Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Os novos idosos são um nicho importante (e mal atendido) consumidor de moda. Em breve, poderão ser um mercado.

Embora venha mudando progressivamente, a terceira idade ainda é mal atendida pela moda. Foto: Advanced Style.

 

É, não se fazem mais velhinhos como antigamente... Ainda bem!

 

O novo idoso é ativo, aproveita bem seu tempo livre, tem expectativa de vida bem mais alta e mantém intensa vida social. Por isso é um nicho cada vez mais importante para se considerar, com suas próprias necessidades específicas. Logo, será um mercado.

Além de tudo isso, a terceira idade tem maior poder aquisitivo para gastar consigo mesmo. Só que não se pode esquecer que boa parte dessa renda é revertida para a saúde e qualidade de vida, seja com remédios e planos de saúde ou com atividades físicas. Isso é seguido pelas novas experiências (como turismo e entretenimento), e, depois, onde nos interessa, que é a vaidade (esse consumo de moda e beleza).

Essa geração que agora chega à terceira idade é a geração do baby boom. Eles são experimentadores, desbravadores e já mudaram muito o mundo (e continuam mudando). Seus hábitos e direcionamentos de consumo são, portanto, inovadores para essa faixa etária.

Lembrar que criar moda para essa turma é bem diferente, pois os desafios começam na modelagem: o corpo não para de e modificar. Leia-se tronco mais curto, cintura expandida, curvaturas da coluna acentuadas, busto baixo, ombros arcados e movimentos muitas vezes limitados por causa de saúde. Pele fina e mais sensível também exige materiais naturais, de preferência orgânicos. A moda deve estar atenta a essas transformações se quiser atender bem esse público e pensar em tecidos de qualidade, maleáveis, calçados confortáveis, ser prática para vestir e despir. No entanto, visualmente, não pode parecer "roupa de vovó".

Os desafios começam na modelagem: o corpo não para de se modificar.

A moda para quem tem mais de 60 anos exige cuidados como conforto, movimentação e noções de elegância que perduram em sua conformação de gosto e noções de beleza sedimentadas – só que deve estar também inserido dentro da linguagem de moda atual.

No que já existe no mercado, conforto e funcionalidade nem sempre combinam com estilo, e o resultado é invariavelmente repetitivo: do moletom e vestidinho de malha fria aos ajustes indispensáveis em roupas prontas. Este nicho está, atualmente, abandonado.

Em se falando do ponto-de-venda, ou PDV, que queira atender com mais qualidade e atenção esse público, é necessário considerar alguns itens. Não ter pressa e ter paciência para explicar, ter funcionários jovens ou mais velhos, e alguns itens funcionais como ter letras grandes e evitar a existência de escadas!

Não pode parecer roupa de vovô. Foto: Advanced Style

Identificar ou não como produto de moda para a 3ª Idade?

A resposta é difícil e, sinceramente, ninguém ainda soube responder com certeza. Há um grupo engajado que não só não vê problemas na identificação como tem orgulho de estarem em um terceiro momento da vida. Porém, há uma grande quantidade que não gosta de ser ver como alguém que não é mais ativo economicamente na sociedade e cai no formato tradicional de negar a idade.

Consumidores de produtos e serviços de luxo, os novos idosos gostam de ver suas necessidades de consumo sanadas. Já conquistaram uma liberdade muito grande de criação de sua aparência, mas todos os atributos que os jovens buscam ainda estão lá: construção da beleza, sedução, expressão de seus humores.

Novos hábitos também fazem parte, já que aprenderam, ou estão aprendendo, a lidar com a máquina. Adentraram na internet recentemente e não podem ser ignorados como consumidores on-line: em 2010 já eram 9% do público que usa a rede. Passam em média 4 horas por semana na rede (estamos tratando aqui, maciçamente, de classes AB), usam ferramentas sociais (as mulheres) e e-commerce e pesquisa (no caso dos homens).

Os novos idosos são um desafio para a moda, pois são consumidores exigentes, experientes e transformadores de hábitos... Afinal, o Baby Boom transforma o mundo desde os anos 60!

Patricia Sant’Anna e André Ribeiro de Barros

leia o post no blog.

 

Leia também: O melhor momento, de Jane Fonda (Editora Paralela)

A velhice, de Simone de Beauvoir.

Tendere - Pesquisa de Tendências e Consultoria em Moda, Beleza e Design

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Comentário de Heloiza Lima Luz em 25 julho 2013 às 10:46

De fato, principalmente a mulheres na faixa dos 60 anos, não encontram roupas que se adequem a seu estilo de vida, a maioria hoje é produtiva, antenada e gosta de se vestir bem, infelizmente o mercado entende em sua maioria que jovens senhoras ou senhoras se encaixam em tamanhos extras ou estereotipam como pessoas que só usam mangas ou peças sem nenhum atrativo fashion.

Como trabalho com criação e Modelagem, percebo mais que ninguém essa brecha no mercado, e embora nunca tenha tido o desejo de criar uma marca, hoje me vejo bem inclinada a fazer algo para esse público, afinal por me enquadrar na faixa etário, eu já estou vivendo essa situação.

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