Fonte:|gazetaweb.globo.com|
O fechamento da fábrica de tecidos Carmen, em Fernão Velho, no dia 15 de janeiro, após 154 anos de fundação, mobilizou os 230 trabalhadores, junto com o Sindicato de Fiação e Tecelagem da categoria para a luta em defesa da manutenção dos postos de trabalho na própria fábrica.
O secretário do Trabalho, Emprego e Renda de Alagoas, Regis Cavalcante, recebeu, na Secretaria, um grupo de operários da Carmen, acompanhados pelo presidente do Sindicato, José Maria Malta da Silva. Eles pediram apoio em busca de alternativas para resolver o problema que afeta centenas de famílias.
Regis Cavalcante disse aos operários que o governo do Estado se mobiliza para manter o empreendimento e garantir o emprego para dezenas de famílias. “O diálogo é a melhor forma para encaminhar as soluções, no momento de muita preocupação para os trabalhadores”, observou o secretário Regis Cavalcante.
O fornecimento de cestas básicas será providenciado e, através da Secretaria do Trabalho, deverá ser implantada uma política de qualificação de mão de obra e de intermediação de empregos, nas empresas alagoanas, para os operários.
Eles disseram que existe a possibilidade para formação de uma cooperativa que daria continuidade à produção de 8.500 metros de tecidos por dia, nas mesmas condições em que vinha ocorrendo até o fechamento. A fabricação de tecidos da Carmen vinha atendendo a encomendas de vários Estados, como São Paulo, que compra para a demanda de confecções de alto padrão de qualidade.
José Maria Malta disse que a proposta para formação de uma cooperativa tem o apoio da própria fábrica, conforme transmitiu aos operários o diretor Roberto Brito. “Existem, na Carmen, 48 máquinas mais novas e 100 máquinas mais antigas, de um investimento feito ainda em 1973, que deveriam continuar produzindo”, declarou José Maria Malta.
A fábrica de Fernão Velho enfrenta crises desde a década de 70 e chegou a fechar durante um ano, em 1978, quando uma parte dos funcionários recebeu indenizações que incluíram as casas em que moravam, construídas pela indústria.
Em 1979, três sócios do grupo Othon reabriram a tecelagem com mais 40 máquinas, reforçando o processo de produção. Mas as crises não tardaram, provocando constantes atrasos de pagamento salariais, como ocorreu em 2007, e geraram processos de 360 pessoas que foram demitidas e não receberam seus salários. Há pendências ainda relativas a FGTS e imposto sindical.
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