Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O Instituto Millenium não acredita em intervenção do Estado!

O anúncio do governo federal na última sexta-feira (19), de substituir o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, pelo general da reserva, Joaquim Silva e Luna, atual diretor da Itaipu Binacional, está gerando polêmicas até entre antigos membros da atual administração.

Essa repercussão está ocorrendo porque a interferência do Estado no comando de qualquer empresa, até mesmo estatais ou mistas, como o caso da Petrobrás, envia a mensagem de instabilidade e insegurança para os investidores.

Segundo dados da consultoria Economática, em dois dias as três principais estatais do país: Petrobrás, Banco do Brasil e Eletrobrás, perderam R$ 113,2 bilhões. E os impactos não param por aí. Há aumento na taxa de juros, desvalorização do câmbio, o risco-país dispara e consequentemente os investimentos nacionais e estrangeiros recuam, como explica o administrador de empresas André Bolini. Ouça o podcast!

“O valor de mercado reflete as expectativas de acionistas e investidores com relação ao fluxo de caixa futuro de uma empresa. Ações governamentais sobre a ação empresarial tem impacto direto nesse fluxo de caixa, e isso destrói o valor da companhia no longo prazo”, explicou.

A insegurança jurídica é outro impacto negativo desse tipo de interferência, já que pode abrir precedentes para novas ações arbitrárias. O advogado especializado em Direito do Estado Sebastião Ventura, destaca que já houve sinalização de intervenções no setor elétrico e no Banco do Brasil, o que seria desastroso. Ouça o podcast!

* a qualidade do áudio foi comprometida por instabilidade na internet

“Além de gerar falta de credibilidade nacional, gera prejuízos para acionistas que muitas vezes compram ações dessas empresas (estatais), achando que elas serão bem geridas, e a política mal exercida acaba por impactar o negócio”, pontuou.
Por que o controle de preços não funciona?

A justificativa para a troca do presidente da Petrobrás foi a insatisfação do governo com a política de preços da empresa, que anunciou reajustes para aumentar o preço dos combustíveis nas refinarias.

André Bolini explica que no caso de uma petrolífera, a oscilação de preços é natural dentro de uma economia livre, já que existem variáveis do mercado internacional que fogem do controle do poder político ou da sociedade brasileira.

“Qualquer movimentação que venha contra a livre atuação da empresa, destrói valor. Esse é o efeito que nós tivemos na Petrobrás”, afirmou.

Em entrevista recente ao Instituto Millenium, o mestre em economia João Accioly, fala que a alta nos preços é um “remédio amargo para evitar prateleiras vazias”, ou seja, a intervenção do Estado pode causar perdas muito maiores para a economia e para o consumidor final, que perde o direito de decidir o que quer ou não comprar.

O comunicador e cientista de dados Wagner Vargas, ressalta em uma edição do Millenium Explica, que o repasse do aumento de preços é um mecanismo do mercado para que o empreendimento não absorva os prejuízos, o que tornaria o negócio insustentável, com o possível fechamento de portas.

“A melhor forma de evitar a interferência política é a privatização”

Além de melhorar a gestão do dinheiro público, as privatizações são importantes para reduzir as possibilidades de influência do Estado na economia.

Para o advogado Sebastião Ventura, é urgente a privatização de qualquer empresa pública. “Os exemplos da realidade cada vez mais demonstram que o Brasil não tem maturidade suficiente para ter empresas públicas. Porque sempre há algum tipo de infantilidade governamental que produz algum tipo de ingerência indevida ou arbitrária nos agentes públicos de mercado direto”, destacou.

O administrador de empresas André Bolini relembra os casos recentes da utilização de estatais como forma de manutenção e abastecimento de esquemas corruptos e aponta a privatização como uma importante saída.

“Certamente a privatização é uma das melhores armas da população contra a ingerência política na economia, e é a melhor arma no combate a corrupção e o uso político de estruturas econômicas,” finalizou.

Quanto maior o Estado, menor o indivíduo. Quanto mais interferência do Estado, menores as chances de você tomar suas próprias decisões e escolher o seu caminho. Só é possível construir uma sociedade mais justa e próspera com economia de mercado, democracia, liberdade de expressão e Estado de Direito.
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