Quer dizer que é essa a seleção brasileira de advogados criminalistas? Então são esses os doutores que cobram por hora e calculam os honorários em dólares, graça só alcançada por alquimistas capazes de transformar em filho extremoso um matricida confesso? É o que perguntam, espantados, os brasileiros razoavelmente cultos que acompanham desde segunda-feira a passagem da procissão dos perjuros pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.
Para quem viu em ação um Evandro Lins e Silva, Márcio Thomaz Bastos parece estagiário no primeiro júri. Para quem conheceu um Waldir Troncoso Peres ou um Evaristo de Moraes Filho, o exército de bacharéis do mensalão lembra uma tropa de candidatos a vereador num comício de grotão.
A discurseira de improviso escancara a retórica anêmica, os escorregões gramaticais, as pausas hesitantes, a adjetivação gordurosa, sobretudo a argumentação indigente. A Era da Mediocridade anda provocando estragos de bom tamanho em todas as categorias profissionais. Chegou a vez dos advogados.
Um abismo separa os seguidores de Sobral Pinto dos devotos de God Bastos. O grande orador de tribunal é uma espécie extinta.
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