Tenho feito reflexões sobre os rumos do nosso país e me chama atenção notícias sobre alto índice de desemprego, um grande contingente de pessoas fora do mercado de trabalho, ao mesmo tempo que nos deparamos com muitas vagas disponíveis, em diversas funções.
Podemos perceber retomada do crescimento em vários setores, perspectivas para expansão dos negócios e ampliação no número de vagas, mas por que muitas não são preenchidas?
No Brasil há oportunidades, temos condições de nos tornarmos um celeiro para o mundo, como fornecedor de alimentos e manufaturados, bem como agregarmos valor aos produtos e serviços, por meio da inovação, produtividade e competitividade das empresas, mas faltam trabalhadores.
São milhões de brasileiros na informalidade, fazendo bicos ou fora do mercado de trabalho. Por que grande parte não busca recolocação ou não consegue preencher uma vaga, mesmo em funções que não é exigida qualificação? Seria influência do assistencialismo e da busca por auxílios do governo?
O trabalho gera inclusão social e dignidade, portanto, uma população empregada move a economia de um país.
Conforme matéria publicada no jornal O Popular, de 9 de julho de 2022, dentre 145 empresas associadas da ADIAL Goiás, há 5.000 vagas disponíveis em diversas áreas das indústrias, muitas abertas há meses e ainda não foram preenchidas.
Ainda caminhamos em passos lentos no quesito educação.
O baixo nível de escolaridade e formação do trabalhador, o desequilíbrio entre oferta de emprego nos diversos setores da economia e a falta de mão de obra capacitada são entraves que prejudicam o desenvolvimento do país.
Com aumento no ritmo de expansão da economia, novos investimentos, profissões e tecnologias, será exigido cada vez mais conhecimento e habilidades para atender as demandas das empresas.
Conforme o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, estudo realizado pelo Observatório Nacional da Indústria da CNI para identificar oportunidades e orientar a formação profissional, até 2025 o Brasil precisará qualificar 9,6 milhões de pessoas em ocupações industriais.
Dados do Sistema FIEG, apontam que mercado goiano precisará de 63 mil profissionais com formação inicial e outros 246 mil com atualização de conhecimento para atender demandas do setor.
Nesse propósito, o SENAI tem dado importantes contribuições ao país, por meio da educação e qualificação profissional. É um modelo de ensino de excelência que deve ser seguido para suprir a necessidade das empresas e daqueles que desejam se inserir ou se recolocar no mercado de trabalho.
Para que haja maior inserção e reintegração do indivíduo, há necessidade de implementação de ações e estratégicas integradas de políticas de inclusão, que estimulem a busca pelo emprego e qualificação por parte da população, além de mudanças profundas no sistema educacional, preparando o aluno para o mundo do trabalho.
Paulo Afonso Ferreira é vice-presidente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O artigo foi publicado no dia 24/07/2022, no jornal O Popular.
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