Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

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O sinal de alarme para a indústria: aviso ao governo

O Relatório de Mercado (Focus), na sua última edição, reduz mais ainda sua projeção de avanço da produção industrial, que cai de 0,39%, na semana anterior, para 0,10%. Até agora, só os setores que têm redução do IPI mantêm alguma atividade que, na perspectiva de retorno do IPI à taxa normal, não vai além do objetivo de substituir estoques que continuam baixos.

A Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do mês de maio, que o IBGE acaba de divulgar, já dava um alerta sobre o desempenho do setor manufatureiro. Em relação ao mês anterior, registrou recuo de 0,3% do pessoal ocupado, de 0,6% do número de horas trabalhadas e de 2,5% da folha de pagamentos real. Esses dados já mostravam que a situação se agravava no setor que até agora se apresentava como instrumento de distribuição de renda por meio da folha de pagamentos e, até então, exibia uma produtividade capaz de justificar a elevação dos salários.

A manutenção do número de trabalhadores empregados parecia se explicar pela vontade das empresas em preservar pelo menos os operários mais especializados, numa economia em que se faziam muito escassos. Agora o quadro mudou totalmente e se pode temer uma volta do desemprego no setor industrial, e apesar dos incentivos oferecidos a alguns setores da indústria, não se verifica nenhum investimento para aumentar a produção, o consumo parece ser atendido pela importação e não se observam, no setor manufatureiro, ações decisivas no sentido de reduzir o custo da produção para oferecer preços mais atrativos.

O setor, levando em conta o nível de endividamento da população, prefere, ao contrário, reduzir a produção. Nessa situação, caberia ao governo se convencer de que um aumento da demanda só pode ter origem em investimentos que representem suplemento de distribuição de salários e demanda nova de bens e serviços que poderão dar um impulso e convencer o setor industrial a sair da sua atual letargia.

A falta de ação do governo - que tem verbas para isso - parece explicável pelo receio de iniciar projetos que se acha incapaz de administrar e de manter no orçamento o prazo inicialmente previsto. Receio também de enfrentar uma burocracia que parece trabalhar para impedir que os projetos de investimentos prosperem. Enquanto continuarem de pé todos esses obstáculos, a economia funcionará apenas esporadicamente, nos momentos em que o governo ofereça incentivos fiscais que reduzem suas receitas.

Fonte:O Estado de S. Paulo

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