Por: Felipe Moura Brasil
José Antonio Dias Toffoli, advogado do PT posto no Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a defender o fatiamento da Operação Lava Jato, segundo o Valor:
“A Justiça é única. O Ministério Público da União é único. A Polícia Federal é única. Não há que se falar, portanto, que alguém fará melhor ou alguém fará pior. Tanto o Ministério Público da União, quanto a Polícia Federal e os juízes federais de todo o Brasil são habilitados, têm competência para fazer as investigações para analisar os fatos e fazer a apuração necessária. Não há um juiz federal melhor do que outro, não há uma Polícia Federal de um Estado melhor do que a outra de outro Estado, não há um MPF de um Estado que seja melhor do que o de outro Estado.”
Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay – amigão do peito de José Dirceu; defensor dos investigados Roseana Sarney (PMDB), Edison Lobão (Minas e Energia), Romero Jucá (PMDB/RR) e Ciro Nogueira (PP/PI); e advogado demitido pela família do doleiro Alberto Youssef após tentar dissuadi-lo da delação premiada – naturalmente comemorou a decisão do STF elogiando Toffoli:
“O ministro Dias Toffoli (STF) foi muito feliz ao dizer que a concentração de todas as investigações na Justiça Federal do Paraná significa dizer que os juízes federais do Brasil inteiro não têm crédito. É óbvio que muita coisa não deveria estar no Paraná.”
Luiz Flávio Borges D’Urso, advogado que defende o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto – detido desde 15 de abril e condenado a 15 anos de prisão -, afirmou ao Estadão que já vem sustentando a ‘incompetência’ do juiz Sérgio Moro ‘desde o início das investigações’:
“A competência, fundamentalmente, tem que ser territorial, pelo que vemos a Lava Jato tem uma série de situações no Rio, outras em São Paulo. Não há razão para que tudo fique concentrado no Paraná. Até agora nossa tese não teve sucesso, mas com a decisão do Supremo abre-se um caminho. Mesmo condenado em primeira instância, cabe recurso de apelação e nele vou insistir que a competência para o caso não é do juiz de Curitiba.”
Já o advogado de um réu importante da Lava Jato disse ao site de VEJA que quem trabalha na defesa dos acusados deve pôr as barbas de molho após o fatiamento:
“Virou bandeira para o Ministério Público e a magistratura. Tenho visto os procuradores de Curitiba circulando pelo Brasil, conversando com os colegas. E vão surgir mais Moros por aí.”
Deltan Dallagnol, procurador da Lava Jato vencedor do prêmio Global Investigations Review, discordou, em Nova York, do fatiamento da operação, segundo o G1 – em declaração que corrobora a nova bandeira do MP e vai ao ponto da questão, obviamente acima do crédito dos demais juízes:
“Nós discordamos tecnicamente dessa notícia. Nós estamos convictos de que a competência nesse caso era nossa, nós pretendemos nos próximos casos deixar isso mais claro. Não há dúvida de que uma investigação concentrada tem uma sinergia maior, as coisas funcionam de um modo melhor. Mas devemos ser flexíveis e nos adaptar e continuar lutando, nos reerguer e continuar contribuindo junto com outros juízes para construir um país mais justo, com menos corrupção e menos impunidade.”
Único – para usar a palavra cara a Dias Toffoli – é o esquema de poder do PT, por mais ramificado que seja nas estatais, nos tribunais e nas demais instituições. Por causa dele e de seu velho método de dividir para conquistar, o MP terá de correr atrás para alcançar a unidade possível e reverter o golpe contra a investigação mais importante da história do país.
Que surjam mais ‘Moros’. Que surjam mais ‘Dallagnóis’.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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