Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Caro leitor,

Há quatro meses, apresentei aos clientes da minha consultoria uma tese chamada O Fim do Brasil. Foi um alerta para uma grave crise chegando à porta das famílias brasileiras.

Suas consequências serão sentidas de maneira dramática nos patrimônios financeiros e, ainda mais importante, no modo de vida de cada cidadão.

Aos que não me conhecem, deixe-me apresentar brevemente antes de prosseguir. Meu nome é Felipe Miranda. Tenho formação em Economia pela USP e um mestrado em Finanças pela FGV.

Sou fundador, junto com meus amigos Caio Mesquita e Rodolfo Amstalden, da Empiricus Research, a primeira casa de pesquisa independente voltada a investimentos do Brasil.

Há alguns meses, detectei uma situação muito ruim para a economia brasileira, que afetaria nossos clientes direta e profundamente.

Cumprindo meu dever, avisei os leitores da necessidade de se proteger.

Os comentários negativos não foram bem recebidos pelo governo e por sua militância. Fui acusado de antipatriota, radical, sensacionalista. Passei por um momento especialmente delicado, com ameaças e perseguições pessoais. E sofri uma tentativa de censura explícita pelo poder incumbente.

Sou um jovem pai de família, com um filho pequeno, empreendedor e apaixonado pelo próprio trabalho.

Cheguei a temer pela segurança de meus familiares. Ver a minha mãe sendo ofendida no supermercado por militantes radicais foi algo que me marcará para sempre. Aquelas palavras ainda me perturbam: “a senhora acha que o seu filho pode fazer o que está fazendo? A senhora concorda com tudo isso? Vai embora do Brasil”.

Infelizmente, eu não podia parar. Ainda acredito em coisas como honra, vocação e obstinação. Se você atende a um chamado e está convencido de uma tese, tem de seguir em frente, sem tergiversar.

Muita coisa mudou na economia brasileira em 120 dias. E para pior.

Agora, posso dizer sem medo de errar: nunca estive tão convicto a respeito dos pontos, um a um, de minha tese original. Conforme ficará claro nas próximas linhas, a deterioração dos fundamentos econômicos, políticos e sociais nos últimos meses tem referendado, com precisão cirúrgica, cada um dos elementos.

Explico do que estou falando exatamente…

Do lado financeiro, forte queda das ações, aumento das taxas de juro, disparada do dólar e risco de controle de capitais. No limite, até mesmo restrição a planos de aposentadoria e algumas contas de poupança/investimento.

Sob a ótica da economia real, fechamento de postos de trabalho, queda dos salários e forte diminuição do bem-estar, com piora do padrão de vida das famílias.

Rigorosamente todas as previsões que fiz há quatro meses – e eu peço que você mesmo confira nas linhas seguintes – estão se confirmando.

Devo reconhecer, entretanto: não esperava uma velocidade tão grande de convergência rumo ao cenário negativo traçado.

Eu estava certo de que teríamos uma recessão, de que o desemprego começaria a aumentar, de que pioraríamos indicadores de distribuição de renda e que as contas públicas escapariam ao controle – não imaginaria, porém, a chegada tão súbita de cada um dos elementos, de forma simultânea.

Por um lado, admito certa satisfação, sensação de dever cumprido. Por meio de nossos alertas, a Empiricus conseguiu proteger o patrimônio de seus clientes, mesmo em tempos extremamente difíceis. Em muitos casos, pudemos incrementá-los de forma substancial.

Não há nada mais gratificante para um sujeito com formação jesuíta, como é meu caso, do que atender a sua vocação.

Veja só um exemplo…

Quando iniciei meus alertas mais pesados sobre a situação periclitante da economia brasileira, o dólar custava R$ 2,20 – a rigor, já havia sugerido a compra de dólares mesmo antes, a R$ 1,90. Atualmente, a moeda norte-americana é cotada em torno de R$ 2,60.

Hoje, contamos com 20 mil assinantes que se dispuseram a pagar para receber minhas dicas, proteger e aumentar seu patrimônio diante da crise econômica e financeira que se aproxima.

Assim, assumindo que, na média, o cliente comprou US$ 1 mil a R$ 2,20 seguindo as recomendações – e essa é uma cifra bastante conservadora -, cada assinante ganhou R$ 400,00, somente nessa recomendação.

Multiplicando esses R$ 400,00 de ganho por pessoa pelos 20 mil assinantes, falamos de uma riqueza total gerada, apenas na sugestão em favor do dólar, de R$ 8 milhões.

Isso é simplesmente formidável. Pudemos gerar uma quantia enorme de valor, mesmo num ambiente altamente desafiador. É esse tipo de coisa que nos dá orgulho: proteger e incrementar o patrimônio de nossos leitores, mesmo nos tempos mais difíceis.

Felizmente, temos conseguido…

Quem não seguiu o alerta, porém, pode ter sofrido perdas irreparáveis.

O principal índice de ações do Brasil cai cerca de 20% desde então. A moeda brasileira perde valor a cada dia. O juro já começa a subir. Outros investimentos mais exóticos oferecem rendimento ainda pior.

Em paralelo, já temos fechamento líquido de postos de trabalho, a inflação mostra-se fora da meta em 12 meses (e, talvez, fora de controle) e as contas públicas estão em frangalhos.

Para piorar, o escândalo do Petrolão nos coloca à beira de uma crise política com precedente somente naquele Fiat Elba e no consequente impeachment de Fernando Collor.

Infelizmente, isso é só o começo. Os efeitos da crise apenas começam a ser sentidos. Não tenho dúvidas de que os desdobramentos para 2015 serão muito mais problemáticos. Tudo ficará muito claro nos próximos minutos. Peço um pouco de paciência.

A mais importante crise para o Brasil desde 1994 impõe seus primeiros sintomas. As mazelas serão sentidas mais fortemente a partir de 2015, com desdobramentos por décadas.

Não há nenhum sensacionalismo aqui. Estudo a economia e a política brasileira com afinco há vários anos. O argumento, como você mesmo poderá checar, é estritamente técnico. Cada palavra é escrita com o devido embasamento e as conclusões decorrem de um instrumento bastante tradicional: a simples lógica.

Ainda há tempo de evitar o pior.

Mas você, e somente você, precisa decidir: agirá agora ou esperará as últimas consequências?

Sem a devida orientação, a maior parte das pessoas certamente não está preparada para o que está à nossa frente. E tenho certeza de que nem todos estarão preparados. Alguns prejuízos, dado o tamanho do problema, serão mesmo inevitáveis, infelizmente.

Posso garantir-lhe, porém: quem seguir os passos aqui sugeridos estarão em larga vantagem para enfrentar a crise, cujos sintomas ainda se mostram em estágio inicial.

Ao final, o que eu proponho é bastante simples: apresentar-lhe exatamente aquilo que eu mesmo estou fazendo para proteger e até mesmo aumentar meu próprio patrimônio. Você poderá seguir cada um dos passos, alçando-se a uma condição muito superior para enfrentar tempos difíceis à frente.

Esta carta tem o objetivo único e simples de proteger nossos leitores e suas famílias da catástrofe política e econômica que está sendo produzida.

Vou explicar-lhe agora, com a linguagem mais direta possível, exatamente o que está acontecendo, a razão de eu estar tão preocupado e meu prognóstico para este segundo mandato.

Peço que leia os pontos com a devida atenção. Julgue-os com o mais rigoroso escrutínio. Vá e volte em meus argumentos. Critique-os o quanto puder.

Ao final, você poderá julgar e decidir por si mesmo.

A tese atualizada, com muito mais convicção

A esta altura, talvez você já tenha ouvido falar da minha tese original sobre a economia e os investimentos no Brasil. Batizei-a de O Fim do Brasil.

Ela se tornou a tese econômica mais vista da história da internet brasileira, com um alcance total de mais de 15 milhões de pessoas.

Virou livro também, entre os maiores sucessos editoriais do ano. Estivemos na relação da Revista Época dos dez mais vendidos de não-ficção e passamos algumas semanas em primeiro lugar no ranking da Folha de S. Paulo de Teoria e Análise Econômica – até sermos desbancados pelo Piketty e seu “O Capital no Século XXI”.

Ao final, representou ainda um passo muito importante para a Empiricus, consultoria que eu fundei junto ao Caio Mesquita e ao Rodolfo Amstalden.

Nossa empresa já era a principal consultoria focada em investimento do Brasil, ajudando milhares de pessoas a protegerem e aumentarem seus patrimônios.

Com o crescimento recente, a Empiricus se consolidou como uma grande referência. Contamos hoje com 400 mil leitores diários. É um tamanho que nem nós mesmos víamos como possível, quando fundamos a empresa, em 2009.

Até mesmo nosso sócios norte-americanos, a Agora Inc, maior empresa do mundo em publicações financeiras, com faturamento superior a US$ 1 bilhão por ano, se surpreendeu com uma multiplicação de tamanho nessa magnitude e velocidade.

Precisamos agradecer por isso, diariamente, do fundo do coração.

