influencers em campanhas de Marketing pontuais já são altamente rentáveis para as empresas, quais seriam os resultados caso estas personalidades decidissem se envolver, também, na definição de estratégias de negócio e outras frentes que envolvem a gestão de uma marca?

O envolvimento da atriz Gwyneth Paltrow como o app de meditação e bem-estar Moments of Space ajuda a responder a esta pergunta. Empoderado por inteligência artificial, a ferramenta oferece exercícios de meditação com os olhos abertos guiados pela artista.

Mais que exercer o papel de uma face conhecida recomendando e endossando o aplicativo, no entanto, Paltrow aderiu ao negócio iniciado em 2021 ainda na fase de desenvolvimento, atuando como co-fundadora e diretora da comunidade global desde o lançamento.

Ben Little, CEO da agência Fearlessly Frank e cofundador do Moments of Space, conta que a participação da atriz transformou uma atividade de nicho em algo mainstream. Ele relata que a artista demonstrou grande interesse em colocar no mundo um produto que trouxesse benefícios positivos aos usuários e, claro, construir um negócio de sucesso.

O resultado? Fortemente envolvido na fase de lançamento, o nome da atriz ajudou a garantir mais de 700 peças de cobertura da imprensa. Paltrow também esteve presente no evento oficial de lançamento do app, em Los Angeles. Little narra, também, que a artista se mantém atenta às estratégias para o futuro, com mentalidade aberta e muito interesse em IA.

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Artistas empreendedores? 

Little vê um crescente número de celebridades interessadas na ideia de copropriedade. De fato, não faltam exemplos de artistas que, nos últimos anos, apoiaram iniciativas em uma participação mais ampla do que o escopo da influência.

Para ilustrar, o engenheiro destaca o caso de George Clooney. Como garoto-propaganda da Nespresso, o ator teve ganhos estimados em US$ 40 milhões. Por outro lado, ao vender a propriedade da Casamigos, sua própria marca de tequila, faturou cerca de US$ 1 bilhão – o que indica que o empreendedorismo pode ser a bola da vez para artistas e celebridades.

Little avalia que a força deste negócio emana, em grande parte, do clamor público em participar e usufruir de experiências proporcionadas por seus ídolos. Isto, segundo ele, provoca nos consumidores uma sensação inédita de aproximação dos artistas que admiram, em especial, considerando tendências de centralização do cliente como a personalização.

Na visão do responsável pelo Moments of Space, caso decole, o cenário poderia ser preocupante para as marcas de gestão tradicional, que, em casos extremos, perderiam espaço para iniciativas conduzidas por super-estrelas. Para o executivo, cabe aos profissionais de Marketing serem mais empreendedores na forma como negociam acordos com talentos, lendo o mercado de forma estratégica para identificar os clamores dos fãs.

*Com informações de The Drum

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