Usos da IA
Hiper personalização de ações de marketing, cibersegurança e sistemas anti-fraude, e descarbonização. Esses são alguns exemplos listados por Marco Stefanini, fundador e CEO da Stefanini Group, que acumula 30 anos de experiência com sistemas de IA – sim, a popularização da tecnologia aconteceu na última década, mas o termo Inteligência Artificial foi criado em 1956, após os primeiros modelos computacionais na década de 1940.
“Estamos em posição interessante, com cases reais e retorno do investimento. Em tecnologia, é bom estar atento às ondas, para não ser só um hype e depois vir a frustração. Não é o caso da IA, que é tão importante quanto a própria internet. Mas exige que a gente encare de maneira correta”, alertou Stefanini.
![Marco Stefanini listou a hiper personalização de ações de marketing, cibersegurança e sistemas anti-fraude, e descarbonização como usos da IA nas empresas Marco Stefanini listou a hiper personalização de ações de marketing, cibersegurança e sistemas anti-fraude, e descarbonização como usos da IA nas empresas](https://static.portaldaindustria.com.br/portaldaindustria/noticias/media/imagem_plugin/adecbc.jpg)
O CEO da Google Brasil, Fabio Coelho, dividiu os benefícios do uso da IA em três grandes grupos: melhoria da eficiência e da produtividade, aumento de receita e descoberta de novas soluções. “A IA pode contribuir para descobrirmos soluções para lidar com enchentes, incêndios florestais, incidentes climáticos. O agronegócio pode fazer muito em termos de genética e genômica; e podemos ter maturidade digital nos setores financeiro, do varejo e da indústria”, listou.
Alexis Rouch, diretora executiva de tecnologia da Nuix, complementou a fala de Coelho com mais exemplos: “Inteligência artificial traz inovação, sei que temos resultados incríveis do uso da IA aqui no Brasil na agricultura e na saúde, como prevenção de câncer de mama e da cegueira em comunidades indígenas. IA lida com mais informação que nós, como indivíduos”.
A importância da regulamentação
Apesar do potencial que da IA, o setor produtivo segue cauteloso com o uso da tecnologia, especialmente pela responsabilidade ética. Manny Macedo, da consultoria Bain reconhece que são muitos os desafios não só do ponto de vista de operação, mas especialmente de governança - palavra repetida diversas vezes pelos participantes.
Na Kyndryl, a orientação foi seguir princípios de transparência e reduzir ao máximo os vieses, além de estarem atentos às discussões ao redor do mundo.
“Qualquer empresa com operação mundial precisa prestar atenção para o que os europeus fazem, da mesma forma que foi com a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados). Quando falamos de IA é importante para nossa própria evolução, como empresa, olhar para o que já existe”, acredita Fariba Wells, vice-presidente global de políticas e relações governamentais da Kyndryl.
A VP da multinacional e o presidente da Google Brasil - que também tem acompanhado os debates na China, nos Estados Unidos e na Europa - defenderam que é preciso aprofundar as discussões no Brasil, apostar no diálogo e superar retóricas e o senso comum.
“Precisamos de uma regulamentação boa o suficiente para continuar evolução de 10 anos atrás, desde o Marco Civil, cuja discussão envolveu sociedade civil, parlamentares e empresas. Muitos falam de IA, mas alguns não entendem o impacto. As pessoas têm direito de se preocuparem com os efeitos, mas é preciso ter responsabilidade quando você engaja com o regulador e legislador”, afirmou Coelho.
O que aprendemos até aqui
![Para a diretora executiva de tecnologia da Nuix, Alexis Rouch, inteligência artificial traz inovação Para a diretora executiva de tecnologia da Nuix, Alexis Rouch, inteligência artificial traz inovação](https://static.portaldaindustria.com.br/portaldaindustria/noticias/media/imagem_plugin/dffdc.jpg)
Fariba Wells, da Kyndryl, tem duas recomendações: focar na formação das pessoas e na governança. A lição veio quando o ChatGPT entrou no mercado e os clientes se mostraram bastante preocupados. “Tivemos que parar, avaliar o que era isso, como apoiar nossos colaboradores. Temos 80 mil pessoas, então há entusiasmo de nossos engenheiros e programadores para transformação digital da empresa. O nosso foco foi como utilizar a IA para capacitar os profissionais e gastamos muito tempo desenvolvendo um modelo de governança”.
Para o fundador e CEO da Stefanini Group, uma certeza é de que as profissões de programador e desenvolvedor não vão desaparecer, mas sim se adaptar. Sobre a perda de postos de trabalho, no geral, ele também é categórico, a IA não vai causar prejuízos porque precisamos de maior produtividade.
“Nos países em desenvolvimento, temos envelhecimento da população e diminuição da força de trabalho, então produtividade é fator chave. Já nos emergentes e pobres, precisamos de produtividade para produzir riqueza. E o Brasil está ali bem no meio. Nossa produtividade ainda é baixa e estamos vendo nossa população envelhecer. Então tudo que puder aumentar nossa produtividade deve ser absorvido”, defendeu Marco Stefanini.
Na visão do presidente da Google Brasil, o país tem o diferencial de tamanho de mercado.
“Essa é uma discussão geopolítica, qual país vai conseguir ser produtor de tecnologia ou só consumidor. Temos a oportunidade de dar um salto. Hoje, somos altamente digitalizados. A Google tem 16 plataformas com mais de meio milhão de usuários, e o Brasil é o top 5 de usuários”, comparou Coelho.
E não é só mercado, mas também infraestrutura. Segundo o conselheiro sênior em Economia Digital da Unesco Angel Melguizo, os países devem olhar para a relação da tecnologia com a agenda verde. “O equilíbrio entre IA e recursos naturais precisa ser compreendido, porque o uso de energia aumenta, de minérios para produção de chips, de água potável. O que vocês estão fazendo para mensurar a pegada de carbono da inovação, para mitigar e fazer a compensação. A partir do momento que você faz isso, é menos burocracia e mais investimentos”, recomendou.
![Segundo o conselheiro sênior em Economia Digital da Unesco Angel Melguizo, os países devem olhar para a relação da tecnologia com a agenda verde Segundo o conselheiro sênior em Economia Digital da Unesco Angel Melguizo, os países devem olhar para a relação da tecnologia com a agenda verde](https://static.portaldaindustria.com.br/portaldaindustria/noticias/media/imagem_plugin/dfc_SQioGuW.jpg)
O B20 Brasil 2024
O B20 é o fórum de diálogo mundial que conecta a comunidade empresarial aos governos do G20, mobilizando mais de mil representantes do setor privado dos países membros. A edição brasileira reúne sete forças-tarefas e um conselho de ação.
Os grupos de trabalho são formados por empresários do Brasil e estrangeiros que debateram, desde o início do ano, propostas de temas urgentes: Comércio e Investimento, Finanças e Infraestrutura, Emprego e Educação, Transição Energética e Clima, Transformação Digital, Integridade e Compliance, Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura, além do Conselho de ação Mulheres, Diversidade e Inclusão em Negócios.
O B20 Summit Brasil está sendo realizado no Clube Monte Líbano, em São Paulo, e tem o patrocínio da Sabic, Aramco, Equinor, Mastercard, JBS, Vrio-Sky, Google, BNDES, BRF-Marfrig, ABDI e Finep, além do apoio institucional do Sebrae e do Conselho do Serviço Social da Indústria (SESI).
Confira o álbum de fotos do primeiro de dia eventos
Por: Amanda Maia
Fotos: Augusto Coelho
Da Agência de Notícias da Indústria
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