Foi também o crescimento dos últimos meses que me permite ter hoje convicção ainda maior na tese original. A equipe está mais completa agora, com 35 pessoas, de tal sorte que posso dedicar-me exclusivamente ao estudo da economia brasileira e mundial, sem qualquer outra preocupação.

Se antes O Fim do Brasil era o cenário mais provável, agora é uma certeza, incontestável.

Justifico a origem do nome.

Pense bem: o que é uma economia, em termos macro?

Grosso modo, Consumo e Investimento, certo?

Agora, pense o que era o Brasil pré-Plano Real…

Como poderia haver padrão de consumo numa sociedade amedrontada pela hiperinflação? Com os preços em disparada e os salários caindo pela metade ao longo do mês, não há uma sistemática de consumo. Há uma corrida maluca ao supermercado tão logo os salários são depositados, numa tentativa desenfreada de comprar o que pode.

Em paralelo, era impossível pensar em decisões de investimento de forma consistente sem regras claras e perenes. Como decidir pelo aumento de capacidade ou por um novo projeto se as regras do jogo mudam a cada ano com um plano econômico diferente?

Ou seja, nasce um Brasil em 1994, a partir do Plano Real. A estabilização da economia, com a recuperação da confiança na moeda, o controle da inflação e a definição de um arcabouço institucional confiável, abre o caminho para termos, de fato, Consumo e Investimento. Enfim, surge uma Economia.

Para tornar curta uma longa história, a política econômica deste novo Brasil nascido com o Plano Real engatinha de 1994 a 1999. Para manter a inflação sob controle, usamos a tal âncora cambial. A taxa de câmbio era fixa, forçando um dólar muito barato.

Claro, cedo ou tarde, haveria problemas com as contas externas. Dado o câmbio artificialmente apreciado, as importações aumentariam muito, tornando-nos frágeis do ponto de vista de reservas. Ao primeiro choque externo mais violento, teríamos de abandonar o regime de câmbio fixo.

Conforme esperado, foi exatamente o que aconteceu em 1999, quando tivemos de soltar o câmbio.

Para conter a crise cambial do início do segundo mandato FHC, Armínio Fraga, ao assumir a presidência do Banco Central, adota o clássico tripé macroeconômico.

Atingimos a maturidade deste novo Brasil, com a política econômica rigorosamente alinhada ao estado da arte da ortodoxia em nível mundial.

Tínhamos uma nova diretriz macroeconômica, marcada por câmbio flutuante, sistema de metas de inflação e perseguição da austeridade fiscal.

Grosso modo, esse é o regime macro de 1999 até 2008. Passamos o segundo mandato FHC e boa parte dos governos Lula com o tripé preservado, sem alteração de rota.

Tudo muda a partir da quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, quando a economia mundial entra num grande buraco.

Tentando mitigar os efeitos da crise, o Governo brasileiro abandona a ortodoxia na política econômica e migra em direção à chamada nova matriz econômica, um conjunto de medidas heterodoxas de orientação desenvolvimentista.

Entre as principais características dessa nova matriz, destaco:

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Minha tese é de que essa nova matriz econômica, ao desafiar a ortodoxia e não entender a própria essência do sistema capitalista, que exige estímulo à competição e regras isonômicas para todos, está destruindo o Brasil.

Cada avanço conquistado está em risco. A realidade cobrará o seu preço por desafiarmos o livro-texto. A prática deve apoiar-se na boa teoria, e não desafiá-la.

Se, metaforicamente, nasce um novo País em 1994, com a estabilização da economia, podemos dizer que a nova matriz econômica e suas consequências representam o falecimento desse Brasil.

Morremos aos 20 anos de idade, de forma prematura.

Talvez você ainda esteja cético sobre o quão ruim é a situação do Brasil. Respeito sua opinião. Peço, porém, que considere a relação de dez elementos abaixo.

Ela embasa, apenas com fatos e dados concretos, minha tese. Todos os pontos já constavam na argumentação original do Fim do Brasil e aparecem agora atualizados, pintando um quadro muito mais grave.

Gostaria que você comparece a abordagem inicial com a versão renovada. Tire, por si mesmo, as conclusões:

1 – Sobre o crescimento econômico

Se confirmadas as projeções de consenso para 2014, contidas no relatório Focus do Banco Central, o crescimento econômico da Era Dilma será de 1,6% na média anual, superior apenas aos governos Collor (com direito a impeachment) e Floriano Peixoto (quando, basicamente, o país estava em guerra).

O gráfico abaixo ilustra a pequena tragédia associada à evolução do PIB nos últimos quatro anos:

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Quando eu lancei a tese original, o crescimento projetado para 2014 era de 1,3%. Alertei para o otimismo das estimativas de consenso.

Pouco tempo depois, entramos em recessão técnica, com dois trimestres consecutivos de retração do PIB.

Hoje, a evolução esperada para 2014 é de apenas 0,2%.

A retórica oficial é de que esse crescimento pífio no governo Dilma decorre da crise internacional.

Essa argumentação não encontra nenhum respaldo nos dados, conforme fica claro pela comparação com nossos pares e com o resto do mundo.

Se estamos muito abaixo da média, a culpa só pode ser nossa mesmo, e não da média.

Abaixo, apresento projeções do FMI para 2014 e para 2015:

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Vale também observar gráfico recente constante em coluna de Cristiano Romero, do jornal Valor Econômico:

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Fica claro, portanto, nossa defasagem em relação ao mundo, aos mercado semergentes e a nossos vizinhos. A crise não vem de fora. Ela é resultado da desastrosa nova matriz econômica.

Para piorar, se a dinâmica do primeiro mandato Dilma foi ruim, projeto um 2015 ainda mais problemático.

Minha estimativa anterior apontava crescimento de 0,3%. Com o escândalo do Petrolão, a possibilidade de redução dos investimentos da Petrobras e os desdobramentos dos últimos meses, já antevejo queda do PIB de 0,5%. Um ano inteiro com decréscimo da renda e da produção.

É a nova matriz econômica intensificando suas consequências. Sem o devido preparo, o cidadão comum vai pagar a conta.

2 – A inflação tem sido persistentemente alta e acima do centro da meta

Na versão primeira do Fim do Brasil, critiquei o comportamento sistemático da inflação próxima ao teto da meta, de 6,50% ao ano. Apontei também a necessidade de liberar preços defasados, de combustíveis, energia e tarifas públicas. E alertei para a perspectiva de subida da taxa de juro, diante das pressões inflacionárias.

Parte dos argumentos já foi confirmado. Tivemos aumento dos combustíveis, tarifas de energia subiram até 40% e a Selic foi recalibrada para cima, antes do esperado pela maioria dos economistas.

O quadro da inflação, em si, piorou.

Não somente convivemos com o limite superior do intervalo do sistema de metas, como superamos o teto da banda em 12 meses, conforme mostra o gráfico abaixo com o último dado disponível (IPCA de outubro):

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A aceitação de uma inflação acima do teto da meta, mesmo não sendo no ano fechado, é péssima para a credibilidade do Banco Central.

Isso implica um esforço monetário maior para fazer a inflação convergir ao desejado agora. Em outras palavras, como todos sabem da benevolência do Copom com a subida de preços, teremos de subir muito mais a Selic para que haja, de fato, controle de inflação.

Um Banco Central austero e com credibilidade controla muito mais facilmente as expectativas e a própria inflação corrente. Infelizmente, não é nosso caso.

Dada a disparada recente do dólar e a provável escalada adicional do câmbio nos próximos meses, as pressões inflacionárias aumentam. Os produtos importados ficam mais caros e, aos poucos, através do chamado repasse cambial, vão contaminando o resto.

Seguiremos com juros em alta e inflação acima do centro da meta. Má notícia para o País, que precisa da estabilidade econômica para voltar a crescer.

3 – As contas públicas estão completamente desajustadas

A situação fiscal brasileira é simplesmente a pior de toda a série histórica.

Eu já alertava desde julho para o completo descontrole nas contas públicas, com uma queda importante do superávit primário no Governo Dilma – a média de 2001 a 2008 foi de 3,1% do PIB; de 2009 a 2013 cai para 1,5% do PIB.

O ritmo da deterioração desde então, porém, surpreende até mesmo os profetas do apocalipse.

Peço que analise os dados do Banco Central compilados no gráfico abaixo com o superávit primário do governo central acumulado de janeiro a setembro:

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Sim, o déficit primário de R$ 19,5 bilhões dos nove primeiros meses de 2014, equivalentes a 0,52% do PIB, representa o pior resultado da série histórica – note que, quando montei a tese original, tinha uma estimativa de superávit primário de 1% do PIB em 2014, impossível de ser atingida agora. Sem truques, praticaremos déficit primário em 2014.

Quando consideramos também as despesas com juros, o déficit nominal bate elevados 5% do PIB.

Isso é muito acima do observado para a média de países desenvolvidos – de 3,9% segundo o FMI – e para os países emergentes, de 1,9% do PIB.

