Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

Industria Textil e do Vestuário - Textile Industry - Ano XVI

A Side Walk investe em franquias para triplicar o número de lojas até 2016. Ao contrário das grandes varejistas, que aderiram ao fast fashion, a tradicional marca de vestuário e calçados aposta em antigos sucessos para se diferenciar da concorrência.

Tinho Azambuja, sócio da Side Walk: o empresário criou a marca ao perceber, como esportista, a escassez de botas de couro de montaria no mercado. Atualmente, a rede fatura R$ 100 milhões
Tinho Azambuja, sócio da Side Walk: o empresário criou a marca ao perceber, como esportista, a escassez de botas de couro de montaria no mercado. Atualmente, a rede fatura R$ 100 milhões ( foto: Rafael Hupsel)

O empresário paulista Tinho Azambuja, um dos fundadores da marca de roupas e calçados Side Walk, costuma dizer que deve sua vida ao hipismo. Foi graças ao esporte que ele conheceu seus dois sócios, Luis Gelpi e Eduardo Rizk. No início da década de 1980, Azambuja, que chegou a ser campeão brasileiro por equipes, treinava com os amigos. A falta de botas de qualidade para montaria levou o trio a investir em uma fábrica própria. Levantaram dinheiro, compraram as máquinas e... deu tudo errado.

“Um dia antes de iniciar as operações, o sapateiro que eu havia encontrado para fazer as botas arrumou outro emprego e nos deixou na mão”, diz Azambuja. “Estava tudo pronto, só não tínhamos quem operasse a fábrica.” A salvação surgiu por obra do acaso. Um vendedor de sapatos bateu na porta da empresa oferecendo um lote feito por um fabricante de Franca, no interior de São Paulo, que seria destinado originalmente à exportação. Foi dessa forma que Azambuja e os sócios descobriram um grande filão: o de calçados produzidos no Brasil, mas vendidos exclusivamente no Exterior, em particular, nos Estados Unidos.

“Começamos a vender esses produtos por aqui”, diz. “Foi um grande sucesso.” Hoje, a Side Walk é uma marca consagrada no mercado de moda. Suas 21 lojas próprias geram uma receita anual de, aproximadamente, R$ 100 milhões. A empresa foi pioneira na venda de artigos que viraram campeões de vendas, como o sapatênis, calçado versátil que une o conforto do tênis com a elegância do sapato. Neste ano, Azambuja, Gelpi e Rizk decidiram acelerar o passo. Até 2016, eles planejam aumentar em mais 40 lojas o número de pontos de venda, triplicando o tamanho da rede.

Com isso, o faturamento deve chegar à casa dos R$ 150 milhões. A estratégia adotada foi a de abrir franquias da marca, algo que vem acontecendo desde o ano passado e já atraiu 12 franqueados. Ao contrário das grandes redes de varejo, como Zara, Renner e Riachuelo, a Side Walk não entrou na onda do chamado fast fashion, modalidade de varejo de moda que prevê a criação de peças semanalmente, abastecendo as lojas com novidades quase que diariamente. Há casos de sapatos, por exemplo, que estão há mais de uma década no catálogo. O mesmo acontece com cintos e casacos.

“A moda é cíclica e o que havia para ser criado, já foi”, afirma Azambuja, para quem as coleções atuais das grandes redes não passam de revisões do passado. “O principal diferencial competitivo está nos materiais e tecidos utilizados.” A Side Walk, segundo Azambuja, testa semanalmente novas matérias-primas e componentes como solas, em parceria com seus cerca de 50 fornecedores. “Estamos sempre introduzindo novidades nas lojas, mas as coleções são pensadas um ano antes”, diz o empresário.

A estratégia vem funcionando, mas gera um grande risco. “Eu preciso confiar na previsão do tempo”, diz Azambuja. “Neste inverno, se não esfriar, minhas vendas vão cair.” É nessa hora que os produtos clássicos fazem a diferença, como os famosos sapatos dock side, sucesso na década de 1990 que está voltando a ser popular. “Trata-se de um passo importante para tornar essa indústria mais forte no mercado internacional”, diz Dario Henke, consultor da Abicalçados, associação que representa as fabricantes do setor calçadista.

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