Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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Nas últimas semanas, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, e o representante comercial dos EUA, Ron Kirk, criticaram o Brasil pelo aumento de tarifas de importação de alguns produtos industriais, consideradas como protecionistas e contrárias a compromissos contraídos no âmbito do G-20 e da OMC.

Japão, Estados Unidos, União Europeia (UE) e Austrália também questionaram o Brasil na OMC por ter transformado medidas temporárias, como o conteúdo nacional na licitação da telefonia móvel (G4), a redução do IPI para diversos produtos e a nova politica automotiva em politicas industriais permanentes.

A crise internacional está aumentando o número de medidas protecionistas, que não ajudam nem a volta do crescimento, nem o retorno da competitividade.

Recente relatório sobre protecionismo entre os países do G-20 elaborado pelo Global Trade Alert (GTA), da Universidade de St Gallen, na Suíça, mostra que a tendência restritiva é bem mais ampla. Nele são analisadas medidas aplicadas desde 2008 pelos governos com base em dois critérios: medidas discriminatórias e quase certamente discriminatórias.

O levantamento da GTA apresenta grandes surpresas quando identifica quais os países que mais aplicaram medidas quase certamente discriminatórias, quantas linhas tarifárias, quantos setores e parceiros comerciais ficaram afetados por essas medidas. Vale a pena reproduzir parcialmente o resultado desse trabalho, com a indicação dos dez países que, com medidas quase certamente discriminatórias:

mais as aplicaram: União Europeia (302), Rússia (169), Argentina (141), Índia (74), Reino Unido (67), Alemanha (64) França (61), China (60), Itália (56) e Brasil (54);

afetaram o maior número de linhas tarifárias (categorias de produtos); Vietnã (931), Venezuela (786), Cazaquistão (732), China (732), UE (656), Nigéria (599), Argélia (476), Argentina (467), Rússia (446), Índia (401) ;

afetaram o maior número de setores: Argentina (63), Argélia (62), UE (57), China (52), Nigéria (45), Rússia (45), Alemanha (44), Cazaquistão (44) EUA (42), Gana (41);

afetaram o maior número de países: China (193), UE (187), Holanda (163), Alemanha (155), Polônia (155), Índia (153), Indonésia (153), Bélgica (152), Finlândia (152), Argentina (151).

Em termos de medidas discriminatórias, assim, a União Europeia é a campeã do protecionismo; em termos de linhas tarifárias afetadas, o Vietnã é o número um (em virtude das repetidas desvalorizações competitivas da sua moeda); em termos de setores afetados, a Argentina é a primeira da lista; e em termos de parceiros afetados, a China encabeça a relação (em parte devido a extensa lista de políticas administradas por meio de descontos seletivos de VAT para os exportadores).

Japão, Argentina, Turquia, Índia e Arábia Saudita encabeçam a lista, seguidos dos 27 países da União Europeia, com destaque para França e Reino Unido, e EUA.

A China e a Argentina são os únicos países presentes em todas as listas das quatro categorias dos maiores responsáveis por politicas protecionistas. Alemanha, Índia e Rússia estão listadas em três das quatro listas dos mais restritivos. O Brasil aparece em apenas uma das listas e mesmo assim em décimo lugar. Não há quem fique bem na foto do protecionismo.

Fonte:Autor(es): Rubens Barbosa. O Globo -

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Comentário de Edson Baron em 9 outubro 2012 às 19:26

Eta mundo de hipócritas!

Adoram criticar nosso país, mas têm o "rabo" mais sujo que qualquer coisa.

No próximo questionamento por qualquer um desses países (EUA, Inglaterra e etc. e tal) o Brasil deveria fazer uma correspondência oficial em letras garrafais com um: "VÃO A MERDA!"

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