Se você gasta muito mais do que arrecada – e esse é o caso do Brasil hoje – está sacrificando seu futuro em favor do presente. É isso que estamos fazendo. Impondo-nos dias mais difíceis no futuro.

Descontrole das contas públicas implicam necessariamente aumento de impostos, da dívida e/ou da inflação.

Nossos filhos e netos viverão tempos piores do que os nossos. É isso que queremos?

4 – O resultado de nossas relações com o resto do mundo, que já era péssimo, fica cada vez pior. O chamado déficit em transações correntes, medida do saldo de nossas contas com o exterior sem considerar as movimentações de capital, vem crescendo sistematicamente e atinge níveis preocupantes.

Essa também é uma preocupação antiga que tem se intensificado.

Por que é uma preocupação? E por que tem se intensificado?

Trata-se de algo preocupante pois hoje o déficit em transações correntes é superior ao Investimento Estrangeiro Direto, de tal sorte que estamos dependentes de capitais de curto prazo para fechar nosso balanço de pagamentos. O capital de curto prazo é muito volátil e sensível a qualquer soluço da economia mundial.

Em termos absolutos, o Brasil tem o terceiro maior déficit em transações correntes do mundo, inferior apenas àqueles de EUA e Reino Unido. Nos 12 meses até outubro, o saldo negativo montou a US$ 84,4 bilhões, equivalente a 3,73% do PIB. De janeiro a outubro, o déficit monta a US$ 70,7 bilhões.

Enquanto isso, o investimento estrangeiro direto monta a US$ 51,194 bilhões nos 10 primeiros meses do ano, representando 2,71% do PIB.

Para que não haja saída líquida de dólares, portanto, precisamos de capitais de portfólio, sempre uma ameaça, por seu caráter volátil, curto prazista e imprevisível.

E por que o problema tem se intensificado desde o lançamento original da minha argumentação pessimista com o Brasil?

Grosso modo, por duas razões.

A primeira pela deterioração dos chamados termos de troca. Aquilo que o Brasil vende ao exterior tem ficado mais barato frente ao que o País compra – exemplo mais emblemático no preço do minério de ferro, que caiu de US$ 100/ton para cerca de US$ 75/ton. Ou seja, o déficit em transações correntes pode aumentar diante da queda do preço das commodities e da desaceleração chinesa.

E a segunda pela possibilidade de recrudescimento dos investimentos de portfólio, com a perspectiva de redução da liquidez global em 2015 a partir do aumento dos juros nos EUA. Lembre-se que o programa de compra de títulos e injeção de dinheiro no sistema pelo Banco Central norte-americano já terminou.

O próximo passo é a subida de juro por lá, atraindo capitais de volta aos EUA, em detrimento dos países emergentes.

Assim, não compactuo com a tese de alguns economistas de que não teremos uma crise cambial no Brasil, porque temos reservas muito altas.

Essa argumentação confunde os conceitos de fluxo e estoque. É evidente que as reservas (estoque) fornecem um colchão de liquidez importante e evitam um ataque especulativo clássico.

Porém, com esse déficit em conta corrente e uma eventual fuga de capitais (fluxo) atraída por algum catalisador externo pode, sim, faltar liquidez em dólar no Brasil.

Eu não me espantaria com uma taxa de câmbio de R$ 3,00 em 2015.

5 – O mercado de trabalho se enfraquece em ritmo assustador.

Já havia sinais de deterioração do mercado de trabalho desde maio, quando a criação de vagas montou a apenas 58,8 mil, o pior resultado desde 1992 para o quinto mês do ano, segundo dados do Caged.

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Desde então, os sinais foram se acumulando e se intensificando. Em junho, tivemos o pior resultado desde 1998; no mês subsequente, apenas 11,8 mil novos postos, a pior geração de emprego desde 1999.

Mas o resultado mais contundente foi aquele observado em outubro, quando passamos a ter fechamento efetivo de postos de trabalho. Em termos líquidos, foram fechadas 30,2 mil vagas em outubro, o pior resultado de toda a série histórica – nunca havíamos apresentado até então fechamento líquido de postos de trabalho em outubro.

As taxas de desemprego ainda não começaram a aumentar, por três motivos, basicamente:

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Em outras palavras, o desemprego está contratado para 2015. E isso pode gerar uma espiral negativa, num círculo vicioso difícil de ser rompido: aumenta o desemprego, cai a renda agregada, cai o consumo e o empresário corta investimentos, derrubando ainda mais o emprego.

6 – Estamos à beira do apagão

A situação dos reservatórios é crítica desde o início do ano. Mesmo com todas as térmicas gerando energia – o que encarece o preço da energia – há grandes chances de termos cortes de energia no verão. Estamos alertando para essa possibilidade de cortes sistemáticos desde maio.

De lá para cá, os reservatórios caíram ainda mais e chegarão ao fim de novembro com menos de 16% da capacidade de armazenamento. Neste momento, resta rezar para uma verão chuvoso no Sudeste e Nordeste.

Mas a culpa não é apenas das chuvas, embora o governo insista nessa tese. Uma série de medidas tomadas nos últimos anos contribuiu para esse cenário. Entre elas, a opção por usinas fio d’’água, por exemplo, com menor impacto ambiental.

Uma grande ironia: sem reservatórios para armazenar água, o sistema precisou acionar as térmicas, também nada amigáveis do ponto de vista ambiental.

Alguns membros do governo já admitem que pode haver cortes de energia no pico da demanda nos meses de verão. E se não chover, o racionamento será inevitável no próximo ano.

Nada mal para um governo que queria ficar marcado pela redução das tarifas de energia, via MP 579. Faltou perceber que reduzir os preços na marra não adianta, assusta o investidor e uma hora acaba voltando. Não precisamos esperar muito: neste ano, os reajustes das distribuidoras estão na casa de 20%, já anulando as reduções aplicadas em 2012.

7 – A Petrobras está sendo destruída

A perda de valor de mercado da Petrobras nos últimos anos é notável – claro, já havíamos apontado o problema quatro meses atrás, muito antes dos desdobramentos da operação Lava Jato.

O gráfico abaixo resume a destruição de valor nos últimos cinco anos:

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Tudo, até então, por questões operacionais, econômicas e financeiras, muito atreladas à ingerência política e ao represamento de preços. Para combater a inflação, o governo controlou o preço dos combustíveis e obrigou a companhia, uma importadora líquida, a comprar lá fora mais caro do que vendia aqui dentro.

O resultado: queima de caixa, destruição dos operacionais e o alcance da maior dívida corporativa do mundo.

Toda essa perda de valor, porém, por mais incrível que pareça, é coisa menos importante diante dos escândalos de corrupção descobertos pela operação Lava Jato.

Os impactos ainda são desconhecidos. Mas já causaram grande ferimento à reputação da empresa, com muitos investidores, sobretudo estrangeiros, vendendo suas ações, sob o risco de, até mesmo, interrupção dos negócios na Bolsa de NY.

As baixas contábeis podem superar R$ 20 bilhões, o que, se confirmado, comprometeria integralmente a distribuição de dividendos sobre ações ordinárias em 2014, com desdobramentos até mesmo sobre as contas públicas – para fechar suas contas, a União tem contado sistematicamente com os dividendos de estatais.

Para 2015, as coisas tendem a ficar ainda piores, pois seus investimentos podem ser suspensos e a empresa, em meu entendimento, terá de incorrer num aumento de capital. Ou seja, pedirá dinheiro ao mercado, emitindo novas ações – notícia muito ruim para os totais acionistas, que serão diluídos e terão de conviver com maior oferta de ações (mais oferta, menor preço).

Não há possibilidade de Petrobras acessar o mercado de dívida neste momento, em face aos escândalos e à não publicação dos balanços. Assim, ter de tocar seu ambicioso plano de investimentos, enquanto queima caixa do ponto de vista operacional, forçará a emissão de novas ações.

Espero novas quedas fortes das ações da empresa. O que já foi orgulho nacional é hoje motivo de elevada preocupação.

8 – Eletrobras, com inveja da Petrobras, também foi destruída

A situação de Eletrobras, a exemplo de outras estatais, já não é boa há vários meses – talvez anos. Desde a publicação de minha tese original, entretanto, a deterioração atingiu níveis inimigináveis.

A seguir, apresento o gráfico da evolução das ações nos últimos cinco anos – qualquer semelhança com a figura apresentada no caso de Petrobras não é mera coincidência:

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Eletrobras, embora tradicionalmente tenha tido problemas de governança corporativa e baixa rentabilidade de alguns problemas, sempre pagou gordos dividendos a seus acionistas. Ou ela apresentava lucros importantes a serem distribuídos, ou usava reserva de lucros acumuladas em décadas.

A situação ficou tão ruim agora que a companhia pode não pagar nenhum centavo sequer de dividendos em 2014. Isso porque, muito provavelmente, apresentará prejuízo em 2014, e suas reservas de lucro simplesmente acabaram diante de tantos resultados negativos acumulados. Somente no terceiro trimestre, o prejuízo montou a R$ 2,7 bilhões.

