Perguntar não ofende: quando é, afinal de contas, que governantes, políticos, especialistas no tema e a imprensa vão deixar de falar em “violência” quando o assunto é CRIME?
Esse desvio léxico vem sendo praticado à exaustão no notíciário, nas análises, nos comentários e nas mesas-redondas que abordam, por exemplo, o que os baderneiros dos black blocs fazem durante manifestações de rua. Um degenerado desses que arremesse um coquetel molotov contra a polícia está cometendo um CRIME. É, sim, um ato de violência, mas de violência criminosa. O que deve predominar é a consideração de que se trata de crime, e não de “violência”.
Mas não é de hoje o desvio léxico: há muito tempo se fala, sistematica e erradamente, por exemplo, da necessidade de enfrentar ou combater “a violência” ou determinada “onda de violência” quando há CRIMES, em geral gravíssimos — como homicídios — em causa. Quando se trata não apenas de violência, mas de CRIMINALIDADE.
O próprio e excelente serviço público prestado pelo Disque Denúncia em São Paulo, destinado a propiciar informações sobre crimes à Polícia sob garantia de anonimato, tem como lema “Vamos acabar com a violência”.
Não se trata apenas de violência, amigos. Trata-se de CRIME!
Para não ir mais longe, basta lembrar o que diz o Dicionário Aurélio on-line sobre o que é uma e outra coisa.
“Violência”, no Aurélio, é “s.f. [substantivo feminino] Qualidade ou caráter de violento. (…) Ato ou efeito de violentar. / Opressão, tiranias. (…).
“Violento”, por sua vez, é “adj. [adjetivo] Que atua com força, ímpeto ou intensidade; forte, impetuoso, intenso (…) / Em que se usa força bruta (…) / Colérico, irascível, arrebatado (…)
Agora, vamos ao que o dicionário define como sendo CRIME:
“s.m. [substantivo masculino] Qualquer violação grave da lei moral, civil ou religiosa; ato ilícito; (…) / Ato condenável, de conseqüências desagradáveis (…) / Dir. [em Direito] Ato ilícito de maior gravidade para o qual a lei comina sanção de natureza penal. // (…)”.
Repito o que já escrevi outras vezes, em outros veículos, e o que disse em palestras:
– A PRIMEIRA providência para enfrentar o crime é chamá-lo pelo nome correto.
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Repito o que já escrevi outras vezes, em outros veículos, e o que disse em palestras:
– A PRIMEIRA providência para enfrentar o crime é chamá-lo pelo nome correto.
Perguntar não ofende: quando é, afinal de contas, que governantes, políticos, especialistas no tema e a imprensa vão deixar de falar em “violência” quando o assunto é CRIME?
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