Instituição não observou redução na demanda por mulheres, pelo contrário, empresas parceiras seguem pedindo turmas cada vez mais diversas.
Cortes em orçamentos de programas de diversidade, demissões em massa em empresas de tecnologia, prejudicando majoritariamente trabalhadoras, discursos machistas nas redes sociais questionando a capacidade de liderança das mulheres. Neste contexto pessimista para carreira de mulheres na tecnologia, quais serão as impressões de quem está atuando na formação de novos talentos?
Na São Paulo Tech School (SP Tech), faculdade de tecnologia, cujo modelo combina bolsas de estudo integral com estágio garantido em empresas parceiras, felizmente, não há redução na demanda por estagiárias nem qualquer sinal de que essa onda possa estar chegando nas empresas contratantes. “O que nós temos com as empresas é o contrário. Somos demandados por uma entrega o mais diversa possível. As empresas se mostram muito abertas e com muito interesse em receber alunas nas mais variadas áreas de tecnologia”, comenta Vera Goulart, diretora acadêmica e líder pedagógica da instituição.
De acordo com ela, quando as estudantes ingressam na faculdade já passaram por situações em que foram desestimuladas por professores ou membros da própria família a entrar no mundo da TI. Portanto, quem se inscreve em um processo seletivo para cursar Ciências da Computação, Sistemas da Informação ou Análise de Desenvolvimento de Sistemas – carreiras oferecidas pela SP Tech – já traz na bagagem certa dose de determinação e segurança.
Tais características, porém, precisam ser constantemente trabalhadas para garantir que as alunas consigam transitar no mercado de trabalho. “Ainda existem as inseguranças relacionadas à inclusão no ambiente de trabalho e ao posicionamento diante dos homens, que tendem a terem uma comunicação, por vezes, mais intimidadora”, compartilha. “Buscamos trabalhar com as alunas o encorajamento e a segurança para elas saberem se posicionar, pois elas têm excelente capacidade técnica e um potencial incrível para liderança, mas muitas vezes não se posicionam por medo”, completa a executiva.
É justamente em papéis de liderança em que as alunas se destacam. A metodologia da instituição é baseada em projetos realizados por grupos de trabalho. Quando há mulheres no grupo, elas assumem o comando, organizam as atividades, direcionam as tarefas e, por vezes, realizam a gestão do projeto.
Contudo, Vera chama atenção para um contraponto importante. “Muitas vezes isso ocorre, pois os homens questionam a capacidade das mulheres de serem programadoras, então na divisão de papéis do projeto, elas acabam ficando com medo de se desafiar e vão para uma zona de conforto: a organização enquanto eles ficam esperando serem demandados. É quase como uma transferência de uma figura materna”, analisa.
No mercado desde 2017, a SP Tech já formou mais de 1400 alunos. Entre os parceiros estão empresas como Grupo Fleury, Accenture, Banco Itaú, EY, Bradesco, Safra, Stefanini, Tivit entre outros.
Bem-vindo a
Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI
© 2024 Criado por Textile Industry. Ativado por
Você precisa ser um membro de Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI para adicionar comentários!
Entrar em Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI