Uma breve explicação do cenário político e social no Brasil
O debate é o motor de uma democracia, como seria possível existir uma saudável e pulsante sociedade democrática se não houvesse uma bela roda de amigos com cervejas e opiniões diferentes? Ou seja, duas coisas são indispensáveis a democracia: opiniões diferentes, consequentemente: debates. Todavia, o Brasil não vive uma democracia saudável, simplesmente porque o poder governamental no Brasil restringe-se a disputas de interesses e a pensamentos políticos partidários de um lado só, no Brasil tudo se resume a 50 tons de vermelho.
Aí você deve estar me questionando: “mas Pedro, meu bem, o PSDB, DEM, PP e outros”? Estes partidos são no máximo centro-esquerda, isto é, circulam entre algumas ideias de direita e outras de esquerda, mas geralmente, por pressão da maioria, deixam-se carregar pelo fluxo “esquerdante”(SIC). Não há no Brasil hoje um representante partidário com coragem para levantar-se e dizer: “Somos de direita”; a não ser casos individuais de pessoas com pensamentos de direita em meio a partidos de esquerda, todavia, partidos de direita ainda não há.
O resultado desta aporia democrática é: o debate ficará sempre dando voltas dentro de um pequeno círculo interminável, a ditadura de uma opinião só, como apontava Chesterton em “Ortodoxia”. A democracia brasileira é uma cobra que se alimenta eternamente do seu próprio rabo, onde a oposição é oposição simplesmente porque quer ocupar o cargo que por hora se encontra nas mãos de outro partido, ou seja, não é oposição porque possui ideias consistentemente diferentes das do outro partido; não porque possui novos caminhos e estratégias radicalmente diferentes da esquerda hegemônica no cenário político brasileiro, mas sim porque é outro partido e não o seu que está no poder. A oposição não difere em seu Locus de controle, como afirma o economista americano Thomas Sowell, ela muda algumas características aqui ou acolá, mas seu modus operandi na política ainda é o de esquerda.
Não é raro ouvir pessoas como Luciana Genro olhar para o PSDB e afirmar que eles são de direita, não obstante, muitos chamam a nova cara do PMDB também de direita. Mas meu santo saco, como estes partidos são de direita? Isto é uma ignorância político-filosófico gritante, será que não conhecem o pensamento conservador? Liberal? Como pode afirmar que um partido espelhado no socialismo Fabiano como PSDB, e o PMDB que defende atitudes de esquerda abertamente, de um momento para o outro tornaram-se de direita?
A democracia brasileira é como uma cabeça que possui um olho só, só consegue enxergar um lado da situação; quando você é contra o sistema político do PT, aqui no Brasil, automaticamente e numa rapidez que nem mesmo a velocidade da luz conseguiria bater, você torna-se o mais novo filiado do PSDB, como se para criticar a política de esquerda petista eu necessariamente tenho de pertencer a “oposição” psdbista. É simplória e nojenta estas discussões que acabam nestas reduções improdutivas; não há como você opinar sobre a má administração da Dilma, sobre o núcleo de corrupção na Petrobras, provinda do PT, sem que algum arauto da verdade desperte de sua harmoniosa serenidade, e com sua sede de justiça inflamada pela pira dos deuses gregos, diga: mas no tempo do FHC era pior. Mas cacete, isso não justifica; primeiramente, se o FHC roubou, leve-o junto para cadeia de mãos dadas aos demais, não sou seu advogado, se roubou, prenda-o. Segundo, se os atos do governo FHC não foram investigados, que constitui um erro, não significa que o erro deva ser repetido agora, afinal o governo que está agora no poder é o de Dilma não o do FHC, as atitudes governamentais atuais inferem diretamente nas nossas vidas. É verdade que os reflexos das corrupções passadas atingem-nos ainda hoje, mas isto não justifica os atuais desvios bilionários.
O discurso de defesa, feita pelos petistas de plantão é: “mas no tempo do FHC… O Aécio também é ladrão… Na ditadura militar também houveram roubos”…, mas quase nenhum tenta afirmar a límpida dignidade da senhora Dilma, por quê? A melhor defesa consiste em: “Mas outros também roubaram”. Como se isso por si só apagassem os bilhões desviados da Petrobras, e fizessem o povo assim dizer: “A não, se os tucanos nos roubaram o PT também tem direito de nos roubar”.
O que essa gente ainda não percebeu, com suas massas cefálicas divinizadas, é que, quando o povo sai na rua, ele não sai por motivos partidários, eu já fui em 3 manifestações e nas três não vi sequer uma bandeira partidária, e quando tentaram erguer uma, a população abaixou a mesma à força.
Milhões nas ruas, pessoas que não ganharam um real para estarem lá, ao contrário da CUT, MST, união estudantil, entre outros militantes muito bem pagos, obrigado. O que eu pude ver foi um discurso unívoco que exclamava: “Fora Dilma”, “basta de corrupção”! Nenhuma delas diziam: “O Aécio é meu presidente, o FHC é imaculado, beatifique-o”. O grande problema para essa esquerda hegemônica é que, muitos, quase todos os 93% de “burgueses” brasileiros descobriram de onde vem esta terra que jorra, petróleo e reais (R$); descobriram o “porquê”, a causa de tantos impostos e tão poucos serviços públicos de qualidade; descobriram que a esquerda no Brasil por si é corrupta. O povo acordou, e não há mais soníferos como: bolsa família, bolsa gás, minha casa, minha vida ou outras esmolas que possam anestesiar a indignação de uma nação sangrada até a secura de suas veias, não é pelo FHC; não é pelo Aécio.
Dilma, é pela dignidade de uma nação que um dia deixarei aos meus filhos, seu partido unido a outros nos roubaram esta dignidade, e agora queremos de volta; e a conseguiremos de volta!
Por: Pedro Henrique Alves
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