Num cenário de forte expansão das vendas on-line no país e disputa mais acirrada entre os grandes do setor, o Mercado Livre informou ontem que planeja investir R$ 10 bilhões no Brasil em 2021, mais que o dobro do desembolsado em 2020 (R$ 4 bilhões), e montante recorde na história da empresa, fundada em 1999.
O valor supera a média de desembolsos anuais dos concorrentes no país, como B2W, Magazine Luiza e Amazon. O montante ainda equivale à somatória de investimentos do Mercado Livre no Brasil nos últimos quatro anos, e deve ser voltado especialmente para a área de distribuição e logística. Parte do capital deve vir de recente emissão de títulos de dívida do grupo (US$ 1 bilhão), concluída em janeiro.
Em entrevista na noite de ontem, Stelleo Tolda, presidente do Mercado Livre, disse que a empresa projeta a abertura de três novos centros de distribuição no Brasil neste ano, alcançando com isso, a marca de oito centrais. Há cerca de três anos, havia apenas uma. A companhia opera por meio do “marketplace”, com venda de produtos de terceiros (lojistas e pessoas físicas), e também de itens próprios em estoque.
A necessidade de acelerar prazos de entrega e melhorar o nível de serviço ao consumidor – uma questão fundamental nos projetos também dos rivais da empresa – levou o Mercado Livre a elevar as projeções de investimento.
O anúncio ocorre em paralelo a outro, de redução no valor dos gastos que permitem frete grátis ao cliente. Agora, para compras acima de R$ 79, não será cobrada a entrega – antes era acima de R$ 99. A Americanas.com passou a oferecer frete grátis acima de R$ 100 semanas atrás. Desembolsos para subsidiar essa estratégia entram nos investimentos. Tolda lembra também que nesse conjunto de investimentos estão certas despesas operacionais, como contratação de pessoal, e projetos na área ambiental e social.
Segundo ele, há um apoio dos investidores de sustentar esses investimentos por aportes na operação, se necessário. “Eles entendem que os projetos que temos implementado têm dado resultado e há respaldo deles”, diz.
Quanto mais os lojistas utilizam a estrutura de distribuição do Mercado Livre – de armazenagem à entrega, além dos serviços financeiros – maior é o controle sobre prazos e qualidade do serviço, e maior é a receita do grupo. Para analistas, é um ciclo que, para se consolidar, precisa de desembolsos contínuos das empresas.
Ainda ontem, o comando do Mercado Livre antecipou ao Valor que as vendas dos lojistas por meio de sua plataforma (o chamado GMV) somaram R$ 48 bilhões em 2020, alta de 60% sobre 2019. Segundo balanço publicado na noite de ontem, houve alta de 120% nas vendas líquidas no quarto trimestre no Brasil. Em dólares, a soma atingiu US$ 720 milhões.
Na América Latina, o GMV do grupo subiu quase 70% em dólar, para US$ 6,6 bilhões no quarto trimestre. Houve prejuízo de US$ 50,6 milhões, versus perda de US$ 54 milhões um ano antes.
Em vendas totais dos lojistas (GMV), a expansão foi de 84% no país no período.
Fonte: Valor Econômico
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