Para piorar, a empresa começa a ser citada em escândalos de corrupção, de tal sorte que pode encontrar destino semelhante ao de Petrobras, no caso de espraiamento das denúncias – se tudo for provado, claro.

De todo modo, a destruição da estatal já é sintomática, mesmo que o Petrolão esteja restrito à Petrobras.

9 – A indústria brasileira fica menor, a cada dia

A indústria brasileira está morta. Não há novidade sobre isso. Esse era o cenário em julho. Esse é o cenário agora.

Há coisas que não precisam ser provadas, pois são autodemonstráveis.

Os gráficos abaixo merecem atenção:

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Conforme muito bem apontado pelo economista Eduardo Giannetti, é paradoxal como o governo com viés nacional-desenvolvimentista produziu o maior processo de desindustrialização da história brasileira.

Somente na passagem de agosto para setembro, a indústria demitiu 59 mil trabalhadores. Em 12 meses, foram fechados 238 mil postos de trabalho, equivalente a uma queda de 6,4% no número de empregados, em apenas um ano.

E não há qualquer sinal de inflexão à vista.

O índice de confiança da indústria caiu mais um ponto entre outubro e novembro, para 44,8 pontos, seu menor nível desde a criação, em 1999.

Segue a trajetória do indicador, extraída do blog da jornalista Miriam Leitão, hospedado no Globo:

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10. O medo é também político

Desde a primeira vez em que usei o termo O Fim do Brasil, afirmei que a destruição dos avanços e das instituições conquistados a partir de 1994 transcendia o escopo estritamente econômico.

O atual governo, quando confrontado, mostra clara resistência a princípios e instituições democráticos. Os exemplos eram emblemáticos, tendo como casos mais notáveis a relação histórica com o Foro de São Paulo, a tentativa de criação de conselhos populares, o alinhamento ideológico de nossa política externa, o debate sobre regulação da mídia e a lista negra de jornalistas a serem perseguidos.

Durante a campanha eleitoral, porém, a intolerância a vozes dissonantes ganhou contornos sem precedentes. Fica claro que, a depender exclusivamente da vontade do atual partido no governo, afastar-nos-emos da democracia. Tudo em prol do discurso de “justiça social”, casuística para “projeto de poder”.

Críticas técnicas foram transformadas em acusações de terrorismo eleitoral. Péssimo sinal. Ora, se você está fechado a questionamentos, jamais poderá retroceder dos caminhos errados e retomar a rota apropriada.

O governo pediu a cabeça de analistas do Santander que haviam alertado para a possibilidade de desvalorização de ativos brasileiros no caso de reeleição da presidente Dilma.

O pedido foi atendido prontamente e quatro funcionários foram demitidos, com as cabeças sendo entregues numa bandeja à presidente – falaram o óbvio e acabaram decapitados.

Na mesma época, a coligação da presidente Dilma Rousseff entrou com representação no TSE acusando a Empiricus de fazer propaganda eleitoral paga na internet. Foi ainda mais curioso porque a representação englobava, numa mesma cesta, Empiricus, Aécio Neves e Google – não necessariamente nessa mesma ordem.

Tentaram medir-me com a própria régua, como se minhas críticas decorressem de suposta associação a Aécio Neves. Convidados a provar a ligação amoral, sequer tentaram.

Abaixo, apresento extrato de matéria divulgada no Estadão a respeito, para evidenciar a questão:

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Em caráter prévio e temporário, o ministro do TSE Admar Gonzaga concedeu liminar exigindo a retirada de dois anúncios da Empiricus no Google: “Como se proteger da Dilma: saiba como proteger seu patrimônio em caso de reeleição da Dilma” e “E se o Aécio ganhar? Que ações devem subir se o Aécio ganhar a eleição? Descubra aqui, já.”

Eis uma foto do site do TSE a respeito:

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Obviamente, em respeito às instituições democráticas, retiramos os anúncios do ar mediante a liminar, ainda que não concordássemos com a argumentação.

Ao final do processo, felizmente a democracia prevaleceu.

Quando do julgamento efetivo do mérito, o TSE rejeitou, por 5 votos a 2, a representação da coligação “Com a força do povo”, contra a Empiricus.

Trecho de matéria publicada no portal G1 resume com bastante precisão a decisão:

“O ministro Gilmar Mendes argumentou em seu voto que veículos de imprensa, nacionais e internacionais, divulgaram análises sobre os cenários de eleições, em caso de vitória de um candidato ou de outro. Para ele, a consultoria encontrou uma forma, criativa ou não, de divulgar as suas análises.

Referendar essa liminar do relator é chancelar a censura pela Justiça Eleitoral, tudo aquilo que a Constituição de 1988 negou”, declarou o ministro. Ele comparou o trabalho de análise feito pela empresa de consultoria com o que fazem jornais e revistas nacionais e internacionais, com previsões de cenários econômicos.

Fico a imaginar: se o entendimento do relator prevalecer, o próximo passo vai ser proibir veiculação de análise do FMI [Fundo Monetário Internacional]“, completou.”

Não chegou a ser a goleada de Inflação 7 x 1 Crescimento, mas, ainda assim, foi um placar bastante eloquente.

Uma dupla poderosa

A reunião de uma tese contundente sobre a economia brasileira com a tentativa de cerceamento da liberdade de expressão rendeu ao Fim do Brasil grande exposição e publicidade.

Todos os veículos relevantes, em maior ou menor grau, deram destaque ao fato. Bloomberg, Estadão, Exame, Folha, Reuters e até mesmo The Wall Street Journal repercutiram os desdobramentos da tentativa de censura, conforme apresentado abaixo:

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A tese sobre O Fim do Brasil foi exposta a um alcance total de 15 milhões de pessoas.

Senti-me verdadeiramente honrado em ter dado uma pequena ajuda para conferir à economia maior publicidade.

Com 15 milhões de pessoas em contato com O Fim do Brasil, os problemas econômicos passaram a ser debatidos com mais frequência e por mais gente. Essa já é uma contribuição formidável. Se falássemos da situação financeira como falamos de futebol, vários prejuízos seriam evitados.

E o argumento transformou-se também em nosso maior sucesso editorial, numa demonstração da identificação das pessoas com a situação da economia brasileira.

Esclarece-se: se, por um lado, a tentativa de censura e a consequente cobertura da imprensa serviram para tornar as críticas mais conhecidas, por outro, foi o interesse no conteúdo que fez as pessoas efetivamente assinarem os boletins.

Há uma enorme diferença entre acessar o vídeo e firmar uma assinatura paga.

Conforme expliquei à Revista Veja:

“O sócio da Empiricus responsável pelas análises retiradas do Google, Felipe Miranda, afirmou que os ganhos não são oportunistas, e sim resultado do maior interesse dos brasileiros pelas análises de cenário econômico após a intervenção no PT também no trabalho dos analistas. “Ainda que haja mais desdobramentos de marketing, o episódio é lamentável demais para ser celebrado. O governo quis desviar o debate, colocando o mercado como vilão. Mas não poderá fazer isso para sempre. Pode calar os bancos agora. Contra nós, não podem fazer nada além desse cerceamento momentâneo que pode, aliás, ser retirado a qualquer momento pelo TSE”.

Enfrentando os esforços de cerceamento, continuamos perseguindo o debate construtivo.

Realizamos no dia 18 de agosto evento com os economistas Eduardo Giannetti, Mansueto Almeida e Marcos Lisboa. Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do ministério da Fazenda do atual governo, também foi convidado – infelizmente, por conflito de agenda, não pode comparecer.

O título do encontro era: “O Fim do Brasil? Como resolver a estagflação da economia brasileira?”. Na ocasião, os três teceram críticas importantes à política econômica.

Giannetti foi incisivo ao destacar quatro paradoxos do governo Dilma:

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Mansueto passou pontos quase inacreditáveis sobre a fragilidade das contas públicas, bem como sobre a falta de transparência envolvendo a política fiscal.

E Marcos Lisboa comprovou a precariedade da gestão, sobretudo no nível microeconômico. Nada é medido ou testado nos gastos públicos. Abandonamos por completo qualquer perseguição pela meritocracia e revisitamos erros antigos. “Estamos na terceira tentativa de criar a indústria naval”, exemplificou.

Posteriormente, pude explicar em detalhes, numa longa entrevista à Revista Época, os detalhes da tese e do livro O Fim do Brasil:

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Até onde vai o Petrolão?

Permita-me voltar à questão política estritamente. Faz-se necessária diante de sua importância.

Se antes eu já estava bastante preocupado com as afrontas à democracia, agora imagino que podemos enfrentar uma crise política com precedentes somente no impedimento a Fernando Collor.

A relação não é espúria.

Se – e, fique claro, somente se – eventualmente for comprovado que, conforme relata a delação premiada de Alberto Yousseff, a presidente Dilma Rousseff sabia da corrupção na Petrobras, há, sim, risco de impeachment.

A instabilidade política derivada desse eventual processo, com óbvios desdobramentos para a economia e os investimentos, seria simplesmente gigantesca. O capital estrangeiro pode abandonar o País, agravando o problema de falta de dólares. E o empresariado, diante da instabilidade e da incerteza, tende a frear seus investimentos.

