Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Seria a desindustrialização brasileira um mito? Ou haveria pelo menos uma ameaça de desindustrialização? É verdade que há em todo o mundo um crescimento exponencial do setor de serviços, ampliando sua participação na estrutura das modernas economias de mercado. E também é verdade que a queda dos preços de produtos industriais, disparada pela competição global, associada ao aumento dos preços de matérias-primas e das commodities agrícolas, reduziu a participação da indústria na composição do produto interno bruto.

Mas a ameaça da desindustrialização brasileira não se refere a essa inegável perda de importância relativa da indústria, que ocorre de forma natural nas economias avançadas. O que se discute aqui é uma ameaça concreta aos níveis absolutos de produção e de emprego na indústria brasileira. Os juros são muito altos. O câmbio é muito baixo. Os impostos e os encargos trabalhistas são excessivos. A logística e a infraestrutura são deficientes. A energia é muito cara.

Levantamento exclusivo do IBGE para “O Globo” deste domingo mostra o encolhimento de 0,7% no mercado de trabalho industrial no período 2009-2011. Houve no triênio forte retração no emprego em setores de produtos manufaturados tradicionais, como couro e calçados (-8,1%), fumo (-12,2%), vestuário (-12,6%) e madeira (-28,9%).

O que se discute aqui é uma ameaça concreta aos níveis absolutos de produção e de emprego na indústria brasileira

É fato que a emergência da China como maior produtor mundial de manufaturados atingiu cadeias produtivas em todo o mundo. Mas a maior competitividade da indústria chinesa é também o resultado da melhor qualidade de suas políticas públicas. A moderação fiscal assegura juros baixos e câmbio favorável a suas exportações. O grosso dos gastos públicos são investimentos em energia, infraestrutura e logística, em vez de despesas correntes como no Brasil. E, como os mercados globais são suas alavancas de prosperidade e inclusão social, resistem à incidência de encargos sociais e trabalhistas.

O Brasil tem de um lado, à base das cadeias produtivas, uma fabulosa disponibilidade de recursos naturais. E temos, na outra extremidade, um mercado potencial de quase 200 milhões de consumidores para os produtos finais de nossa indústria. Mas uma perversa configuração de políticas públicas estimula uma invasão chinesa que ameaça de desintegração estágios importantes das cadeias produtivas industriais. O Império do Centro ameaça rachar ao meio a indústria brasileira.

fonte:http://www.imil.org.br

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Comentário de adalberto oliveira martins filho em 22 abril 2012 às 21:52

JONATAN...o que mais gera emprego e renda NAO SÃO GRANDES EMPRESAS/GRUPOS.....e sim as empresas de menor porte!!! como em todo o mundo, EXCETO  na china!!!!!mas vc é a favor da desindustrialização!!!!  temos erros sim...mas temos que corrigir...importar nao é a solução!!! vamos ter problemas sociais logo mais!!!! por favor...pondere e reveja os conceitos!!!tudo bem que vc defenda seu peixe, mas por favor  diga NAO A DESINDUSTRIALIZAÇÃO!!!!! ajude a construir o Brasil, nós temos esta responsabilidade.....

Comentário de Jonatan Schmidt em 18 abril 2012 às 13:34

A provocação é excelente.

Pessoalmente, eu acho que o Brasil está "primarizando" a sua industria.

Se analisarmos as 100 maiores empresas, o que encontraremos de indústrias, além de O&G / ENERGIA?

EMBRAER. Ok! Mais alguma?

SIDERURGICAS. Sim, mas grande parte produzindo "commodities"...

A Revista EXAME desta semana está EXCELENTE no trato de todas estas questões...

Comentário de jaime martins pereira em 17 abril 2012 às 21:08

A causa principal da desindustrializacao no setor textil,e que a taxa de retorno do capital,nao oferece condicoes para investir,.Nao ha emprestimo que se pague,se,formos aplicar recursos bancarios,as atuais taxas de juros,devido basicamente aos precos relativos dos produtos,tanto no mercado nacional,quanto internacional,,a concorrencia asiatica,jogam os precos de produtos impotados iguais o preco das materias primas,incluido ahi o imposto em cascata,,jaime martins pereira

Comentário de Tadeu Bastos Gonçalves em 17 abril 2012 às 8:32

Romildo, você elencou algumas variantes que comprometem a competitividade da indústria nacional:

  • Juros altos
  • câmbio baixo
  • impostos e encargos excessivos
  • logística e infraestrutura deficiente
  • energia cara.

A estes eu incluiria:

  • Tecnologia desatualizada
  • Produtividade baixíssima
  • Motivação da equipe, baixa.
  • Salários baixos

Quando estudamos administração, aprendemos que uma das formas de obtermos resultados eficientes é utilizando as técnicas do PDCA e dentro dela, para identificarmos os problemas e buscarmos soluções de curto prazo é usando a Matriz de RABE.

Nossas associações representativas deveriam servir-se destas ferramentas e traçar planos de ação intensa individual a cada problema para erradicá-los, e só depois partir para outra. Ficar debatendo todos simultaneamente, levará ao que levou nosso grupo de debate no mes de janeiro...

A desindustrialização infelizmente não é mito, mas poderíamos manter uma grande parte sadia, se soubéssemos nos articular e focar um a um, cada problema, até solucioná-los. É assim que fazemos em nossas empresas, podemos fazer assim em nossas associações.

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