Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Moda que vem da crise é mais democrática e mais sexy, diz especialista

Fonte:|g1.globo.com/Noticias|
Heloísa Marra

Inverno 2010 vai ser cinza e monocromático, em reação aos excessos.
Tom de tijolo, símbolo da reconstrução, também é um dos pontos fortes.


Ano passado, quando a falência do banco de investimento Lehman Brothers fez a crise americana atingir seu auge em setembro, o consumo de produtos têxteis, de vestuário e calçados, que vinha tendo no varejo um crescimento de até 10% despencou, segundo Fernando Pimentel, diretor superintendente da ABIT, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção. “O setor fechou 2008 com um crescimento de 4% e agora, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de janeiro a junho de 2009 apresentou um resultado acumulado 6,9% negativos.

“O impacto foi forte. Não sabemos dizer se chegamos ao final do ano recuperando todas as perdas mas com os índices de emprego sendo retomados, esses números começam a mostrar um sinal de estabilidade. Vamos fechar o ano no negativo mas com tendência de crescimento”, afirma o diretor superintendente da ABIT, para quem o Brasil vai sair da crise antes dos países desenvolvidos.

“Mas nesse momento em que há um excesso de produtos no mundo em busca de novos mercados, não podemos permitir que nosso país seja um estuário para produtos de fora. Nada contra o produto internacional, mas minha mensagem é de otimismo cauteloso. Para que retomemos o crescimento temos que ser mais competitivos. São necessárias medidas para tornar o crédito mais barato e reduzir os impostos. Ainda temos o pior sistema tributário e o pior spread bancário. Por outro lado, segundo o ATI Kearny, uma das maiores consultorias estratégicas americanas, em vestuário e varejo, o Brasil é o segundo país mais promissor entre os países emergentes”, explica.

Inverno 2010 vai ser cinza

Em matéria de formas e cores, a moda só vai começar a mostrar o efeito desse impacto no inverno 2010. Segundo Gert van de Keuken, do estúdio de tendências Li Edelkoort, que recentemente deu uma palestra no Seminário Moda + promovido pelo Senac Rio, o inverno 2010 vai ser cinza e monocromático como uma reação ao excesso em que vivemos até agora. Gert prevê uma virada radical na estação: “da multiplicidade de conceitos deletáveis passaremos à monocromia. É um momento de pensar muito antes de fazer”, afirmou o diretor criativo do Li Edelkoort, que aponta também o tom de tijolo, símbolo da reconstrução, como um dos pontos fortes.

Grifes tentam 'turbinar' vendas com evento fashion em SP e no Rio

A preocupação cada vez maior com a sustentabilidade é outra consequência. Na última quarta-feira, Paulo Borges, da Luminosidade, anunciou que o produto de moda sustentável será um dos nichos explorados pelo Rio-à-porter, salão de negócios, lançado no Palácio da Cidade no Rio, que acontecerá de 11 a 13 de janeiro no Cais do Porto. No design e na moda, virou prioridade produzir sem provocar tanto impacto no meio ambiente e pensando cada vez mais na inclusão social.

Sexy vende e jeans também

Mais democrática e mais sexy, a moda que vem da crise busca, segundo Silvia de Souza, da Fashion MKT, empresa de consultoria de moda, a essência e o impulso do recomeço. “Ela está por exemplo nos jeans originais five pockets, nas formas ovais, que lembram ninho, refúgio e a autossuficiência do ovo. O Première Vision, importante salão de tendências da França, chamou este verão de “o verão da tentação”, apostando no sexy, no fetiche e na cor.

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