A lei, especificamente a 1.079, é bastante clara a este respeito e define os crimes passíveis de perda do cargo para o exercício de qualquer função pública. Entre eles, não salvaguardar o dinheiro público, atuar de modo incompatível com a honra e não tornar efetiva a responsabilidade de seus subordinados.

Vale notar, por exemplo, editorial do Estadão do dia 16 de novembro, acusando Lula e Dilma de crime de responsabilidade. Diz o texto:

“Diante das surpreendentes proporções do esquema de corrupção armado dentro da maior estatal brasileira com o objetivo de carrear recursos para o PT e seus aliados, não surpreende que os dois presidentes da República no poder durante o período em que toda essa lambança foi praticada soubessem perfeitamente o que estava ocorrendo. Em 2010 – Lula presidente e Dilma chefe da Casa Civil -, o Palácio do Planalto, por meio de veto aos dispositivos da lei orçamentária que bloqueavam os recursos, liberou mais de R$ 13 bilhões para o pagamento de quatro contratos de obras da Petrobrás, inclusive R$ 6,1 bilhões para a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O TCU havia chegado à conclusão de que esses custos estavam superfaturados, mas Lula e Dilma entenderam que era preferível tocar as obras. Só essa decisão comprova a responsabilidade desses políticos por um escândalo que deixa o Caso Collor no chinelo.”

Sob tamanha instabilidade política, há risco pronunciado de fuga súbita de capital estrangeiro e queda adicional dos investimentos.

Os impactos dos escândalos da Petrobras sobre o front político podem ser gigantescos. Mas voltemos à questão econômica.

A consequência imediata e mais restrita é obviamente sobre Petrobras. Sob o risco dos desdobramentos das investigações, investidores estrangeiros estão vendendo suas ações e há o risco de termos prejuízos à distribuição de dividendos, por conta do reconhecimento de perdas.

Além disso, sem divulgar balanço, a empresa fica impedida de financiar-se no mercado de dívida – e ela precisa fazer isso para tocar seus investimentos.

Ou seja, há uma alta probabilidade de que ela tenha de reduzir seus investimentos em 2015 e de que venha a emitir ações.

Essa combinação seria trágica para a empresa e para seus acionistas.

Mas o maior problema é que a questão transcende o escopo da Petrobras. Não pagar dividendos vai afetar as contas da União, seu maior acionista, e que tem usado os proventos das estatais para fechar o orçamento.

Problema novo para a política fiscal, podendo significar a catálise para a perda do grau de investimento.

Conforme muito bem caracterizou Delfim Netto em entrevista à Folha no dia 2 de novembro:

“Aqui você tem um problema sério. Você tem de fazer um programa para evitar o pior, que seria o rebaixamento do grau de investimento. Isso aumentaria todos os custos externos. Seria uma tragédia.”

E não para por ai.

A redução dos investimentos da Petrobras impõe perspectiva de mais morosidade ao crescimento econômico brasileiro em 2015 – se a coisa já vai mal com a maior empresa brasileira investindo forte, como ficará sem ela?

Ademais, na hipótese de as empreiteiras envolvidas no Petrolão serem consideradas inidôneas, ficando, portanto, impedidas de participarem de futuras licitações, como poderíamos preencher a necessidade de grandes investimentos em infraestrutura?

Em resumo, o tamanho do problema é um elemento novo, não contemplado pela tese primeira do Fim do Brasil. Infelizmente, a versão 2.0 encontra elementos apenas para acelerar o prognóstico inicial.

Quanto antes o cidadão agir para proteger seu patrimônio e de sua família, melhor será sua condição. O panorama exige pressa.

E o que acontece agora?

Há quem acredite que o Governo Dilma passaria por uma curva de aprendizado. Ou seja, de que, tendo visto os resultados produzidos por seu ensaio nacional-desenolvimentista, migraria para uma política econômica mais ortodoxa.

É basicamente essa perspectiva, alinhada a um cenário ainda de liquidez internacional, sem precedentes, que tem impedido um verdadeiro colapso do mercado financeiro doméstico.

Ainda que a Bolsa brasileira contrarie os recordes observados para as ações norte-americanas e europeias, e o dólar venha subindo, o ajuste seria muito mais vigoroso não fosse a crença supracitada.

Deixe-me recuperar três frases recentes. Todas elas proferidas em novembro, já confirmada a reeleição, de tal sorte que não podem ser associadas a um mero discurso eleitoreiro:

Eu não acho que você consegue recuperar uma economia sem ter uma política com foco na demanda. Você não pode achar que com restrição da demanda você recupera.” – Dilma Rousseff.

A nossa estratégia não é ortodoxa. É uma estratégia desenvolvimentista.” – Guido Mantega.

Governo optou por não fazer ajuste ortodoxo.” Aloizio Mercadante.

Pergunta corolário: qual a chance, de fato, de abandonarmos, para além de meras migalhas, a nova matriz econômica?

Estamos repetindo o mesmo experimento esperando encontrar um resultado diferente. Qual a chance de dar certo?

Ao contrário, teremos mais do mesmo, com pequenas migalhas e retórica em favor do ajuste fiscal e da ortodoxia.

A nova matriz econômica seguirá pelo segundo mandato e as consequências serão apenas amplificadas, com um agravante: a última variável a reagir, o desemprego, passará a se mexer. Sem mudanças na política, entraremos na espiral recessiva.

A substituição da equipe econômica não seria sinal de mudança à frente.

Para responder a pergunta, basta lembrar que Nelson Barbosa, nomeado ministro do Planejamento, é um dos idealizadores da nova matriz.

Veja o que ele mesmo escreveu a respeito, no artigo “A inflexão do Governo Lula: política econômica, crescimento e distribuição de renda.”

No paper, Nelson basicamente defende a capacidade de Lula de combinar crescimento econômico com redução nas desigualdades sociais, num modelo pautado na retomada do papel do Estado no estímulo ao desenvolvimento e ao planejamento de longo prazo. Grosso modo, seria o triunfo da nova matriz econômica sobre o Consenso de Washington.

Ou seja, ainda que não seja a representação canônica da heterodoxia, como seria, por exemplo, Aloizio Mercadante, Nelson Barbosa mostra-se bastante simpático à nova matriz econômica. Como poderia ele, portanto, significar o abandono da tal matriz e a migração em direção ao modelo ortodoxo?

Toda a orientação de política econômica do Governo Dilma é keynesiana.

E o que isso significa?

Tentando responder de forma muito simples e didática, e infelizmente isso me fará incorrer em certa generalização, representa, grosso modo, duas coisas:

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O que decorre dai?

Ora, se você entende que o Estado resolve sempre melhor do que o mercado, está simplesmente desconfiando da própria essência do capitalismo. Em vez de fomentar o desenvolvimento do mercado, incentivar a competição e a inovação, a política econômica vai estimular a presença do Estado.

É simplesmente uma afronta à própria essência do capitalismo, que sustenta-se sob a ótica de que o crescimento vem da competição, da perseguição pela eficiência, dos esforços pela inovação. Contra a competição, a eficiência e o avanço tecnológico, em favor dos “amigos do rei” escolhidos pelo Estado, com efeitos colaterais sobre o aumento do nível de corrupção.

Não há como esperar crescimento ferindo o coração do sistema. Enquanto insistirmos no Estado para resolver os problemas do capitalismo brasileiro, incorreremos numa contradição lógica.

Em paralelo, se uma economia sofre problemas de oferta e você continua oferecendo estímulos à demanda, exatamente como é o caso atual do Brasil, terá duas consequências imediatas: inflação e déficit em transações correntes.

Bingo! Exatamente o que estamos vendo.

Ou seja, da mesma forma como previsto pelo livro-texto, observaremos em 2015: recessão, inflação alta e risco de crise cambial.

Definitivamente, não é um cenário fácil.

Reconheço contraponto importante. A nomeação de Joaquim Levy ao ministério da Fazenda me surpreendeu positivamente.

Levy é economista com sólida formação acadêmica e profissional. Fez mestrado na FGV e doutorado na conceituadíssima Universidade de Chicago. No ano de 2000, foi secretário-adjunto de política econômica do ministério da Fazenda e, em 2001, economista-chefe do ministério do Planejamento. Já no governo Lula, em 2003, ocupou o cargo de secretário do Tesouro, com trabalho formidável em favor do ajuste das contas públicas e do alongamento da dívida soberana.

Trata-se de nome com credenciais para acabar com a nova matriz econômica e resgatar o clássico tripé.

Entretanto, seria, de fato, capaz de representar na prática toda essa mudança?

De forma simples e direta, entendo que não. Ele está sozinho nessa e sua visão da Economia é diametralmente oposta àquela do núcleo do governo.

Dilma, Mercadante, Mantega, Augustin, Barbosa… todos eles são desenvolvimentistas.

Um único liberal, não pertencente ao núcleo, poderia enfrentar a visão de um governo inteiro?

