Na reportagem citada no post anterior, Lula é descrito como o lobista em chefe do Brasil.
O esquema Lula-Odebrecht-BNDES – que só podia mesmo dar em ‘LOB’ – é assim:
1) A empreiteira de Marcelo Odebrecht paga viagens de Lula a países onde tem interesses em fechar negócios.
2) Lula viaja a países latino-americanos e africanos, onde dá palestras (por dentro) e se encontra com o presidente/ditador local (por fora).
3) Após o lobby de Lula, esses governos contratam os serviços da Odebrecht.
4) Luciano Coutinho, o afilhado de Lula que preside o BNDES, libera o empréstimo de dinheiro público para essas obras bilionárias no exterior.
5) A construtora recebe o dinheiro e Marcelo Odebrecht fica feliz.
Duas negociatas suspeitas dentro desse esquema ganharam destaque a partir de documentos obtidos pela revista.
I.
O documento Proposta de gastos da Odebrecht para licitação de obra na República Dominicana.
O caso A empresa foi contratada para construir usinas termelétricas de carvão mineral em Punta Catalina.
Valor das obras US$ 2 bilhões.
A suspeita do Ministério Público Superfaturamento da obra, porque o valor proposto pela Odebrecht é o dobro do da segunda colocada. Há ainda gastos que parecem exagerados, como US$ 80 milhões para gelo. Um grupo chinês denunciou o resultado da licitação à presidente Dilma.
Comento: Haja champanhe para tanto gelo!
II.
O documento Telegrama da embaixadora brasileira em Gana pedindo celeridade no trâmite do financiamento do BNDES por conta do risco de derrota eleitoral.
“…para o Corredor Rodoviário Oriental [a obra que seria realizada], corre-se o risco de, qualquer que seja o resultado das eleições, haver quer a reabertura das discussões sobre o projeto e seu financiamento, quer a revisão das prioridades relativas à infraestrutura do setor de transporte rodoviário. Coincido no entendimento de que esse risco existe, sobretudo em caso de vitória da oposição, que naturalmente procurará rever todos os projetos negociados pelo governo anterior antes de assinar novos acordos de financiamento. Irene Vida Gala, embaixadora”.
O caso Construção do corredor rodoviário oriental.
Valor da obra US$ 290 milhões.
A suspeita do Ministério Público A sincronia entre a visita de Lula e o financiamento do BNDES: Lula foi a Gana em 2013, pago pela Odebrecht. Quatro meses depois, a empresa fechou contrato com o país, com US$ 200 milhões do banco.
Comento: “Coincido no entendimento de que” Lula é um lobista de gana. De muita gana e grana também.
vFelipe Moura Brasil ⎯ http://www.veja.com/felipemourabrasil
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