Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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A presidente Dilma está na Austrália. O que ela deveria aproveitar para aprender em sua rápida passagem por este belo país, além de coisas sobre marsupiais em risco de extinção? Nunca estive lá, mas tenho amigos e familiares que foram e comprovaram aquilo que leio e vejo: é uma espécie de Brasil que deu certo.

País lindo, com natureza deslumbrante, como o nosso, mas com povo mais educado, economia pujante que não depende apenas de recursos naturais, e um império da lei que funciona razoavelmente bem, legado da colonização britânica. Que tal Dilma observar o que a Austrália faz de diferente de nós, então?

Para começo de conversa, e o mais importante: a liberdade econômica. O Índice de Liberdade Econômica medido pelo Heritage Foundation coloca o país da Oceania como o terceiro mais livre do mundo! Vejam o ranking:

Australia

A Austrália seria mais livre do que a Suíça. Os critérios levados em conta são: império da lei (propriedade privada e corrupção); governo limitado (fardo dos gastos públicos); eficiência regulatória (ambiente de negócios, leis trabalhistas flexíveis, política monetária confiável); abertura de mercados (política comercial, liberdade para investimentos estrangeiros).

Nas duas últimas décadas, a Austrália tem ganhado posições no ranking justamente por melhorar esse ambiente para os negócios, tornando cada vez mais fácil a vida dos que pretendem investir no país. Estabilidade da moeda, dívida pública reduzida e um mercado dinâmico de trabalho têm favorecido o país.

Um Judiciário independente, um sistema legal transparente, uma ampla abertura comercial para se aproveitar da globalização e um tradicional sistema de proteção da propriedade privada colaboram com o desenvolvimento econômico australiano. Parece o Brasil, não é mesmo?

Piada de mau gosto. Como fica nosso país nesse mesmo ranking? Simplesmente na rabeira, na centésima-décima quarta posição, ao lado de países como Butão! Talvez por isso alguns senadores já falem em trocarmos o objetivo Produto Interno Bruto pelo subjetivo Felicidade Interna Bruta, como fez o Butão…

Temos uma economia relativamente fechada, com um fardo fiscal absurdo e complexo, pouca garantia de propriedade privada, sistema legal kafkaniano, leis trabalhistas inspiradas na era Vargas fascista, corrupção alimentada pela impunidade, etc. Enfim, o conhecido Custo Brasil.

O ambiente de negócios no Brasil é extremamente hostil, tratando a iniciativa privada com desconfiança e o estado como locomotiva do progresso. O ranking no Doing Business, do Banco Mundial, coloca o Brasil em centésimo-vigésimo lugar, contra o décimo lugar da Austrália.

É fácil abrir e fechar empresas na Austrália, e quase impossível no Brasil. Obter crédito é moleza lá, e aqui todos querem privilégios via subsídios do BNDES, mas só os “amigos do rei” conseguem quantias expressivas que fazem a diferença em seus negócios. Os contratos são respeitados lá, e aqui até o passado é incerto, como já disse Pedro Malan.

Enfim, eis a lição que Dilma poderia trazer da visita a Austrália: o Brasil precisa de um choque de capitalismo, de reformas liberais que tornem a vida dos empreendedores mais fácil e retirem obstáculos criados pelo estado de seu caminho. Como a Austrália comprova, o Brasil precisa do oposto daquilo que o governo Dilma vem fazendo…

PS: No caso da Austrália, os esquerdistas não poderão apelar para a vitimização, pois o país nunca foi império ou teve colônias; ao contrário: foi colônia britânica, e ainda por cima destino de presidiários daquele império no começo de sua história. Mas deu a volta por cima…

Rodrigo Constantino

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Comentário de Romildo de Paula Leite em 17 novembro 2014 às 9:43

Como fica nosso país nesse mesmo ranking? Simplesmente na rabeira, na centésima-décima quarta posição, ao lado de países como Butão!

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