Não parece razoável.

A rigor, a importante divergência ideológica entre o ministro da Fazenda e o restante da administração Dilma pode levar a uma paralisia do Governo, dada a falta de consenso.

Talvez ainda mais importante, ao nomear Joaquim Levy, a presidente contraria o seu próprio discurso de campanha e coloca no comando da economia um neoliberal.

Levy integrou a equipe de Armínio Fraga e é conhecido por políticas de corte de gastos públicos.

Ao rasgar explicitamente seu discurso de campanha e nomear um ex-subordinado de Armínio Fraga, Dilma Rousseff emite sinal de falta de compromisso com a decência. É isso que a sociedade espera de seus governantes?

Em paralelo, a escolha de Joaquim Levy pode, num cenário mais adverso, disparar um tiro no próprio pé do governo.

Num momento de instabilidade política e recessão econômica, nomear alguém contrário às ideias da esquerda representa um risco importante ao apoio dos movimentos sociais. Podemos estar à beira de perder a estabilidade social.

Cumpre aqui dizer que, a rigor, Joaquim Levy pode ser considerado à direita de Armínio Fraga.

Armínio é de Princeton, do Banco Mundial e ligado historicamente a George Soros, um dos grandes financiadores do Partido Democrata norte-americano, tipo como um homem simpático às ideias de esquerda. Levy é de Chicago e com passagem pelo FMI, um ultra ortodoxo.

Se Dilma Rousseff enganou seus eleitores, que acreditaram nas críticas à gestão Armínio Fraga, o que poderá fazer com os mercados e o restante da população?

Riscos estão subdimensionados hoje

As coisas podem ficar realmente complicadas.

Caso não haja uma alteração imediata e profunda da política econômica, retomaremos condições vistas somente antes de 1994. Desemprego algo, arrocho salarial, inflação em disparada e, até mesmo, congelamento de preços.

Veja que este governo já adota medida de controle de preços, impedindo aumentos de tarifas de energia, de combustíveis e de energia. Se pode fazê-lo em nível microeconômico, em determinados setores, por que não o faria em âmbito macro caso as coisas fiquem mais difíceis.

Esse é o caminho natural e devidamente documentado daqueles que optam pela via da tolerância à inflação e do gasto público irresponsável.

Não precisamos ir muito longe. Ao nosso lado, temos as referências trágicas de Venezuela e Argentina, que sucumbem ao caos econômico, financeiro e social por conta de medidas inadequadas de política econômica.

Mais do que isso, não precisamos sequer cruzar as fronteiras, basta recorrer ao nosso próprio passado. Anteriormente ao Plano Real, a desconfiança com nossa moeda era tal que o poder de compra do trabalhador caia pela metade durante um único mês e o empresário não pensava em investir, sem visibilidade para o futuro, com um novo plano econômico por ano.

Entre 1990 e 1994, o crescimento médio do PIB foi de 1,3% ao ano, enquanto a inflação anual foi de 1.210%. Isso depois de já termos vindo da famosa Década Perdida. Do período de 1986 a 1991, tivemos cinco choques (Plano Cruzado, Bresser, Verão, Collor I e Collor II).

Não há como existir consumo nem investimento em ambiente de tamanha desconfiança sobre a moeda e incerteza sobre o futuro.

Foram várias tentativas de congelamento e tabelamento de preços, com resultados trágicos. A qualidade dos produtos era péssima e vendiam-se, inclusive, latas vazias nas prateleiras dos supermercados – era o melhor que se podia oferecer àquele preço tabelado.

Problemas de abastecimento e falta de produtos eram recorrentes, o que obviamente resultava, ao final, na ruptura com os congelamentos de preços. Dá-lhe volta da inflação, que ultrapassava 80% ao mês.

A imagem abaixo é representativa do tamanho do problema. Simplesmente, faltavam produtos nas prateleiras:

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Talvez o ponto máximo da adversidade seja a restrição do acesso à poupança por meio do Plano Collor.

Lançado no mesmo dia da posse do presidente Collor, o novo plano reintroduziu o cruzeiro como padrão monetário e estabeleceu, mais uma vez, congelamento do preço de bens e serviços. Novos tributos foram criados, afetando ainda mais o poder de compra e a confiança dos empresários.

Mas foi no âmbito financeiro que se deu a maior mudança: o sequestro de liquidez. Sem dúvida, foi a medida mais traumática. Todas as aplicações financeiras superiores a NCr$ 50.000 foram bloqueadas por um período de 18 meses.

O cidadão simplesmente não poderia acessar seu próprio dinheiro. O Plano colocou a economia em recessão e não foi capaz de conter a inflação de forma sustentada.

Tenho uma experiência pessoal marcante e extremamente negativa nesse sentido. Às vésperas do Plano Collor, meu pai havia comprado um apartamento. Comprometia-se a pagar as parcelas restantes nos meses seguintes. O acesso ao dinheiro foi bloqueado e simplesmente perdemos o apartamento. Nossa família precisou de anos para se recuperar do golpe.

Não há nada mais assustador do que ter seu dinheiro bloqueado. Governos desesperados tomam medidas desesperadas.

Talvez você resista à ideia, mas já há uma série de notícias apontando o caminho que estamos seguindo. Elas estão apenas subdimensionadas por enquanto.

Veja por si mesmo algumas manchetes.

Da Folha, em 14 de abril de 2014:

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Do Globo, em 31 de outubro de 2014:

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Da Reuters, em 24 de novembro de 2014:

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Do Estadão, em 23 de outubro de 2014:

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Do portal G1, em 14 de novembro de 20114:

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De fato, não estou sozinho

Evidentemente, não sou o único a tecer alertas e preocupações com o Brasil.

Os grandes experts têm adotado discurso bastante pessimista também. Inclusive, muitos já têm agido e se posicionado para capturar esse quadro – o que eu estou lhe propondo aqui é somente a oportunidade de que você possa fazer o mesmo para proteger e até mesmo aumentar seu patrimônio.

Luis Stuhlberger, o mais brilhante dos gestores brasileiros, escreveu em sua carta aos cotistas de outubro:

“Achamos que a situação da economia brasileira é bem mais frágil do que aquela sugerida hoje pelos preços dos ativos.

Passamos praticamente todo o ano de 2014 comprando seguros para a piora expressiva da economia brasileira e a consequente queda no preço de seus ativos financeiros. (…)

Os motivos pelos quais tais seguros não estão sendo acionados são os seguintes: o cenário internacional e a extrema complacência dos investidores, especialmente os estrangeiros, com o Brasil. (…)

É um pensamento esperançoso incrível.”

Jim Chanos, um dos maiores investidores do mundo, recentemente relatou estar vendido em ações da Petrobras, apostando contra os papéis porque a empresa existe para servir o Estado – e não para dar lucro.

O economista Eduardo Giannetti afirmou, para o caso de Dilma não alterar sua política e dobrar a aposta na nova matriz econômica:

“Aí, meus caros, apertem os cintos. Vamos enveredar para uma crise financeira logo no inicio do segundo mandato, porque o mercado financeiro vai perceber rapidamente que o Brasil não se sustenta. Eu realmente temo que essa possibilidade aconteça.”

Outra frase interessante foi dita por Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio-diretor da Tendências Consultoria:

“Se tomarmos o caminho errado (não acabar com a nova matriz econômica), o Brasil corre um sério risco de jogar fora tudo que foi construído desde os anos 90, deixando o país mais vulnerável a crises externas.”

Alexandre Schwartsman, ex-economista chefe do Banco Santander e ex-diretor do Banco Central, escreveu em artigo do dia 12 de novembro:

“O governo não terá, portanto, o benefício da dúvida. Pelo contrário, terá que apertar muito para convencer o distinto público de sua firmeza de intenções, o que destruiria até as perspectivas de crescimento pífio de 1% em 2015, hoje consensuais, com reflexos negativos sobre o desemprego. Desconfio, e estou longe de estar sozinho, que a presidente não há de apreciar sua única conquista econômica se esfumaçando no rastro do ajuste fiscal, mesmo necessário.

A conta da campanha chegou e duvido que o governo esteja disposto a pagá-la.”

Há, porém, um caráter novo e exclusivo de minha tese sobre O Fim do Brasil – e é por isso que ela recebe este nome.

Enquanto a maior parte dos economistas ortodoxos projeta um cenário de mediocridade atroz para o segundo mandato, basicamente com continuidade das condições ou apenas leve recrudescimento dos fundamentos, eu antevejo uma ruptura, com uma catálise proveniente de algum cisne negro.

Explico…

A Empiricus apoia-se fundamentalmente na filosofia de Nassim Taleb. Ele é, entre outras coisas, autor do livro Black Swan, que mostra como a história vai sendo definida basicamente pelos tais cisnes negros, eventos considerados raros, de alto impacto e imprevisíveis.

É exatamente a possibilidade de ocorrência de um cisne negro – sim, eles ocorrem – que transformaria essa mediocridade atroz em verdadeira tragédia e ruptura.

