De trabalho remoto a programas de desenvolvimento, as novas estratégias para engajar Millennials e geração Z.
No mercado de trabalho, as prioridades dos colaboradores mudaram. Jovens profissionais buscam propósito, flexibilidade e aprendizado em vez de estabilidade. A Sensedia, empresa brasileira de tecnologia, responde a essas demandas com programas que redesenham carreiras e espaços de trabalho, conectando suas estratégias às transformações que moldam o futuro do emprego. A lógica é clara: alinhar as expectativas dos talentos ao modelo de negócios em um cenário competitivo e em constante mudança.
À frente dessas mudanças está Kátia Lacerda, head de Pessoas e Cultura da Sensedia. Sob sua gestão, a empresa tem buscado conectar as expectativas dos colaboradores à cultura organizacional. “Os profissionais de hoje buscam mais do que estabilidade – eles querem propósito e desenvolvimento contínuo”, afirma. Para ela, atender a essas demandas exige adaptar processos e práticas de forma constante, mantendo os talentos alinhados aos desafios e objetivos da empresa.
Um estudo da Michael Page revelou que 92% da geração Z e 90% dos Millennials classificam o salário como prioridade ao considerar uma nova proposta de trabalho. Contudo, outros fatores começam a alterar essa equação, como equilíbrio entre vida pessoal e profissional, trabalho híbrido ou remoto e oportunidades de crescimento. A Sensedia tenta responder a essa complexidade com uma abordagem que mistura propósito, aprendizado e flexibilidade.
É com essa premissa que a empresa lançou programas como o My Journey, que permite aos colaboradores desenharem suas trajetórias profissionais a partir de objetivos pessoais e feedbacks 360º. Paralelamente, segundo a executiva, o Zoom In, uma abordagem colaborativa para criação de carreiras, já transformou a visão dos perfis técnicos da empresa e promete se expandir para outras áreas até 2025.
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Além da estrutura de desenvolvimento individual, a Sensedia aposta em iniciativas como o Best Fit, que promove mobilidade interna, e o acesso gratuito à plataforma Udemy, aliado a treinamentos personalizados. Esses esforços são acompanhados pela valorização da flexibilidade, encapsulada no conceito de “Work Where You Belong”. Escritórios se tornam ambientes de colaboração eventual, enquanto a rotina se molda às necessidades individuais, criando um espaço onde a distância física perde relevância.
Essa estrutura reflete um movimento que vai além da empresa. Segundo o estudo, as gerações mais jovens veem o trabalho remoto como crucial: 61% da geração Z e 58% dos Millennials apontam esse modelo como fator determinante para aceitar um novo emprego. Ao mesmo tempo, a liderança enfrenta novos desafios.
“As gerações atuais precisam perceber o impacto de seu trabalho nos resultados maiores da empresa”, explica Kátia. Para atender a essa demanda, a Sensedia fortalece o uso de OKRs (Objetivos e Resultados-Chave) para conectar as tarefas diárias aos objetivos estratégicos.
A horizontalidade e a transparência também entram em cena. A reorganização dos times, que passaram de grupos especializados para equipes mistas focadas em clientes, é um exemplo dessa transformação. A empresa aposta em valores como ownership e thinkBig para criar um ambiente que equilibra autonomia e responsabilidade.
O mercado, no entanto, continua pressionando as empresas a irem além das adaptações internas. “Sem uma proposta atraente e competitiva, as empresas podem perder talentos promissores antes mesmo de começarem o processo”, alertou Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page, em análise do mesmo estudo.
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