O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, afirma que a atividade econômica está em queda, os juros cobrados nos empréstimos no Brasil estão acima da capacidade de pagamento das empresas e o país se tornou um mestre em perder oportunidades para atração de investimentos.
“Para termos crescimento e desenvolvimento, é claro que a inflação não pode ser elevada, todos nós concordamos com esse ponto. No entanto, precisamos dosar esses juros para que a Selic atenda a meta de inflação e não prejudique a atividade econômica”, diz Robson Andrade.
Ele participou de debate sobre juros, inflação e crescimento, nessa quinta-feira (27), no Senado Federal, em companhia, entre outros, dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos.
Segundo o presidente da CNI, nas últimas décadas, o Brasil teve um crescimento abaixo de 1% em média, o que é inadmissível para um país com o potencial de uma indústria diversificada e competente dentro dos seus muros, mas que perde a competitividade quando começa a participar do mercado.
“Se nossa indústria não tem inflação de oferta, onde está a demanda? Nós temos sofrido muito com uma demanda fraca e temos visto setores com diversas dificuldades, como o automobilístico, que deu férias coletivas, por falta de demanda. Em função disso, a indústria está produzindo pouco. A capacidade instalada das nossas fábricas está em 60%”, explica.
Somente o crescimento econômico, diz Robson Andrade, será capaz de corrigir injustiças históricas com o povo brasileiro, como baixa renda, o desemprego e a má qualidade dos serviços de educação, saúde e segurança. “É claro que o baixo crescimento não é resultado apenas dos juros altos”, afirmou ele.
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