“Ah, mas não pode haver um cisne negro positivo?”

Pode, claro. Mas quando você está frágil, você não captura seus efeitos. Para gostar da volatilidade, dos choques, do desconhecido, precisaríamos ser antifrágeis.

Em termos macro, isso significaria ter uma dinâmica cadente da dívida, inflação baixa, contas públicas em ordem e superávit em conta corrente. No âmbito micro, incentivo à competição e à inovação.

Ou seja, é exatamente o oposto de nosso capitalismo de compadres.

Estamos muito sensíveis a um cisne negro negativo.

Por definição, não posso precisar qual será o black swan de 2015, pois eles são imprevisíveis.

Mas já enxergo cisnes cinzas – a diferença entre os cinzas e os negros é justamente que os primeiros são previsíveis. Entre eles, cito a provável interrupção dessa intensidade de fluxo a mercados emergentes a partir da subida dos juros nos EUA, a desaceleração da economia chinesa, o retorno da crise econômica à periferia europeia, a queda das commodities e o Petrolão.

Ainda teremos de lidar com os unknown unknowns de Donald Rumsfeld – aquilo que nem sequer não sabemos que não sabemos.

De todo modo, o fato é que, com ou sem cisne negro, a lista de grandes investidores históricos ficando pessimistas com o Brasil é grande.

Os maiores experts estão agindo antecipadamente. Eles sabem que há sérios problemas com a economia nacional.

A boa notícia é que você pode fazer o mesmo.

Não importa o que aconteça, eu tenho uma série de maneiras para você proteger seu patrimônio – e seguindo cada um dos passos você pode duplicar ou até mesmo triplicar sua poupança nos próximos anos.

O que você deve fazer?

Bem, tenho dedicado minha pesquisa somente a isso nos últimos meses. Encontrei um número surpreendente de coisas simples que você pode fazer para blindar seu dinheiro e até mesmo encher um pouco mais o bolso quando essa crise estourar.

Aqui está minha recomendação…

O que você pode fazer para proteger a si e a sua família

E ainda ganhar dinheiro de verdade

Então, o que você pode fazer para proteger seu patrimônio e, eventualmente, ainda aumentar sua poupança nos próximos anos?

Bom, há uma série de passos financeiros simples e rentáveis que eu acredito que você possa e deva adotar, imediatamente.

E aqui há algo importante a se manter em mente: falo estritamente de suas finanças. A respeito de seu bem-estar e sua segurança pessoal e de sua família, infelizmente depende das circunstâncias. Apenas recomendo preparo para interrupções súbitas de energia e água, além do aumento de roubos, furtos, arrastões e sequestros. Vejo uma probabilidade significativa de que essas coisas acontecem nos próximos dois anos.

Lembre-se: o governo não poderá ajudar no momento da crise. Ao contrário, ele estará focado em salvar a si mesmo, e poderá aumentar impostos, congelar salários e dificultar seu acesso a poupança.

De minha parte, há uma única alçada em que eu posso realmente ajudá-lo e ela restringe-se ao escopo de proteger seu patrimônio nos próximos anos e buscar soluções criativas e seguras para, possivelmente, ainda incrementá-lo.

Cada um dos passos aqui recomendados são possíveis e simples de implementar – ao menos por enquanto. Uma grande demora para colocá-los em prática, porém, vai torná-los mais caros, difíceis e até mesmo impossíveis de concretizar.

Caso você adote esses movimentos agora, não somente estará mais preparado para lidar com a crise quando ela vier, como, no meu entendimento, também poderá fazer um pouco mais de dinheiro à frente.

E se eu estiver errado?

Aqui entra a melhor parte…Nesse caso, você também será capaz de aferir grandes ganhos.

Mesmo se o resultado desta crise projetada for apenas uma inflação moderada, você ainda estará preparado para se sair muito, muito bem.

Seguem os passos específicos que você deve tomar imediatamente:

PASSO #1: APLIQUE PARTE DE SEUS INVESTIMENTOS PARA ALÉM DO ALCANCE DO GOVERNO BRASILEIRO (isso é perfeitamente legal, e mais simples do que você imagina)

Eu sei que você provavelmente ainda não acredita quando eu digo que o Governo brasileiro adotará uma série de medidas para salvar a si mesmo, coisas inimagináveis neste momento.

Mas lembre-se: Governos desesperados tomarão atitudes desesperados. Não nos faltam exemplos históricos disso, não é mesmo?

Acho possível que tenhamos nacionalização de certos planos de previdência, aumento de impostos sobre movimentação financeira e ganhos de capital e empecilhos adicionais para se mandar dinheiro ao exterior.

Na hipótese mais radical, até mesmo restrições temporárias de acesso à poupança podem acontecem.

Por isso, eu recomendo fortemente: parte de seus investimentos deve ser feito fora do Brasil.

Isso é mais seguro e diminui o acesso do Governo a sua poupança.

Por favor, não me leve a mal. Mas quanto menos o Governo souber de seus investimentos, melhor. Trata-se de uma questão de proteção e de respeito às liberdades individuais.

Em reforço, lembre-se da máxima de não colocar todos os ovos na mesma cesta. É fundamental diversificar entre algumas moedas.

Há formas simples e rentáveis de você investir para além dos domínios do governo brasileiro, de forma plenamente legal.

Eu mesmo estou pessoalmente investindo neste momento uma parcela significativa de meu portfólio em um desses ativos. E minha ideia é mantê-lo em minha carteira por muito tempo. Independentemente do que vier a acontecer, sei que terei uma bela porção de dinheiro longe das garras do Planalto brasileiro.

Não vou lhe contar exatamente o que estou fazendo nesta carta, mas vou explicar em detalhes num relatório, de título: “Como ganhar dinheiro com este modelo de crescimento econômico?

Nessa peça, faço uma contextualização do modelo e mostro como precisamos de um novo ciclo de crescimento. Identifico as melhores oportunidades de investimento nesse quadro e recomendo formas explícitas de diversificar entre moedas, além de enaltecer formas rentáveis de aplicar em dólar.

E não se preocupe caso você não tenha familiaridade com investimentos internacionais. Tenho esmiuçado um guia sobre como investir no exterior, a que os assinantes da Empiricus têm acesso imediato.

Será um prazer dar-lhe acesso a esse conteúdo, que eu considero fundamental.

Além disso, eu gostaria de enviar-lhe informações muito relevantes sobre…

PASSO #2: COMO SE PROTEGER DA INFLAÇÃO?

Estou falando aqui de comprar o quanto você puder de proteção contra a inflação. Resgato aqui o fato estilizado: inflação é como uma gravidez, inevitavelmente cresce.

Você precisa estar protegido da esperada escalada da inflação. Caso contrário, seu salário e seus investimentos vão ser corroídos pela disparada dos preços, reduzindo fortemente o poder de compra da sua família.

Ganhos acima da inflação. É isso que interessa ao trabalhador e ao investidor. E é com esse tipo de recomendação de investimento que estou comprometido.

Você pode ter retornos reais (acima da inflação) através de investimentos em renda fixa, câmbio e ações. Há boas aplicações nesse escopo. E há ótimas aplicações nesse escopo.

Dediquei tudo o que eu sei sobre isso para montar um relatório com as ótimas aplicações para se proteger e ganhar da inflação. No documento chamado “O problema da inflação”, encontro a raiz da inflação brasileira, proponho soluções para a questão e aponto os melhores investimentos para ganhar do dragão.

Eu também gostaria de dar-lhe acesso a esse valioso conteúdo. Vou mostrar exatamente como num instante.

Antes, deixe-me falar sobre o terceiro passo a ser seguido agora:

PASSO#3: CUIDADO COM AÇÕES DE ESTATAIS (E COM O SEU FGTS)

Ações de empresas estatais são tradicionalmente complicadas. Isso porque, em várias situações, a empresa é usada como instrumento para se fazer política social. A prática contraria o interesse dos acionistas, interessados em ver a maximização de valor para a firma e não necessariamente para toda a sociedade.

Como essas coisas, por vezes, entram em conflito, comprar estatais já é normalmente um pouco mais desafiador.

Mas o que vem acontecendo com o caso brasileiro é gritante. O atual Governo simplesmente destruiu a Petrobras, impedindo reajustes de preços para conter a inflação e forçando pesados investimentos para explorar o pré-sal.

Petrobras hoje tem a maior dívida corporativa do mundo e, embora sua presidente negue, deve ter de pedir mais dinheiro ao mercado em breve.

Isso é particularmente importante. Primeiro pois se trata de um grande patrimônio nacional, que já figurou entre as maiores empresas do mundo e perdeu essa condição.

Depois porque milhares de brasileiros possuem ações da companhia e, ainda pior, uma infinidade de pessoas tem seu FGTS, que seria um poupança segura e de longo prazo, em papéis de Petrobras.

A poupança de milhares de brasileiros foi castigada por uma prática nefasta e anti-mercado.

Sabendo da importância do tema, encomendei a nosso analista de Petrobras uma pesquisa profunda sobre o tema. Ele preparou um longo e detalhado relatório com o histórico dos acontecimentos sobre a companhia, concluindo com o que fazer com as ações da empresa.

