Abaixo, mais uma história do balacobaco. Vocês vão ver que Paulo Rodrigues Vieira, apontado como chefe da quadrilha pela Polícia Federal, assediou o vice-presidente jurídico dos Correios, Jefferson Carlos Carús Guedes. Não está claro se fizeram negócios. Mas isso, confesso, chamou menos a minha atenção do que outra coisa. Guedes chegou a ser procurador-geral da União em 2008, quando José Antonio Dias Toffoli, hoje no Supremo, era o advogado-geral. Muito bem. Teve de deixar o cargo porque acusado de formação de quadrilha pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Quatro anos depois, onde ele está? Ora, na vice-presidência jurídica dos Correios. Faz sentido ou não? Aí me pedem para aplaudir o governo e sua determinação de combater a corrupção? Posso não, ué!
Leiam trecho de reportagem de Tatiana Farah, no Globo:
O vice-presidente jurídico dos Correios, Jefferson Carlos Carús Guedes, foi investigado pela Polícia Federal (PF) na operação Porto Seguro. Segundo o relatório da PF, o então diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Rodrigues Vieira teria tentado subornar Guedes para beneficiar em licitações a empresa LM Negócios Inteligentes. Ainda de acordo com o relatório, Guedes chegou a receber o dono da empresa, Lucas Henrique Batista.
Guedes chegou a ser, em 2008, procurador-geral da União, na gestão do hoje ministro do Supremo Tribunal Federal José Antonio Dias Tofolli. Depois de dez meses no cargo, pediu demissão ao ser acusado de formação de quadrilha pela PF e pelo Ministério Público Federal em outra operação, a Perseu, que desbaratou uma rede de corrupção e fraudes ligando funcionários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Guedes se desligou da Advocacia Geral da União (AGU) para, segundo ele, evitar danos à imagem da instituição. Em 2011, ingressou no comando dos Correios.
Em ofício à Justiça Federal, a PF pede a “condução coercitiva” de Guedes para prestar depoimento. No documento, ele é listado como “investigado”. A PF fez busca e apreensão na sala do vice-presidente para levar documentos e computador. Segundo o relatório policial, “há indicativo2s de que Paulo Vieira, juntamente com Lucas Henrique Batista, participou de licitações de agências de correio em São Paulo por meio da empresa LM Negócios Inteligentes. Há indicativos de que, para favorecer a empresa, ofereceu ‘livros’ ao vice-presidente Jefferson Carlos Carús Guedes.” “Livros” é o código usado pelo esquema de Vieira para identificar propina.
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Por Reinaldo Azevedo
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