A Missão 3, da NIB, contempla linhas de investimentos para infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis, entre recursos públicos e privados.
O governo federal e o setor produtivo brasileiro anunciaram, nesta quarta-feira (30), investimentos de R$ 1,6 trilhão em projetos ligados à Missão 3 da Nova Indústria Brasil (NIB). O objetivo dessa Missão é melhorar a qualidade de vida nas cidades, integrando mobilidade sustentável, moradia, infraestrutura e saneamento básico. O valor pode ser utilizado até 2029, sendo 75% desse valor proveniente da iniciativa privada.
Dos recursos públicos para a Missão 3, R$ 113,7 bilhões vêm das linhas de crédito e subvenções do Plano Mais Produção (P+P), sendo R$ 48,6 bi já destinados a projetos afins (desde 2023) e outros R$ 65,1 bi disponíveis daqui até 2026.
Criado para servir como ferramenta perene de financiamento à NIB, o Plano Mais Produção conta agora com o reforço da Caixa Econômica Federal, que aportou R$ 63 bilhões. Com isso, subiu para R$ 405,7 bilhões o total de recursos em projetos que se relacionem às seis missões da NIB. As demais instituições do Plano Mais Produção são BNDES, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Banco do Nordeste (BNB), Banco da Amazônia (Basa) e Embrapii.
Também entram na conta dos recursos públicos para a Missão 3 outros R$ 492,4 bilhões da Caixa, do BNB e do BNDES destinados a obras do PAC e do programa Minha Casa Minha Vida, cujos investimentos alavancam as atividades industriais ligadas a esta missão.
“Esse volume expressivo de investimentos demonstra o acerto do foco da Nova Indústria Brasil que, neste caso, fortalecerá a infraestrutura e a mobilidade no país, trazendo bem-estar para os cidadãos ao mesmo tempo que incentiva uma indústria inovadora”, destacou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin. “A parceria entre setor público e privado é essencial para transformar nossas cidades, com projetos que trazem desenvolvimento econômico e qualidade de vida para milhões de brasileiros", enfatizou.
A cerimônia de anúncio, no Palácio do Planalto, foi conduzida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi representada pelo presidente Ricardo Alban e pelo diretor de Desenvolvimento Industrial, Rafael Lucchesi.
Na avaliação do presidente da CNI, as linhas de financiamento previstas na nova política industrial não custam um centavo a mais para o contribuinte, não demandam despesas novas e não alteram os valores já previstos para acomodar as medidas anunciadas.
“Por esses motivos, a indústria está profundamente engajada com essa agenda. Vamos trabalhar para que os recursos empregados se convertam em desenvolvimento produtivo, crescimento econômico, empregos e renda para a população brasileira”, ressaltou Ricardo Alban.
Também estiveram reunidos os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, Rui Costa, da Casa Civil, Jader Barbalho Filho, das Cidades, e empresários dos setores associados à Missão 3.
Durante a cerimônia, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) anunciaram investimentos de R$ 833 bilhões no país; a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), outros R$ 222,5 bilhões; e a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção, R$ 1,6 bilhões; totalizando R$ 1,05 trilhão nas áreas de moradia, infraestrutura e saneamento até 2029.
Também entre os anúncios da iniciativa privada, a WEG, empresa brasileira de alta tecnologia, informou ao presidente Lula que dará início a um ciclo de investimentos para produzir baterias elétricas em larga escala no Brasil, com aporte inicial de R$ 1,8 bilhão.
Assim, a WEG soma-se a outras empresas que já operam no país com essa perspectiva, como a BorgWarner, que desenvolve baterias para ônibus elétricos em sua unidade de Piracicaba (SP).
De acordo com o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira, o Brasil tem grandes reserva de lítio e outros minerais usados na fabricação de baterias elétricas, mas a quase totalidade da extração desses minérios hoje é exportada para a produção do componente fora do país.
“Nosso objetivo é mudar isso, até porque baterias fabricadas aqui, com nossas fontes de energia renováveis, serão muito mais sustentáveis do que as produzidas em países que ainda usam o carvão em larga escala como matriz energética”.
O desenvolvimento da cadeia produtiva de baterias está entre as prioridades da Missão 3. A meta estabelecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) é, até 2026, ter ao menos 3% dos veículos eletrificados brasileiros circulando com baterias nacionais – e 33% até 2033.
Outra meta desta Missão é entregar, até 2026, dois milhões de moradias contratadas pelo programa Minha Casa Minha Vida, das quais 500 mil serão equipadas com painéis solares. E, até 2033, 6,9 milhões de casas, sendo 1,4 milhão com painéis fotovoltaicos.
Entre as prioridades e desafios da Missão, estão, ainda, o desenvolvimento das cadeias metroferroviárias, com seus componentes, e dos sistemas de propulsão para veículos automotores.
A cerimônia desta quarta-feira foi encerrada com a assinatura de contratos de subvenção e de crédito direto para desenvolvimento de novas tecnologias, no valor total de R$ 157 milhões, pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Destes, quase R$ 10 milhões irão para o projeto de um “barco voador”, com tecnologia em desenvolvimento pela startup amazonense AeroRiver.
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