Mudaram o chefe, e agora?

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Fonte:|administradores.com.br|

Confira a entrevista sobre a melhor forma de lidar com esse tipo de mudança no ambiente de trabalho

Por Fábio Bandeira de Mello

Ter três chefes diferentes em apenas um ano e trabalhando no mesmo setor não é natural, mas pode acontecer. A atendente comercial Érika Morais sabe bem o que é isso, ela passou por essa situação de instabilidade na última empresa que trabalhou.

A atendente relata que tentava ver cada mudança como um novo aprendizado, mas nem sempre era fácil. Ela diz que a forma de agir de alguns chefes deixava o clima de trabalho tenso e causavam insegurança no trabalho. "Em cada um dos chefes havia uma forma que eu não considerava a melhor de se exigir responsabilidade por nossa parte, alguns inclusive, viviam nos ameaçando de demissão. Teve uma dessas chefes que chegou a nos dizer que ia ser como um pitbull em cima da gente. Fazia meu trabalho do mesmo jeito, mas frustrada pela falta de reconhecimento", conta Érika.

Já o bancário Rafael Vasconcelos conviveu com o mesmo chefe durante seis anos e a mudança da liderança, no último ano, trouxe a preocupação dele em se esforçar mais no trabalho, mas sempre mantendo o foco em suas tarefas. "Eu buscava sempre deixar tudo em dia, ou seja, não deixava afazeres para o dia seguinte ou atrasava minhas obrigações do dia. O que eu queria era não chamar atenção negativamente do meu novo chefe".

Praticamente todo o profissional passa por uma transição de chefe no decorrer de sua carreira. Nessa questão, é natural que muitos desses profissionais encontrem dificuldade com a mudança dessa liderança. Insegurança no que pode acontecer no trabalho, nas metas para serem alcançadas, saber como agir com a liderança, o que deve e o que não deve ser dito ao novo chefe. Essas são algumas dúvidas que ocorrem em grande parte dos profissionais que passam por essa situação.

Para tentar ajudar esses profissionais, o Portal www.admistradores.com.br conversou com o coach e especialista em gestão empresarial, o consultor Paulo Queija, Diretor da MQS Consultoria e Treinamento Empresarial. Queija falou sobre como agir nesse processo de mudança de chefia. Confira!

1 - Enfrentar uma transição de metodologia no trabalho não é algo tão fácil. Se a mudança de rotina vier agregada à troca de chefe, a dificuldade pode ser ainda maior. Quais são as dicas para enfrentar essa situação da melhor forma possível?

Primeiro é fundamental não fazer conjecturas, tentar imaginar o que aconteceu ou mesmo como será a pessoa que substituirá o líder. Muito cuidado com a construção de "pré"-conceitos, eles são um dos grandes inimigos no início de novas relações. Toda mudança tem motivos, mas o principal é saber os objetivos, isso sim ajudará o profissional a buscar sua direção.

2 - Como lidar com essa nova liderança? É preciso que o empregado desenvolva uma boa relação com seu líder desde o primeiro momento?

Conhecer o novo líder é importante. A sugestão é: tranquilidade. Não é necessário se antecipar, aguarde no começo para que ele (ou ela) também "tome pé" da situação. Inicialmente é o líder quem deve vir até você ou requisitar sua presença.

A boa relação deve ser mantida sempre, com todos os colegas de trabalho. Seja você mesmo. O novo líder vai querer conhecer sua equipe, então busque acompanhar o ritmo dele neste ponto. Sem dúvida você terá oportunidades para estreitar o relacionamento com esta nova liderança.

3 - A mudança de um chefe traz, geralmente, insegurança aos funcionários. É preciso se "matar" de trabalhar para mostrar serviço ao novo líder ou continuar com a mesma carga já realizada?

Se você forçar uma situação, logo ele saberá que isso era artificial e não faz parte de seu dia a dia. Procure manter o que faz e logo você conhecerá as novas regras do jogo.

4 - Novos chefes podem ter metodologias de trabalho diferente dos antigos. Comparar as ações do novo supervisor com a do antigo devem ser evitado no ambiente de trabalho? Isso pode criar um clima desagradável na organização?

Sim, nunca compare as ações do atual chefe com o anterior, isso é altamente nocivo e pode criar animosidade no ambiente de trabalho e também junto ao líder. A manutenção do ambiente saudável é de responsabilidade de todos, por tanto, seja profissional e a resposta será no mesmo nível.