Entendo que este seja o melhor conteúdo já produzido sobre Petrobras em toda a história.

E como se não fosse suficiente, o mesmo relatório traz ainda a única ação de empresa estatal em que vale a pena investir.

Não tenho dúvida de que se trata de material extremamente útil para cada cidadão brasileiro.

Vamos ao penúltimo passo, tão ou até mesmo mais importante quanto os três iniciais…

PASSO#4: APRENDA O SEGREDO DOS 100%

Se você gostaria de ter a oportunidade de fazer muito dinheiro durante a próxima crise, uma forma certa de fazer isso é aprender as imbricações de uma estratégia de investimento pouco comum. Essa fórmula tem produzido uma verdadeira fortuna para alguns investidores.

A Empiricus já tem recomendado essa estratégia de maneira muito bem sucedida a alguns de seus principais clientes, todos amplamente satisfeitos.

E veja: não estamos falando de ações aqui. Você não precisa ter uma única ação sequer para embarcar nessa estratégia. Também não há relação com posições “short” (vendidas) de ações.

De forma simples e direta, é uma maneira de se extrair renda do mercado com um perfil seguro, com ganhos que podem chegar a exatos 100%, sem possuir ou mesmo tocar uma ação.

Faço uma ressalva: embora a estratégia seja extremamente segura e envolva uma entrada de caixa inicial, sob determinadas circunstâncias, haverá situações em que você terá de comprar a ação subjacente a um preço menos favorável do que as condições de mercado correntes. Portanto, por favor entenda: há risco envolvido e provavelmente a estratégia não servirá para todo mundo.

Mas se trata, indubitavelmente, de uma prática robusta, em especial nos momentos de maior incerteza e stress financeiro. Uma vez que você a absorva e compreenda seu funcionamento, suspeito que nunca mais queira investir sem ela novamente.

É por isso que recebe o nome de segredo dos 100%.

A estratégia tem sido a forma com que uma porção de clientes da Empiricus vem apresentando ganhos formidáveis, mesmo em tempos difíceis para os mercados. E, em momentos ainda mais negativos, como eu espero para os próximos dois anos, essa será uma prática incrivelmente rentável e lucrativa.

Tudo o que você precisa saber sobre isso está num vídeo gravado pelo meu sócio Rodolfo Amstalden, de título: “O Segredo dos 100% – A forma mais simples de fazer dinheiro quando os mercados estão muito arriscados”.

Esta aula explica exatamente como funciona a estratégia. Com ela, você poderá decidir se ela está adequada a seu perfil, além de mostrar exatamente como tirar proveito dela, começando imediatamente.

Finalmente, chegamos ao último passo. Depois disso, falarei exatamente como ter acesso a esse conteúdo indispensável àqueles que querem ganhar dinheiro de verdade quando a próxima crise chegar…

PASSO#5: CERTIFIQUE-SE DE QUE VOCÊ DETÉM O ATIVO QUE PODERÁ SALVAR VOCÊ E SUA FAMÍLIA, NÃO IMPORTA O QUÃO RUIM A SITUAÇÃO POSSA FICAR

Não há exatamente como precisar o quão ruim a situação pode ficar.

Eu realmente acredito em escalada da inflação, desabastecimento de água e energia, grande desemprego e intensas manifestações sociais, mesmo que por alguns meses apenas.

A boa notícia é que há um ativo que você pode comprar, altamente disponível no Brasil, que pode ajudá-lo a proteger seu patrimônio e de sua família do caos. E mais: marca o posicionamento adequado para fazer até mesmo uma fortuna em alguns anos.

Não estou falando de títulos públicos, títulos privados, uma moeda ou metais preciosos. Obviamente, também não tem nada a ver com o mercado acionário.

O que estou falando aqui é um ativo muito poderoso que famílias abastadas têm usado por séculos para blindar seu patrimônio, preservar e ainda aumentar suas fortunas.

Veja o que aconteceu, por exemplo, com índice global que mede o desempenho dessa classe de ativos entre 1991 e 2009, batendo a principal referência de ações nos EUA em 430% no período.

E o melhor, sem volatilidade, conforme mostra o gráfico abaixo:

Captura de Tela 2014-11-26 às 13.56.37

A respeito desse ativo, o famoso investidor multimilionário Barton Biggs certa vez escreveu: “ele protege tanto sua riqueza quanto sua própria vida.” É algo realmente fantástico.

Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, quando milhares de famílias perderam a totalidade de seu patrimônio para a inflação ou para a atuação do governo, esse foi um dos poucos ativos que permitiu as pessoas preservarem e até aumentarem sua riqueza.

Grandes investidores em todo mundo têm exposição relevante a esse tipo de ativo, alguns deles inclusive aumentando suas posses nos últimos tempos. Nos EUA, casos clássicos são Bill Gates, Sam Walton (do Wal-Mart), Charles Schwab, a família Ford, entre outros. No Brasil, vários exemplos também como Antônio Ermírio de Moraes, Lírio Parisotto, Mário Celso Lopes, Blairo Maggi.

Como já mencionei, você pode facilmente entrar para essa classe hoje. Há uma grande gama de oportunidades na área e de forma bastante barata.

Eu escrevi um relatório completo sobre isso, de nome: “O ativo mais valioso do mundo em tempos de crise”.

Há várias formas de se fazer esse investimento e eu vou mostrar exatamente como. Isso poderá salvar você e sua família caso as coisas fiquem realmente ruins.

Não gostaria de falar mais sobre isso aqui nesta carta. A verdade é que quanto menos pessoas souberem sobre este investimento, melhor.

PASSO#6: TENHA O DEVIDO CONHECIMENTO E CUIDADO PARA INVESTIR EM IMÓVEIS

O brasileiro é apaixonado por imóveis. Eu compactuo do gosto por esse investimento.

Faz todo sentido, sobretudo diante de nossa história inflacionária.

Os imóveis atravessaram várias crises ao longo do tempo, oferecendo uma proteção importante à inflação e uma dinâmica típica dos ativos reais.

O momento atual, entretanto, apresenta uma dinâmica particular.

Os preços subiram muito fortemente nos últimos anos e o crédito imobiliário como proporção do PIB aumento em velocidade impressionante, suscitando dúvidas quanto a uma eventual bolha, cujo estouro seria traumático.

Em paralelo, as incorporadoras observam elevados níveis de estoque, os distratos encontram patamares sem precedentes e as velocidades de venda têm caído rapidamente.

Tudo isso permeado por prognóstico de aumento das taxas de juro e maior desemprego.

É evidente que, para quem pensa em longo prazo – falo aqui de décadas – imóveis sempre serão um negócio bastante atrativo. Oferecem proteção com a inflação, ainda temos um déficit habitacional da ordem de cinco milhões de famílias e há muito espaço para crescimento do crédito imobiliário.

O curto prazo, porém, pode ser especialmente desafiador e você precisa adotar a estratégia correta para investir em imóveis neste momento. Justamente por isso, escrevi um relatório chamado Considerações sobre o investimento em imóvel no Brasil no contexto do Fim do Brasil.

PASSO 7# ENTENDA SOBRE O CONTEXTO POLÍTICO ANTES DE TOMAR QUALQUER DECISÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

Eu preciso ser sincero com você. Por mais que eu estude e me dedique à política, não consigo ter a profundidade que gostaria nesta área. Sou um economista e mestre em finanças.

Acho que meus leitores merecem – e precisam de – algo melhor do que isso.

Assim, gostaria de dar-lhe acesso a uma conversa exclusiva que a Empiricus teve com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Fizemos um relatório somente com o prognóstico do ex-presidente para os próximos quatro anos da política e da economia no Brasil.

Estou certo de que o entendimento do contexto político ajudará em muito na tomada de decisões econômicas e financeiras neste momento.

Não vejo pessoa mais gabaritada para falar disso agora do que FHC. Eu mesmo pagaria centenas, talvez milhares, de reais para acessar este conteúdo. Visões privilegiadas como essa podem mudar para sempre sua vida financeira.

É com muito orgulho que produzi este documento. Ficaria honrado de dividi-lo com você.

PASSO 8# CONHEÇA OS MELHORES INVESTIMENTOS PARA 2015

Neste momento, imagino que você está pensa sobre a evolução de seu patrimônio em 2015.

Você tem toda razão de fazê-lo. Sempre deve ser assim.

Mas o ano que vem promete exigir um pouco mais de diligência, por tudo que falei até aqui.

Com isso em mente, tenho me dedicado fortemente a identificar as melhores oportunidades de investimento para 2015. Somente aquelas capazes de proteger seu patrimônio da crise e ainda oferecer-lhe, em qualquer cenário, rentabilidade consistente.

Estou satisfeito com o que encontrei e ficarei feliz em oferecer-lhe cada uma dessas sugestões.

FONTE: http://www.empiricus.com.br/fdb2/?key=9cc9ad86-1f52-4364-a06c-39c16...

 

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