Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Matemática Decorrente . Esta foi a operação desastrosa do governo do PT

Por Giuseppe Tropi Somma

 

 

 

 

Matemática didática é aquela que aprendemos na escola e é com ela que processamos instantaneamente todas as operações, do começo ao fim. Entretanto, existe outra “modalidade” chamada matemática decorrente, que é a junção da lógica de suas operações com a lei de Newton: a cada ação, uma reação.

Esse tipo de matemática está interligado a nossos atos, a partir dos quais ela começa a se autoprocessar, isto é, nós processamos uma operação e, a partir dela, a matemática decorrente passa a processar várias outras operações até finalizar o resultado. É o conhecimento dessa matemática que diferencia o comportamento das pessoas, com seus sucessos ou seus fracassos. Entender de matemática decorrente é ser uma pessoa de visão, é saber prever as consequências dos próprios atos ou dos atos de outros.

Em minha opinião, para um economista ou para um governante, conhecer a matemática decorrente é imprescindível. Não adianta dominar apenas a matemática didática, pois, se não dominar a decorrente, será um economista fracassado ou um governante desastroso.

Por exemplo, quando o governo decide injetar R$ 30 bilhões na economia em forma de financiamentos imobiliários visando aquecê-la, ele estará processando apenas uma operação matemática: somar os recursos para incentivar aquisições. Feito isso, a matemática decorrente passa sozinha a executar várias outras operações. Será que alcançará os resultados desejados? Vamos ver:

 

  1. Soma positiva (aumento) das vendas;
  2. Soma negativa (aumento) do endividamento do consumidor, proporcional ao aumento das vendas imobiliárias;
  3. Diminuição da sobra de disponibilidade mensal do consumidor endividado para gastar em outros itens, às vezes mais importantes e urgentes;
  4. Diminuição da capacidade e da oferta de empregos nos outros setores de bens de consumo;
  5. Com tais resultados negativos, aumentam as demissões, o seguro-desemprego etc.;
  6. Mais prejuízos para os empregadores e para o próprio governo, até amortizar as prestações do financiamento e o resultado chegar a zero etc.

Outro exemplo: Um simples aumento de salário mínimo em 10% ou outro benefício qualquer para o trabalhador, que não seja por iniciativa espontânea do empregador ou por meritocracia, ativa uma matemática decorrente negativa. Vejamos por quê:

Primeira operação matemática realizada: soma (aumento) no ordenado do trabalhador. Agora a matemática decorrente:

  1. Soma no custo da folha de pagamento;
  2. O aumento (soma) de determinado valor na mão de obra da empresa gera um acréscimo de 160% nos custos sobres estes 10%. Por que isso? 100% contabilizados a mais sobre os novos aumentos devido aos adicionais indiretos no salário, como FGTS, férias, 13º etc., ao aumento das matérias-primas de seus fornecedores, mais 30% incidente sobre o aumento de impostos governamentais na comercialização dos produtos produzidos mais caros. Ou seja, se o aumento salarial para o empregado é de apenas 10%, o empregador terá que diluir o equivalente a 26% do salário nos custos de sua produção e aumentá-los no que for necessário;
  3. Tendo aumentado o custo nas empresas, tudo o que é produzido pelo trabalhador brasileiro é encarecido (soma) numa proporção maior que a de seu aumento salarial;
  4. Para o funcionário fica: soma no salário, mas diminuição na capacidade de compra;
  5. Aumenta (soma) o volume de impostos para o governo com o aumento no preço dos produtos;
  6. Quanto mais impostos vão para o governo, menos dinheiro circula na sociedade.

Quais os lados que levaram vantagem nesse aumento? São três: governantes (vantagens políticas), sindicalistas (vantagens políticas) e governo (mais impostos). Para a sociedade (trabalhador), fica apenas a inflação.

Para o governo distribuir por meio de “bolsas-família” e outros benefícios, por meio de fartos salários na administração pública ou fartos empréstimos impagáveis pelo BNDES, ele precisa subtrair em excesso de alguém. De quem? De quem mais paga impostos: o setor produtivo, que, com excesso de tributos, não terá mais capacidade de gerar riqueza, demitindo trabalhadores e fatalmente sucumbindo.

Distribuir a riqueza dos outros qualquer ignorante o faz, mas, para gerar riqueza, precisa ser muito inteligente. Matemática decorrente não é filosofia ideológica, mas é ciência prática, e a falta dela pode dar espaço a uma utopia socialista.

Enfim, para entender a solução matemática da governabilidade de um país, é necessário entender de matemática decorrente, e com ela chegar-se-á a um princípio absoluto: quem gera as riquezas de um país nunca é o governo, mas a atividade econômica privada. Quanto mais riqueza na atividade privada, maior a capacidade de produção, a geração de empregos, os salários, o consumo, as oportunidades para todos os cidadãos, o nível de vida e os impostos (não altos, mas volumosos).

Quanto mais altos impostos se cobram de uma sociedade, mais pobreza nela se semeia. E pobreza gera pobreza, por isso que o “bolsa-família” tende sempre a aumentar. Vender ilusões para o povo não adianta e não se deve, porque corrupção ativa e esmola-bondade, quando visam a vantagens financeiras ou políticas, têm a mesma gravidade. Também o dinheiro emprestado ao povo com fartos financiamentos não gera riqueza, mas, sim, endividamentos sociais, comprometendo o futuro das pessoas e da economia em geral. O povo não precisa de dinheiro emprestado, precisa de lucro, do dinheiro dele, que ganha diariamente, mas que o governo lhe subtrai incansavelmente.

Um governante sério deve estar circundado por gente séria e competente, não por aventureiros utópicos, inimigos da matemática decorrente e até da didática. A utopia socialista está longe da eficiência econômica e, quando isso acontece, aparece a triste realidade: “Quanto mais incapaz for um governante, maior quantidade de impostos ele necessitará”.

Para as próximas eleições, precisaríamos de candidatos que olhassem mais para o nosso maior mal, que não está na sociedade governada, mas no próprio governo. Os males da sociedade são pontuais e consequências do mau governo. Vamos curar o governo, que o resto virá rápido e fácil. Precisamos agir no sentido de diminuir o custo do Estado, para poder diminuir a carga tributária e deixar na sociedade, e só nela, o maior fruto de seu trabalho, o lucro, para que a prosperidade seja maximizada de tal modo que alcance todas as classes, sem precisar de falsários da bondade. Precisamos de alguém movido pelo patriotismo e não pela vontade de enriquecer.

Nesta campanha eleitoral, não vejo nenhum candidato dar o devido peso a estes três temas: tamanho do Estado, diminuição de impostos e fim da corrupção. Bom seria se conseguíssemos isso num ambiente democrático, porque, do contrário, iremos em direção ao caos e ele nos levará a um regime totalitário.

 

* Reprodução liberada *

 

Cav. Giuseppe Tropi Somma é empresário, membro da Abramaco e presidente do Grupo Cavemac.

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Comentário de Antonio Silverio Paculdino Ferre em 3 outubro 2014 às 11:32

Brilhante! Diminuir o Estado, privatizar urgente o que está nas mãos dos maus gestores públicos.

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